Título: Til
Til é um romance regionalista de José de Alencar, datado de 1872. Está na lista de leituras obrigatórias de vestibulares e é um clássico da literatura brasileira. Diferentemente de como conhecemos os livros hoje em dia, Til é o resultado de uma outra forma de publicação. Original de folhetins, capítulos que vinham periodicamente junto ao jornal, tem por características básicas: o mistério, a aventura, o romance e os cliffhangers (sim, eles existiam desde essa época, tecnicamente falando). Como o livro não vinha inteiro, o autor precisava prender seu leitor e essa foi a maneira encontrada.
Berta é uma garota moleca, pulsante e altruísta. (Críticos dizem que ela tem 16 anos. Eu digo que ela tem 19 para 20... leiam o livro com atenção e depois me deem sua opinião). Ela e Miguel, seu irmão de criação, vivem juntos e são amigos de Linda e Afonso, irmãos gêmeos, filhos do fazendeiro Luís Galvão e sua aristocrata esposa Dona Ermelinda. Uma trama complicada, não? Ela piora. Segredos escondidos no passado começam a interferir constantemente no presente das nossas personagens. Fora a quadrilha amorosa que gira em torno de Linda, Miguel, Afonso e Berta... Na verdade, todos gostam de Berta.
Esse fato mostra uma construção de personagem idealizada, muito característica do romantismo, apesar de Berta ser diferente daquelas mocinhas dos romances europeus. Berta luta, enfrenta perigos, é forte e consciente do que é se sacrificar para o bem dos outros, ao contrário daquelas mocinhas que só desmaiam e choram... e desmaiam. Então, sim, é possível gostar do livro só por causa de algumas atitudes dela, porém há muito mais que isso. Existe uma história rolando.
E quem a coloca em movimento é Barroso. Outro fazendeiro que acaba encomendando a morte de uma certa pessoa. O interessante é como tudo vai se desenvolvendo: os motivos que o levam a querer essa pessoa morta; o que o faz desejar a morte de uma outra pessoa. Enfim, como todo bom covarde, ele não faz nada com as próprias mãos, e contrata Jão Fera, um bugre temido por sua ferocidade e destemor nas emboscadas. Este é uma personagem com contradições: apesar de ser pago para matar pessoas, ele se recusa a roubar, por exemplo. Enquanto solta sua fúria sobre outros, é acalmado por um simples olhar de Berta. (Sim, ela mostra sua influência aqui também).
A relação deles é outro ponto chave para o desenrolar da trama. E que também tem uma ligação gigantesca com o passado. Os primeiros capítulos da segunda parte do livro são dedicados para mostrar o passado que levou todos ao nó que estava o presente. É muito interessante e não deixa de ser um livro bem escrito, levando em consideração que o autor não tinha tempo para pensar com cuidado em cada parte da história, pois não era um todo que saia dele, mas sim, um capítulo por vez.
Com o perigo rondando nossas personagens a todo momento, o leitor fica preso nessa história fofa e, ao mesmo tempo, cheia de aventura e mistério. A maioria das pessoas que conheço, gostaram do livro. Então, eu recomendo (tanto por ser uma leitura para os vestibulares, quanto por ser uma história gostosa de ler). Uma dica: tenha sempre um dicionário ao lado, ou no celular. Til tem um vocabulário denso, mas não impossível de ler.


Izabela, 23, bookahoolic desde os 12 anos – época em que meu irmão não me respondeu se o Harry morria ou não no final e me mandou ler. Não parei desde então. Não vejo meu futuro senão junto aos livros e trabalharei muito para que esse sonho se realize. Esse blogue é um passo e espero poder mostrar a todos vocês, leitores, como o mundo real e o nosso real podem se misturar.
Nascida e criada em uma família de leitoras (girl power!), comecei a ler livros mais sérios aos 11 anos, mais precisamente Harry Potter, logo em seguida descobrindo minha verdadeira paixão que é a literatura fantástica com o mestre J.R.R Tolkien, também meu autor favorito. Nerd (com orgulho) desde criancinha, hoje aos 25 anos não vivo sem: Livros! Música, filmes & séries, RPG, jogos em geral e passar um tempo com as amigas.
Sou uma geminiana de múltiplos interesses na vida e na literatura. Minha família é nerd e não nego as raízes. Quando pequena fui apresentada ao universo da ficção com Star Wars pelo meu pai enquanto minha mãe me presenteava com livros infantis. Aos 14, conheci e me apaixonei por HQs e mangás (ainda mantemos uma relação séria até os dias atuais). Hoje sou uma mistura de meus pais, casando uma grande paixão por fantasia e ficção com romances de época e contemporâneos, dando uma passada no setor de quadrinhos pelo menos uma vez ao mês e parando de vez em quando para assistir uma série, um filme ou um anime.



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