Belinda & Em

Autora: Cammie McGovern
Título original: A Step Toward Falling
Tradução: Alda Lima
Editora: Galera
Páginas: 400

| Livro cedido em parceria com o Grupo Editorial Record |

Sinopse: Autora de “Amy & Matthew”, Cammie McGovern volta às livrarias contando a história de uma outra dupla desta vez. Emily sempre se orgulhou da sua capacidade de enxergar além das aparências. Copresidente da Coalizão para Ação Jovem da escola, é a primeira a defender os direitos das minorias. Mas, secretamente, Emily ainda é um pouquinho fascinada pelos populares da escola. E nutre um leve rancor quanto a sua inexistente vida amorosa. É justamente enquanto pensa nisso que a garota testemunha uma colega de classe com necessidades especiais, Belinda, ser atacada embaixo das arquibancadas da escola. E não faz nada. Emily e Lucas, outra testemunha passiva do ataque, são obrigados a prestar serviço comunitário em um centro de pessoas como Belinda. Logo os jovens começam a sentir que podem fazer uma diferença real.

Cammie McGovern não é uma autora que eu conhecesse antes de receber Belinda & Em da Galera Record. Mas achei incrível o fato dessa mulher, com três filhos - sendo um deles autista -, utilizar os romances como forma de propagar algumas das histórias incríveis sobre pessoas com diferentes deficiências que conheceu ao longo dos anos. 

Cammie e o filho com autismo
A história de Belinda & Em foi inspirada na Whole Children/Milestones, uma instituição fundada pela própria Cammie há 14 anos que continua ajudando pessoas com deficiências em Massachusetts, no Estados Unidos. 

O livro tem a narração dividida entre Emily e Belinda. Duas jovens diferentes, mas que se conhecem de certa forma desde a infância por causa da escola.

Emily é uma adolescente comum que sempre teve orgulho de ser a co-presidente da Coalizão para Ação Jovem do colégio onde estuda. O grupo é o primeiro a defender as minorias e a realizar movimentos que incentivam práticas saudáveis entre os alunos. Em sabe o quão importante é uma pessoa ser politicamente ativa e tem orgulho dos feitos que conseguiu alcançar, como, por exemplo, convencer os funcionários da cantina a usar materiais recicláveis.
Secretamente, Emily tem uma grande mágoa por sua vida amorosa inexistente e também certa fascinação pelos “populares”.

Só que a vida de Em tem uma virada durante um jogo de futebol americano da escola, quando ela vê Belinda, uma garota com necessidades especiais, sendo atacada embaixo da arquibancada e não faz nada!

Além de Em, Lucas, um dos jogadores do time, também vê a cena e deixa a garota largada a própria sorte.
Por causa disso, tanto Emily quanto Lucas são obrigados a trabalhar como voluntários em um centro especializado em pessoas com deficiências. E essa experiência irá mudar os dois, fazendo-os desejar realizar uma diferença real na vida de algumas pessoas.

"Segunda-feira, na escola, vejo Lucas andando pelo corredor de muletas e com uma enorme bota de velcro por cima da calça de ginástica. Queria que tivéssemos tido mais que apenas umas poucas conversas - a maior parte delas ruins -, para eu poder dizer a ele como sinto muito. Queria que ele me conhecesse bem o bastante para saber que realmente sinto."
Emily, p. 100

Belinda, por outro lado, ficou muito abalada após o ataque. Ela deixa de ir às aulas por semanas e sua avó não se sente segura de deixá-la voltar a estudar. Mas Belinda é uma garota forte. Mesmo com suas deficiências, ela conhece seus pontos fortes e decide não perder tempo em casa e aproveitar o período que ainda tem porque ela sabe o quão difícil é para uma pessoa como ela conseguir um emprego depois de formada. 

"Na nona série tentei entrar em uma, mas o Sr. Bergman, o diretor, disse que não era possível, pois não havia ninguém para me acompanhar após as aulas nos ensaios. Vovó foi até a escola e disse que eu não precisava de acompanhante. Ela falou que eu me saía muito bem no teatro e que já tinha atuado em quatro peças. O diretor pediu desculpas, mas disse que mesmo assim não seria possível.
Não foi possível novamente no ano seguinte, nem no outro depois, nem em nenhum ano em que estudei naquela escola. Este ano, quando fui fazer o teste, ele me perguntou por que eu continuava tentando, e eu respondi: "Porque sou boa atriz. Já fiz doze peças.""
Belinda, p. 74

A narrativa fará com que Emily e Lucas busquem uma forma de se desculpar com Belinda e mudar as coisas para ela. Ao mesmo tempo, Belinda deverá lidar com o trauma do ataque que sofreu e aceitar as mudanças da vida para seguir em frente após se formar no colégio.


Belinda & Em é uma história bonita. A autora nos apresenta uma personagem autista que de fato se parece com as pessoas que já teve que lidar com muita rejeição na vida, mas que nem por isso deixa de tentar. Belinda está no último ano do colégio e não parece que será tão fácil assim para ela conseguir um emprego depois que se formar. Além disso, ela também é obrigada a enfrentar grandes mudanças em sua rotina - algo que não é muito fácil para alguém com sua condição - e lidar com o ataque que sofreu na escola.

