Literatura nas Telas #05: O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe e sua rosa - Foto: Divulgação
Eu já ouvi muita gente dizer que não gosta da história do Pequeno Príncipe. Todos falam a mesma coisa “li uma vez e não achei grande coisa”, mas então eu pergunto “quando foi que você leu?”, e eles sempre respondem “quando era criança”. E é aí que eu lhes asseguro, que este livro não é para um público infantil. Não importa que o catalogaram dessa forma, a verdade é que quem consegue realmente compreender a essência da história somos nós, adultos capazes de ler nas entrelinhas as metáforas da vida e da morte. 

Para quem não conhece, o livro conta a história de um piloto de avião que nunca compreendeu bem as pessoas grandes. Quando criança, descobriu que as jiboias devoravam um boi inteiro e passavam meses fazendo a digestão. Então ele desenhou uma cobra digerindo um elefante, mas nenhum adulto entendeu o desenho e lhe perguntavam o tempo todo por que estaria desenhando um chapéu. Decidiu então desenhar mostrando o elefante dentro da jiboia, mas lhe falaram para desistir do desenho e estudar geografia, matemática e outras matérias mais importantes. E assim ele fez.



As duas jiboias criadas pelo piloto - Imagem original do autor do livro, Antoine de Saint-Exupéry

Foi quando o avião do piloto caiu no deserto do Saara que ele finalmente encontrou alguém que não precisava de explicação para seu desenho. O Pequeno Príncipe era um menino loiro e de aparência frágil, mas com uma forma de pensar incomum. Ele disse ter vindo de um pequeno planeta distante. E, na convivência com o piloto perdido, os dois discutem o sentido da vida com as mais lindas metáforas que já li.

“Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
A Raposa

O autor, Antoine de Saint-Exupéry, era um piloto de avião durante a Segunda Guerra Mundial. Seu livro foi publicado em 1943 e, em 1944, Antoine desapareceu durante sua última missão. Até hoje, ninguém sabe o que aconteceu com ele, mas o seu Pequeno Príncipe se tornou o terceiro livro mais lido do mundo, com mais de 8 milhões de exemplares vendidos só no Brasil. 

A Raposa e o Pequeno Príncipe - Foto: Divulgação

O filme, com direção de Mark Osborne e dublagem de Marcos Caruso (o aviador) e Larissa Manoela (a protagonista), usa o Pequeno Príncipe como gancho para contar uma outra história tão linda quanto sua inspiração.

No longa, temos uma mãe que criou um plano de vida para filha para que ela entre na melhor escola da região e, futuramente, se torne uma adulta incrível. A menina é muito inteligente e quer agradar a mãe, fazendo assim tudo o que foi planejado. Ela tem hora certa para comer, fazer exercícios físicos, estudar, estudar, estudar e dormir. Parece um mini robô programado para as funções específicas. 

Para conseguir entrar nessa super escola, as duas se mudam para uma casa próxima da instituição e, então, devem aprender a conviver com o velho maluco do vizinho que não se encaixa na forma que a sociedade dita que se deve viver.

O aviador, dublado por Marcos Caruso aqui no Brasil - Foto: Divulgação
Um dia, enquanto a garotinha estudava, um aviãozinho de papel entra por sua janela. O papel era a primeira página do livro que contava a história do Pequeno Príncipe. Quando a menina vai atrás de seu vizinho para devolver o desenho, ele começa a contar a ela a história de um aviador que caiu com o avião no deserto e encontrou por acaso um garoto loiro andando sozinho por lá. E é assim que o vizinho aviador ensina à garota o que é ser criança e o que realmente importa na vida.

“O problema não é crescer, é esquecer!”
O Aviador

O filme é como se fosse duas animações dentro de uma só. Os desenhos mudam de forma concisa indicando a realidade e a imaginação até chegar em um ponto que você não consegue mais saber o que é real e o que se está imaginando. São efeitos incríveis.

