Dançando Sobre Cacos de Vidro

Autora: Ka Hancock
Título Original: Dancing On Broken Glass
Tradução: Regina Lyra
Editora: Arqueiro
Páginas: 336

Onde Comprar: Saraiva - Submarino - AmazonBr

Olá leitores e leitoras! Bom, para começar, eu li um drama! Fazia tempo que estava imersa em fantasia, distopias, ficção em geral. Mas veio a vontade de ler algo realista, dramático, sofrido. E acima de tudo, possível. Então escolhi este livro a esmo, vi uma menina lendo no Skoob, e li a sinopse. Logo adquiri e comecei a leitura, e que livro lindo, mas vamos a resenha né? Antes que eu chore aqui.

Dançando Sobre Cacos de Vidro conta a história de Lucy e Michael (Mickey). Mas quem dera o romance do casal ser algo comum, definitivamente não é. Lucy e suas irmãs Lily e Priscilla são órfãs. Seus pais morreram em momentos diferentes de suas vidas. Seu pai era um policial e foi morto por um tiro no trabalho quando Lucy era apenas uma garotinha e anos mais tarde sua mãe teve câncer de mama e não resistiu a doença. Mas juntas, elas construíram suas vidas e seus laços se tornaram cada vez mais fortes, vivendo em uma pequena cidadezinha próxima a Boston. Quando Lucy faz vinte e um anos, conhece Michael em sua festa de aniversário. O homem, extrovertido, engraçado e dono do estabelecimento onde a festa acontece, de início mexe com os sentimentos de Lucy. Não demora muito para que eles se envolvam, mas Mickey não é o que a jovem esperava.


Michael é um homem bem sucedido, junto ao sócio ele toca os negócios de bares e shows de Stand Up, e considera-se um homem de sorte ao cruzar o caminho de Lucy. Mas ele sofre de algo muito grave, ele é um doente mental. Sim, é pesado ler o termo "doente mental", mas o jovem sofre de transtorno bipolar, que o leva a ter diversas crises, e a tomar vários medicamentos. Graças a estes medicamentos e ao seu terapeuta desde a infância, ele consegue levar a vida normalmente entre as crises. Lucy se apaixona por Mickey e ele por Lucy. E o amor deles resiste ao tempo, às crises dele e ao câncer de mama que a jovem infelizmente acaba herdando de sua mãe em certo momento.

Onze anos depois, já curada e em remissão, o casal acaba de passar por uma crise do transtorno bipolar e Lucy descobre que está grávida. Isso mesmo, grávida! E não é um spoiler, pois é aí que a história começa a se desenvolver.
Ambos com um péssimo histórico de doenças, haviam decidido nunca ter filhos e após o câncer, a jovem fez uma laqueadura. Mas a natureza, o destino, e tudo o mais conspiraram contra eles e agora esperam um bebê!

Em meio a muitos medos, incertezas, e uma carga emocional que surge durante o caminho, Lucy e Michael vão ter que tomar muitas decisões, por eles e pelo bebê que esperam. Eu amei o livro, é um drama pesado mas muito bem escrito, condizente com a realidade, triste e belo ao mesmo tempo.

"Lucy me amava - mesmo com parafusos soltos, peças sobressalentes e partes danificadas. Ela amava o pacote todo - dizia que devia ser assim ou não faria sentido me amar.[...] Essa mulher ainda me fascina, sobretudo em momentos como este, quando saio do buraco com o cérebro embotado e a primeira coisa que consigo enxergar é o seu amor. Todo ser humano que não bate bem deveria ter a mesma sorte."

A autora, Ka Hancock, desenvolve bem a história, que é narrada pelos dois personagens, e o ponto de vista de Mickey sobre sua bipolaridade é fantástico. Achei muito legal essa narrativa dupla, com passagens do passado e de como se conheceram também. Outro ponto positivo são as relações familiares e de amizade no livro, mesmo entre altos e baixos sofridos pelos personagens e seus problemas pessoais. Afinal, em uma cidade pequena as pessoas são próximas, e esse clima é muito aconchegante.

A minha única crítica em relação a Dançando Sobre Cacos de Vidro, foi ter sido um pouco previsível, mas o problema sou eu, que pego tudo muito rápido (isso atrapalha na leitura, chateada), e mesmo assim me surpreendi com a autora, com os personagens encantadores e com o final.

Pra finalizar, este livro me fez lidar melhor com a morte, porque Lucy fala muito sobre isso, citando-a como um personagem também, em relação as mortes que enfrentou desde criança e sua proximidade com ela.


