Outlander - A Viajante do Tempo #01

Título Original: Outlander
Autora: Diana Gabaldon
Tradução: Geni Hirata
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 800

Esta resenha tem um significado especial porque o livro foi marcante pra mim e acredito que seja para todos que o leram e que vão ler. Difícil escrever sobre Outlander sem reviver todos os sentimentos que a história me proporcionou, difícil mesmo! Mas vamos lá!

Claire Randall é uma enfermeira inglesa que, após servir durante a Segunda Guerra Mundial, reencontra o marido, Frank Randall, para uma segunda lua de mel, um recomeço para ambos após os anos de guerra. Frank é um historiador apaixonado por genealogia e, além da viagem romântica, ele deseja visitar as terras de seus antepassados e estudá-los a fundo. Juntos, o casal viaja para a Escócia, as famosas Highlands! 

Em Inverness, a pequena cidade onde Frank e Claire se hospedam, o casal tem a chance de visitar lugares históricos e buscar muitas informações sobre os antepassados dele. A árvore genealógica começa com um famoso soldado inglês, que viveu há cerca de 200 anos na região e era conhecido como Black Jack Randall. Enquanto Frank se dedica a (sua) história, Claire se mostra muito mais interessada na botânica e nas ervas para fins medicinais. 
Em uma madrugada, o casal segue rumo a um monumento de origem celta, onde algumas mulheres da cidade realizam um ritual dos tempos antigos. Curiosos, o casal assiste ao rito e Claire se encanta pelo local.
No dia seguinte, enquanto Frank segue seus estudos genealógicos, ela decide voltar às pedras celtas em busca de ervas, e é neste momento que a história muda completamente.



Claire, ao adentrar as pedras do monumento, encontra uma espécie de portal e viaja no tempo (mais precisamente para o ano de 1743)!
De início, a jovem desorientada caminha pela floresta a procura da cidade e encontra um soldado inglês, que é semelhante a Frank em sua aparência, porém o mesmo tenta violentá-la. Este soldado é Black Jack Randall, o antepassado de seu marido. Claire, ainda em choque, é salva por um soldado escocês. 

Levada como prisioneira pelo grupo de escoceses cujo seu salvador pertence, Claire logo percebe que não mais está em sua época e se vê em um mundo desconhecido, imerso em muita tensão política e religiosa entre a Inglaterra e a Escócia, principalmente, uma época onde as mulheres jamais seriam ouvidas. Por outro lado, os conhecimentos médicos de Claire são utilizados e apreciados pelos escoceses, e ao chegarem ao Castelo Leoch, governado pelo clã Mackenzie, sua história em 1743 começa a ser escrita.

Tudo acontece rapidamente a partir deste momento no livro, levando-a a caminhos e conflitos inimagináveis, a conhecer personagens marcantes e se envolver em muitas tramas! E claro, levando-a também a cruzar o caminho do jovem escocês Jamie Fraser. Ah, Jamie... (Me limito a suspirar apenas, caso contrário a resenha acabaria e eu teria um surto!!). 

Jamie é um jovem guerreiro escocês perseguido pelo exército inglês e principalmente por Black Jack Randall, nosso antagonista (sim, o antepassado de Frank! E que vilão!). Aos poucos, sua história e a de Claire se entrelaçam de uma maneira em que não mais existirá separação, não importa o que lhes aconteça.
Claire se mantém focada em seu único objetivo: voltar para casa, para 1945 e para o marido, Frank. Mas o que o destino reservou para ela?

Sobre Claire: ela é uma mulher forte, uma personagem decidida e a autora faz questão de mostrar isso em muitas cenas, tanto no ano de 1945, quanto na Escócia antiga. Desafiando os outros personagens, utilizando uma linguagem “inapropriada” (fala vários palavrões, ri demais nessas cenas!!), não se intimidando por sua posição como 'mulher' e indo atrás de seu objetivo de voltar para casa. Ela se mostrou uma protagonista extremamente realista e ousada. Adoro a personagem, porque creio que nas mesmas situações que ela, eu e muitas pessoas agiríamos da mesma forma (inclusive em relação ao Jamie, SOCORRO)!

A escrita da Diana é impecável, envolvente e, quando menos o leitor espera, já está completamente apaixonado pela história, pelos personagens e pela riqueza de detalhes deste livro. Para os apaixonados por história, o livro é completo e é como se estivéssemos realmente em 1743. A leitura flui, e com o passar de páginas o desejo de não terminar o livro aumenta (não queria acabar de jeito nenhum!), poucos livros nos levam a este ponto. 

E o número diminui ainda mais de livros que são capazes de fazer sentir o que eu senti lendo este livro! Eu sorri, ri, chorei (logo EU, a coração de pedra!) e me emocionei em várias cenas, completamente imersa na história e nos acontecimentos que se sucedem no livro e senti (muito) ódio! E eu nunca odiei tanto um personagem como odiei Black Jack Randall e seus feitos cruéis.
Devo dizer também que a reedição brasileira lançada pela editora Saída de Emergência está linda, com muitos detalhes e uma diagramação perfeita. Só elogios!

Outlander se tornou um dos meus livros favoritos de toda a vida, sem dúvidas que o recomendarei pra muitas pessoas, como já o fiz desde que li, e seguirei lendo a saga de Claire e Jamie (e surtando, rindo e chorando), pois essa saga é imperdível! Se você ainda não leu, pare tudo e vá ler agora! Leia como se não houvesse amanhã!