A garota protagonista, dublada por Larissa Manoela aqui no Brasil - Foto: Divulgação
Na coletiva de imprensa, o diretor do longa confessou que a história do Pequeno Príncipe é importante para ele de forma muito pessoal porque foi a namorada da faculdade (que hoje é sua esposa e mãe de seus filhos) que lhe deu o livro pela primeira vez quando foram morar em locais distantes. Ele disse ainda que enquanto dividia as falas dos diálogos da história com sua mulher os dois se emocionaram muito.

E, de fato, na sala de imprensa pelo menos, não havia uma pessoa que não tenha ficado com os olhos cheios de lágrimas. Porque essa história trata de um tema que é de difícil aceitação: a morte. Seja criança ou adulto, quando amamos alguém não queremos que a pessoa parta em momento algum. Mas, como a sábia raposa ensinou ao Pequeno Príncipe, “a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...”

O Pequeno Príncipe ao descobrir um jardim de rosas - Foto: Divulgação
O que torna esse filme incrível também é que você não tem nenhum celular, computador ou tecnologia. Isso, segundo Mark Osborne, é para que o filme seja atemporal. E todos nós vamos nos identificar. Ainda mais em uma época onde as crianças têm a agenda mais lotada de compromissos que os adultos, onde as pessoas grandes procuram por algo que não sabem o que é direito e esquecem de ver os pequenos momentos com as pessoas que realmente importam. 

“Os homens cultivam cinco mil rosas em um mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado em uma só rosa.”
Pequeno Príncipe

Enfim, a história é linda e o filme está muito mais que recomendado!



Sinopse do filme: Uma garota acaba de se mudar com a mãe, uma controladora obsessiva que deseja definir antecipadamente todos os passos da filha para que ela seja aprovada em uma escola conceituada. Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco em sua casa. Curiosa em saber como o objeto parou ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho, um senhor que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteroide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto em plena Terra.



Para comemorar o lançamento do filme, a joalheria Dryzun, está lançando uma nova coleção com mandalas e vários charms incríveis do Pequeno Príncipe. E o melhor de tudo? O preço inicial das joias da coleção é R$ 100,00! Quem quer várias já? Além de mim, é claro. ;)

Joias Dryzun - Foto: Divulgação



8 comentários :

  1. Apesar de o filme não seguir exatamente o livro (obra que eu amo demais, aliás), quero muito assisti-lo. Pegar o livro como gancho para criar um outro enredo inesquecível foi uma ideia genial.

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    1. O filme, mesmo não tendo o foco centrado na história do livro, encanta demais! Ficou muito fofo e emocionante.

      Tenho certeza que irá gostar. :)

      Obrigada pela visita!

      Bjs

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  2. Oi Carol!
    Era o filme que eu mais esperei e infelizmente não pude conferir nos cinemas. Seu texto ficou perfeito e tocante, assim como a obra. Eu li quando pequena, e na época o que me chamou a atenção era o fato de conhecer um príncipe de outro planeta. Após a fase adulta, reli várias vezes, mas sempre com a mesma emoção.
    É um livro único!
    Beeijos
    myqueenside.blogspot.com.br

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    1. Olá, Bia!!

      Realmente, O Pequeno Príncipe é uma obra única e muito tocante. Uma pena que não tenha conseguido assistir nos cinemas, mas acredito que em pouco tempo terá como ver o filme na sua casa. Acho até que nas ilegalidades já tenha disponível! Hahahaha

      Obrigada pelos elogios e pela visita!
      Bjs

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  3. Olá Carolina,

    Não li o livro ainda mas quero muito, mas pelo o andar da carruagem vou assisti o filme primeiro....gostei demais da sua resenha....bjs.


    devoradordeletras.blogspot.com.br

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    1. Oi, Marco!

      O livro é muito pequeno e em menos de meia hora consegue lê-lo se tiver o interesse. Mas veja o filme sim! É muito bem feito e qualquer pessoa irá gostar - seja criança ou adulto.

      E fico muito feliz que tenha gostado do texto! :)

      Bjs

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  4. Que lindoooooooooo!! Ainda não vi o filme, mas agora eu quero mais que tudo!!

    Amei tudo que disse!!! ♥

    Bjks

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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    1. Que bom, Lelê!!
      Fico super feliz com seus elogios e espero que goste tanto do filme quanto eu gostei!!

      Beijão!

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