Autor: Matthew Quick
Título Original:The Silver Linings Playbook
Tradução: Alexandre Raposo
Editora: Intrínseca
Se você ainda quer ler alguns clássicos e contemporâneos americanos, fique longe desse livro até que tenha completado esse objetivo. O protagonista, Pat, está lendo esses livros e fica particularmente irritado com seus finais e acaba nos contando. Mas, se você, como eu, não se importa em ler o final de alguns livros, aventure-se nessa deliciosa história sobre amor, superação, força e gentileza... acima de tudo.
Pat Peoples, 35 anos, acaba de sair do lugar ruim e volta para a sua casa, onde sua mãe está mais do que contente em tê-lo, enquanto que seu pai não está muito confortável com essa situação. Tanto que não consegue controlar os seus impulsos e agride o filho, quando este entra em uma das suas crises emocionais. Ou causadas pelo estresse, ou pelo sax Kenny G., ou pela saudade da Nikki, sua 'ex'-esposa. 'Ex', porque ele pensa que está passando pelo tempo separados, e não sabe quando a terá de volta.
A narrativa de Matthew, em primeira pessoa, faz com que nós entremos na cabeça de Pat. No começo, você ama Nikki junto com ele, sente sua falta, não entende nada do que está acontecendo na sua casa e não tem noção de quanto tempo está durando sua separação. O que torna tudo muito chocante, tanto para Pat quanto para os leitores, o desenvolvimentos dos fatos e as reviravoltas da narrativa. É uma história bem gostosa de acompanhar e engraçada, porque algumas tiradas dele são hilárias.
"(...) mas de fato não acredito que eu vá ter alucinações, não importa o tipo de remédios que ele me dê, especialmente porque sei que ele não vai me dar LSD nem nada parecido." Pat, p. 25
"(...) porque, na Bíblia, Jesus diz que devemos ajudar pessoas descalças que foram assaltadas." Pat, p. 220
Com a vida baseada no aperfeiçoamento físico e a prática da gentileza acima da razão, Pat vai descobrindo aos poucos a verdade sobre sua vida antes de entrar no lugar ruim. Sempre podendo contar com a ajuda da sua mãe, do seu irmão, dos seus recém criados amigos Tiffany, Dr. Cliff, seu terapeuta, e os torcedores fanáticos do Eagles, o time do coração dos protagonistas.
"- Seu pai está fazendo um esforço, Par. Mas eu não faria muitas perguntas se fosse você. Aceite o que ele lhe dá e fique feliz. É o que devemos fazer, certo?" Mãe, p. 76Me perguntaram se tinha o lado bom da vida. (ô perguntinha da peste!). E eu fiquei meio sem saber o que responder e disse que não. Não tem o lado bom da vida. Mas eu fiquei pensando, depois, e descobri que não gostei da resposta que dei. E minha conclusão foi: existe, sim, o lado bom da vida para todos aqueles que procuram. Para Pat, o seu foi descobrir como seguir em frente, porque essa é a beleza da vida... ter esperança, no final das contas.
"- Eu preciso de você, Pat Peoples, eu preciso de você para caralho." Tiffany, p. 253
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