As Vantagens de ser Invisível

Autor: Stephen Chbosky
Título original: The perks of being a wallflower
Tradução: Ryta Vinagre
Editora: Rocco

Eu demorei muito para ler esse livro. Me lembro de vê-lo nas livrarias, ouvir mil maravilhas sobre ele, olhar essa capa e pensar: que livro bobo. Um ano se passou desde essa situação e - como o Cosmos gosta de aprontar, ele colocou o livro na minha vida. Como? É uma história engraçada, então, se vocês quiserem ler, fiquem à vontade, se não, só pular para a resenha. 

Tudo começou com a música Asleep. Eu amo a versão da Emily Browning, aquela que toca no Sucker Punch. E como nunca  o tinha assistido, fui à locadora. Aí, o Sucker Punch estava ao lado de As Vantagens de ser Invisível e eu o peguei também. Assisti SP e adorei. Fui assistir AVDSI e qual é a música favorita do Charlie?... Asleep. Então foi como se um ciclo do Cosmos tivesse sido fechado e eu agora estou aqui resenhando o livro que tive, obviamente, que comprar no dia seguinte à sessão cinema. Adoro essa magia que nos ronda e, às vezes, quando precisamos voltar a acreditar, ela bate à nossa porta.

O que falar desse livro? Bom, consigo defini-lo em duas palavras: triste e lindo.

A história de Charlie é narrada através de cartas que ele escreve para um interlocutor desconhecido ao leitor. Apesar deu acreditar que nós sejamos o interlocutor de Charlie, um parceiro e seu confidente e apenas expectador do desabrochar de um jovem  de 15 anos traumatizado pela vida, em plena época de rock, drogas música de altíssima qualidade. Charlie está começando o Ensino Médio e não tem nenhum amigo, adora ler e vive às margens da sociedade. Até que conhece Patrick e Sam, pessoas que serão capazes de mudar a vida de Charlie para sempre.

As cartas começam num ritmo constante, onde o leitor pode perceber como que é doce e frágil a personalidade desse garoto incrivelmente inteligente e com o dom para a escrita. Porém, na medida em que se aproxima de Sam e Patrick, se afasta das cartas, deixando intervalos maiores, porque ele diz estar "participando". E assim, uma constante é percebida nas cartas: quando tudo está bem na vida de Charlie, as datas são mais espaçadas. Já quando ele entra numa crise, é uma carta atrás da outra. Tanto o leitor, quanto o interlocutor se sentem impotentes e apenas podem virar a página e descobrir o que aconteceu, isso se Charlie conseguir escrever a próxima carta.




São um livro e um filme que me tocaram muito. Fala sobre amizade, dependência e superação de um modo realista que acabará com o leitor. Um ponto que me intrigou muito foi a história dele e de sua tia Hellen, um gancho que, acredito, poderia ter sido mais utilizado, porém entendo porque foi escrito dessa maneira. Nem mesmo Charlie sabe o que aconteceu, portanto, o leitor/interlocutor apenas sabe o que Charlie se lembra de escrever. Essa escrita de Chbosky é intrigante e funciona, porque não é um narrador em terceira pessoa contando os acontecimentos de sua vida, mas sim, Charlie.. o garoto que lembra como foi sua experiência com o LSD.

E outro ponto que sinto a necessidade de comentar é a frase-chefe. 



Sem dúvida nenhuma que essa frase pode significar várias coisas para milhares de pessoas. Porém, a essência não difere. Qual o conceito de ser infinito? Qual a vantagem de ser invisível? É ser você mesmo, sem ter medo do que os outros poderão pensar. Porque nós temos medo e é por isso que eu acho maravilhoso que um livro antigo (de 1991) consiga se tornar atual por uma simples questão de encaixe social das pessoas/personagens. A mensagem que o livro passa e que mais me marcou é que não devemos desacreditar, principalmente, de nós mesmos e das pessoas que nos amam.


Beijos
Boa Noite! 
Assistam ao filme, vale a pena!

Um comentário :

  1. Izabela, também enrolei um pouco, mas ameeei completamente... Um livro encantador e como você disse: lindo e triste!

    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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