Emily é uma boa garota comum. Ela sempre pensou que quando visse algo errado, conseguiria agir, mas quando algo realmente aconteceu, ela não conseguiu fazer nada. Sua punição de prestar serviço voluntário em um centro para pessoas com deficiências é o que a faz enxergar o mundo e as pessoas com outros olhos, desejando enfim fazer algo que impacte na vida de outros. Especialmente, algo que ajude Belinda depois de tudo o que aconteceu.

Lucas é outro personagem que poderia ter ganho um espaço a mais na narração. Assim como Em, ele se sente muito culpado por não ter feito nada para ajudar Belinda e será uma das pessoas com melhor desenvolvimento da história. Ele será essencial para o próprio desenvolvimento de Belinda e Emily. É uma das peças que completam o quadro.

Enfim, Belinda & Em é um livro fofo e sensível, que lida com questões delicadas de uma forma sutil, mas completamente real. Recomendo muito esse romance para quem gosta de uma história diferente do usual. 





13 comentários :

  1. Oi Carolina, achei bacana o trabalho que a autora já desenvolve ajudando pessoas com deficiência assim como achei bacana a premissa da história. Reações podem mesmo ser imprevisíveis mas o interessante virá das lições após o ocorrido que os três irão descobrir. A história parece mesmo fofa e interessante e fiquei com vontade de ler também ;)

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  2. Oi, Carolina.

    O livro não trouxe somente reflexão para a Emily e para o Lucas, mas sim, para todos... Mesmo que tenha sido de uma forma traumatizante.

    Assim como eles mudaram a forma de pensar, de ver tudo, o livro também quer passar isso para nós.

    Acho que é muito bom ver o arrependido deles refletidos, por terem ficado imóveis, diante de tal situação e querendo se redimir.

    Enfim, o tema proposto é muito importante.

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  3. Carolina!
    Parece uma história intensa, profunda e bem sentimental, cheia de refelxões e que trata sobre o autismo, uma doença que deve ser discutida de forma bem aberta, afinal, a incidência tem sido grande, além de ter vários graus.
    Novo Ano repleto de realizações!!
    “Meta para o Ano Novo? Ser feliz!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  4. Olá Carolina!
    Pelo visto o livro é lindo, li com essa sua 4 resenhas e que me deixaram bastante curiosa pra conhecer a história, parece ser fofa msm e agradável, vou anotar nos desejados então.
    Bjs!

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  5. Parece ser uma historia muito bonita e a personagem nos inspira que mesmo tendo autismo ela é forte e não se deixa desistir vai a luta mesmo tendo dificuldades pela frente, mas é triste porque mostra como o ser humano é uma pessoa muito cruel também.

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  6. Parece ser uma ótima história, espero ter a oportunidade de ler ainda.

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  7. Só eu estou desejando uma futura adaptação? Que livro lindo, doce e encantador, lendo livros assim é onde nós colocamos no lugar do outro e sentimos e vivemos o que eles vivem, muitas pessoas podem se questionar o porque de Emily e Lucas não terem feito o que é certo, mas isso foi um mal que trouxe um bem para eles (a convivência no centro), acho legal a ideia da autora dá espaço a questões delicadas, até porque ele tem um filho autista e claro ela deseja um mundo melhor para aqueles que são diferentes e livros assim nos traz essa perspectiva, gostei muito da resenha bem objetiva e como já disse os quotes bem colocados na resenha, abraços!

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  8. Achei muito bonita a capa deste livro, achei muito interessante a história de Belinda & Em ser inspirada em uma instituição fundada pela própria autora há 14 anos que continua ajudando pessoas com deficiência em Massachusetts, no Estados Unidos. Após ler sua resenha acabei ficando muito curiosa para ler este livro, realmente é um livro fofo e sensível, pretendo ler este livro.

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  9. Oi Carol
    Fiquei com o pé atrás com a Emily, sei que ela tentou se retratar, mas pelas resenhas que li tive a impressão de que algumas vezes ela não quis assumir a culpa do que fez. Terei que ler para entender mais ela, o drama todo de Belinda parece ser bem complexo.
    A frase que contém na capa de fato combina com o livro, e a autora fez (e faz) um belo trabalho com os temas que trabalha, não leio muitos livros no estilo. Está na lista de desejados, espero ler esse e outros trabalhos da autora.
    Beijos

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  10. Gente do céu que história fofa é essa não li o primeiro livro da autora que você mencionou mas essa sinopse mexeu muito comigo e eu sei que vai ser um livro que vai derramar muitas lágrimas então vou logo adicionar lista do skoob

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  11. Oi, Carolina!
    Faz uma tempão que quero ler Amy & Matthew da Cammie McGovern mas ainda não tive a oportunidade, espero lê-lo futuramente...
    Quanto a Belinda & Em, nunca li nenhum livro onde o personagem era autista, e fiquei muito curiosa para conhecer a Belinda, gosto de personagens fortes iguais a ela, que mesmo com as dificuldades segue em frente...
    Valeu pela dica! Bjos!

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  12. Que bacana esta resenha, fiquei aqui encantada querendo saber mais, com certeza já foi para minha lista desejados. Tão bacana ler livros com temática de buling/ deficiência e sobre a superação disso, são historias que nos abrem a cabeça para este tipo de assunto.

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  13. Uau! Que livro delicado... gostei da proposta!
    Sua resenha está muito boa e merece ter uma chance, por isso, vou ler!

    Beijos,
    Danny

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