"Conheci a Morte numa festa."

Recomendo o livro, não é sempre que queremos ler algo assim, mas quando a vontade chegar, leiam Dançando Sobre Cacos de Vidro e deixem os lencinhos a mão!






10 comentários :

  1. Olá, Camila. Tudo bem?
    Acho que também faz tempo que não leio um drama e, ao ler sua resenha, deu vontade. Atualmente tenho lido mais livros técnicos, teóricos e históricos. E quando vou para literatura, acabando entrando na Ficção Científica.
    Acho que esse drama seria uma boa para quebrar essa sequência nerd. rs Acho que o livro trará boas reflexões.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de março. Você escolhe o livro que quer ganhar!

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  2. Eii, Camila!

    Tenho interesse neste livro há um tempinho já, mas ainda não havia entendido muito bem a história dele através da sinopse. Depois que li sua resenha me encantei ainda mais com o clima dramático dela, hahaha!

    Confesso que sou mais da fantasia do que do drama, assim como você, mas é realmente bom "esparecer" de um gênero de vez em quando.

    Um beijo e amei conhecer o blog de vocês! <3

    Vi ( http://blogfloreando.blogspot.com.br/ )

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  3. Oi Caah! Eu pensei que esta resenha era de uma das meninas, fiquei surpresa por ser sua, mas apoio você em arriscar-se em outros gêneros, eu leio de tudo um pouco, mas sempre foco mais em alguns gêneros, por exemplo terror estou afastada faz um bom tempo. Enfim, sobre este livro, a sua não é a primeira resenha elogiosa que vejo, tenho vontade de conferir e não ligo que algo seja previsível, se for bem desenvolvido vale à pena. Bom domingo!

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  4. Oi
    Desde que eu vi esse livro na revista do Avon fiquei com vontade de ler, ele parece ser bom e gostei da resenha, poi agora sei melhor sobre o que o livro fala, nem sabia da doença do Michael.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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  5. Sempre fico em duvida com esse livro, vejo opiniões tão controversas que ainda não decidi se vou me aventurar pelas páginas dele.
    E confesso, saber que é previsível não me deixa muito ansiosa por ele..rs

    Café com Letras

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  6. Uau! Quanta tristeza e tensão.
    Mas é bom ler livros assim de vez em quando.
    Gostei. Fiquei bem interessada.
    E eu nem ligo de ser previsível. Gosto de ser surpreendida, óbvio, mas drama é um gênero que não faço questão de surpresas demais, hehe.

    Beijooos

    www.casosacasoselivros.com

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  7. Olá!
    Esse livro está a tempos na minha lista de desejados
    Sendo um drama quero ficar bem preparada psicologicamente pra ele rsrs
    Gosto de livros assim que se intercalam entre um personagem e outro.
    Odeio quando pego um final do livro antes de terminar.
    Mas como sou meia lerda acho que não vou ter esse problema rsrs

    http://malucaspor-romances.blogspot.com.br/

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  8. Olá :)

    Caramba, eu nunca tinha parado para ler sobre esse livro, já estava enamorada pela capa. Sua resenha me despertou uma louca vontade de lê-lo.
    Acho esses dramas familiares interessantes. O fato do Mickey ter esse transtorno psicológico e da Lucy ter que lidar com essa quantidade de coisas, além de amadurecer muito cedo, me deixou interessada na história.
    Quero saber o que a vida reserva para esse casal e sua família.

    Beijocas, amei a resenha.
    http://www.segredosentreamigas.com.br/

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  9. Tenho o mesmo problema que você, Camis. Sempre acabo descobrindo os finais e não sei se são previsíveis mesmo ou se sou eu que acabo pegando tudo rápido demais... Hahahaha
    Mas esse livro parece ser ótimo! Eu fiquei com vontade, mas aí entra mais um para minha lista infinita de "a ler"... Hahaha

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  10. Êh Camila, enquanto você deu um passo para fora eu estou fazendo viagens cada vez mais constantes e profundas da ficção fantástica e cientifica XD
    Não se engane, as resenhas de romance policias que tem aparecido são antigas.
    Lidar com a morte é algo que sei bastante, é inevitável, não fico triste quando ela chega para alguém próximo. Saudoso? Talvez. Mas nunca triste, não há razão para ficar quando as memórias mantem os melhores momentos com as pessoas vivos para sempre.

    Saudações,
    Ace Barros
    Capitão do drakkar Interlúdio, navegando pelo Multiverso X
    multiversox.com.br

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