Editora: Companhia das Letras
Augusto dos Anjos foi um poeta livre e verdadeiro, segundo o narrador. Durante sua vida, onde o romantismo, o parnasianismo, o realismo e o simbolismo travavam longas lutas para saber qual escola se consagraria, Augusto não escrevia nada relacionado a elas e, por isso, foi ignorado pela sua época e, só se tornou famoso por todo o país depois de sua morte.
"- Que grande privilégio; O que o senhor acha, a poesia de Augusto dos Anjos é parnasiana, simbolista, cientificista, romântica?
Irritado com sua pergunta, falo sobre minha teoria de que Augusto jamais representou alguma escola literária." Professor e Narrador, p. 260
"A poesia de Augusto não é simbolista, nem cientificista, nem parnasianista; é feita de carne, de sangue, de ossos, de sopros da morte. (...). Os que se filiam a escolas são mentirosos, e Augusto jamais mentiu. (...). Professava a fé de um monista, vasculhava as maravilhas da vida, os enigmas do universo, a origem das espécies, sentia em si as dores do mundo, o nascimento e o desvanecimento da matéria. Que escola é essa?" Narrador, p. 263
Apesar de ser um livro envolvente é, também, muito irritante, porque nos deixa com várias perguntas não respondidas: quem era o narrador? Camila morreu ou não? Ana Miranda, ao optar por ficcionar a figura histórica de Augusto dos Anjos, mistura com elegância biografias, romances e documentos históricos, que juntos, formaram essa quimera ambulante, consequentemente, fica difícil conseguir respostas...
"- Pois se quem morreu é o poeta que escreveu esses versos, então não se perdeu grande coisa." Olavo Bilac, p. 14
"- Ainda destrói sem piedade os corações das mulheres?
- Ah, não fale assim. Sou um outro homem. Eu existo apenas para amar uma mulher, que é a única em meus pensamentos.
(...).
- Eu daria minha vida para ajudá-la, dona Esther." Esther e Narrador, p. 252
"Sinto que Augusto não morreu completamente, pois a única maneira de se morrer completamente é ser esquecido e ele permanece na mente de muitas pessoas." Narrador, p. 108
"A poesia não mente, um porta mórbido é necessariamente uma alma patológica; hoje todos aspiram a possuí-la. Não quereriam, se soubessem que dores remendas causava em Augusto. Ele sentia agulhas, alfinetes, pregos enterrados em seus olhos; e uma sensação de esmagamento no corpo. Era o peso de sua alma, que o mortificava." Narrador, p. 125
Demorou, mas chegou...
Parabéns!! Achei suas colocações muito plausíveis e interessantes. O capricho presente no blog também faz com que o interesse seja despertado. Muito bom mesmo.
ResponderExcluirMuito obrigada, Samira. Que bom que você gostou e se interessou pelo livro. É gratificante saber disso ^^
ExcluirQUE LINDO ESSE POEMA!!!!!!
ResponderExcluirEu também adoro esse poema!
ExcluirAmo Augusto dos Anjos. para mim um dos melhores poetas em língua portuguesa.Tomei conhecimento do livro em 1970, quando ainda estava na faculdade.Ele tem coisas maravilhosas, tais como Soneto (em memória do filho morto), Versos a um Cão, Debaixo do Tamarindo,O morcego (lindo demais),Monólogo de uma Sombra... Bem tem tanta coisa, que não cabe aqui.
ResponderExcluirEu conheci o autor por motivos escolares somente. Mas é sempre bom ir atrás e saber sobre o que mais esses autores escreveram. Apesar de não ser o tipo literário favorito dos jovens, todos esses poetas já estiveram na pele de adolescentes e viveram situações parecidas (não diria iguais, pois muitas coisas mudaram), no entanto, há algo imutável na essência humana. E, acredito, muitos desses autores conseguiram identificá-la e imortalizá-las em poemas
Excluirlegal, gostei só preciso ler
ResponderExcluirVá atrás! Não irá se arrepender o/
ExcluirMuito bom.
ResponderExcluirObrigado
De nada (?) hahahaha
ExcluirAdorei a resenha, e eu preciso desse livro para ONTEM! Parece ser aquele livro envolvente que não te deixa desgrudar antes de ler a última página.
ResponderExcluirCom certeza irei ler!
Ahhh meninas, voltei com meu blog, repaginado, com novo nome e layout. Se puderem, vão lá me visitar?? Vou amar!!! rs
Alichel Mortoni
https://livrosgatosenutella.blogspot.com.br
Alichel, espero que você goste mesmo dessa leitura! Depois me conta o que achou desse clássico?
ExcluirIrei visitar, com certeza!
Beijos!
Conheci o livro quando fui prestar o vestibular da minha universidade, a UFPR, mas na época foi muito corrido, e não tive tempo pra ler. Então, certo dia, passando pela Livraria Curitiba, peguei o livro, li algumas páginas e já foi paixão.
ResponderExcluirÉ extremamente interessante ver um poeta tão incógnita como o Augusto sendo retratado da maneira como é, e cogito que seria de grande valia se professores especializados em autores específicos tentassem produzir obras nesse padrão. O aprendizado fica suave e prazeroso.
Há também um jornalista e escritor, Carlos Heitor Cony, que relata sua própria vida, fundindo ficção e realidade; não é uma obra parecida, mas você também acaba conhecendo a vida do autor, e as questões sobre o que é real e o que é imaginário despertam o interesse ao longo da leitura. O nome do livro é Quase Memória. Excelente. Recomento muito.
Até mais ^^
Geovanna, adorei sua visita - muito obrigada
Excluiranotei sua sugestão e estou ansiosa para poder conferir essa obra contemporânea.
acredito que essa seja uma proposta super interessante no cenário educativo que estamos. no entanto, acredito que não faltam propostas desse tipo, mas sim, incentivo para que elas saiam do papel.
Beijos, volte sempre!
Olá,
ResponderExcluirAmei a forma com que explicaram a obra !
Eu li o livro e gostei muito.
Só gostaria de saber se vocês acham que a narração do livro está em 1° pessoa, 3° pessoa ou ponto de vista alternado, em que o usam 1 e 3 pessoa ?
primeira pessoa..é o ponto de vista de um amigo
ExcluirWow! Muito show essa resenha pessoal! :D Colocar trechos do livro ajuda MUITO a compreender a obra ^^
ResponderExcluirexcelente resenha, parabéns
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