Ana Maria Machado, além de abordar temas que não estamos acostumados a tratar, por exemplo a importância dos clássicos e como essas diversas heranças que são usadas hoje em dia, também nos dá dicas de como podemos ler e apreciar essas heranças escritas.
Devo confessar que quando o li, imaginei uma autora muito mais jovem, mas depois de ter visto a foto dela, entendi como que ela pode falar com facilidade de tantos livros, porque ela teve muito tempo para lê-los e estudá-los.
Ana Maria Machado é autora de 108 livros, e nesse, narra todo o seu amor pelos clássicos e suas impressões.
Cada capítulo aborda basicamente esses temas, respectivamente:
- clássicos gregos, como Ilíade e Odisseia;
- a Bíblia;
- a leitura da Idade Média, com os cavaleiros da Távola Redonda e chegando até Dom Quixote;
- as adaptações teatrais e (hoje em dia, as cinematográficas) de livros antigos e contemporâneos como As Viagens de Gulliver e Eu, Robô;
- os contos de fadas, desde suas origens, até novos escritos que são antes de tudo adaptações dos contos que já conhecemos, Cinderela com referências chinesas e Bela Adormecida que não é uma coisa tão meiga no manuscrito original;
- histórias marítimas, de grandes navegações e aventuras;
“Parece-me que o mar é uma excelente metáfora para a literatura, para os prazeres e desafios que ela nos traz, sua imensidão, sua variedade, sua profundidade, sua beleza sempre nova e mutante, sua capacidade de nos alimentar de forma quase infinita.”, p. 83
- folhetins histórico-fantasias (que se passam em terra firme) como em O Homem da Máscara de Ferro ou Sherlock Holmes.
- o charme dos contemporâneos como O Apanhador no Campo de Centeio de J. D. Salinger, ou Ponte Para Terabitia. (Quem não chorou com esse filme? Eu lembro que quando o assisti fiquei revoltadíssima).
“1. Ninguém tem que ser obrigado a ler nada. Ler é um direito de cada cidadão, não é um dever. É alimento do espírito. (...). Mas é um absurdo impingir um prato cheio pela goela abaixo de qualquer pessoa. Mesmo que se ache que o eu enche aquele prato é a iguaria mais deliciosa do mundo.”, p. 15Enfim, é um livro que nos remete a muita reflexão depois que o lemos, porque consegue nos dar um olhar diferenciado para um assunto que na vida dos estudantes é constantes: livros do vestibular. Apesar de Ana só ter mencionada Dom Quixote e Eneida, os outros livros, dos quais ela fala, são ou foram muito conhecidos e merecem ser lidos, dependendo da vontade do leitor.
Outra coisa que achei interessante foi uma pequena abordagem relacionando a sexualidade a vontade de ler. Me chamou a atenção, porque em Colcha de Leituras, também tem um capítulo que fala sobre o mesmo assunto. Então, vou deixar esse trecho aqui, e quando fizer a resenha de Jonas Ribeiro eu comparo, ok?
“Instala-se, entre leitor e texto, uma troca interativa, num jogo sedutor. Freud demonstrou como a curiosidade e a vontade de saber são vizinhas do instinto sexual. (...). Italo Calvino mostrou como um bom livro acende em quem o lê um permanente desejo de seguir sempre adiante, em busca da construção do sentido, vivido ao final como um grande momento de gozo ou distensão – e como esse trajeto é prazeroso.", p. 21-22Mas é uma coisa que faz você ficar pensando... se todos soubessem ou pensassem assim, será que existiriam mais leitores?
E finalmente, ela termina o livro dizendo que as leituras
“Terão o efeito de um relâmpago, subitamente iluminando tudo. Farão o leitor terminar a última página transformado. Para sempre diferente do que era quando começou a primeira. Difícil medir como e quanto. É uma navegação imprecisa. Mas uma experiência inigualável. Boa Viagem.”, p. 135Bom, depois disso, o que resta a esta simples blogueira dizer?
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Boa Viagem!
Boa Tarde.




Izabela, 23, bookahoolic desde os 12 anos – época em que meu irmão não me respondeu se o Harry morria ou não no final e me mandou ler. Não parei desde então. Não vejo meu futuro senão junto aos livros e trabalharei muito para que esse sonho se realize. Esse blogue é um passo e espero poder mostrar a todos vocês, leitores, como o mundo real e o nosso real podem se misturar.
Nascida e criada em uma família de leitoras (girl power!), comecei a ler livros mais sérios aos 11 anos, mais precisamente Harry Potter, logo em seguida descobrindo minha verdadeira paixão que é a literatura fantástica com o mestre J.R.R Tolkien, também meu autor favorito. Nerd (com orgulho) desde criancinha, hoje aos 25 anos não vivo sem: Livros! Música, filmes & séries, RPG, jogos em geral e passar um tempo com as amigas.
Sou uma geminiana de múltiplos interesses na vida e na literatura. Minha família é nerd e não nego as raízes. Quando pequena fui apresentada ao universo da ficção com Star Wars pelo meu pai enquanto minha mãe me presenteava com livros infantis. Aos 14, conheci e me apaixonei por HQs e mangás (ainda mantemos uma relação séria até os dias atuais). Hoje sou uma mistura de meus pais, casando uma grande paixão por fantasia e ficção com romances de época e contemporâneos, dando uma passada no setor de quadrinhos pelo menos uma vez ao mês e parando de vez em quando para assistir uma série, um filme ou um anime.


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