Autora: J. R. Ward
Título original: The King
Tradução: Cristina Tognelli
Série: Irmandade da Adaga Negra
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 624
Depois de recusar seu trono por séculos, Wrath, filho de Wrath, finalmente assumiu o manto de seu pai – com a ajuda de sua amada companheira. Mas a coroa pesa fortemente em sua cabeça. Enquanto a guerra com os Redutores continua, e a ameaça vinda do Bando de Bastardos está chegando perto de acontecer, ele é forçado a fazer escolhas que põe tudo e todos em risco.
Beth Randall pensou que sabia no que estava se metendo quando ela se relacionou com o último vampiro puro-sangue no planeta: não seria nada fácil. Mas quando ela decide que quer ter um filho, percebe que não estava preparada para a resposta de Wrath – ou a distância que essa decisão criaria entre eles.
A questão é: o amor verdadeiro vencerá?
Quando The King foi lançado nos EUA, pedi o e-book de aniversário para o meu irmão e o li no celular (durante as aulas no cursinho). E ler em inglês no celular (com fórmulas de física sendo desenhadas na lousa) não foi, nem de longe, tão ruim quanto eu imaginava. Na verdade, foi sensacional, porque J.R. Ward é sensacional. E Irmandade da Adaga Negra é sensacional e O Rei conta a história de Wrath, o último vampiro puro sangue vivendo na Terra, ou seja, um vampiro sensacional!
Acredito que vocês já entenderam o nível de fangirl que eu tenho por essa série. No entanto, apesar de o volume ter sido lançado no Brasil em setembro de 2014, eu enrolei pra comprar a versão em português. O que foi uma ótima espera, porque minha amiga Tamíris (fã obsecada de IAN, sz) me deu a versão física!
Então, muito obrigada, Tamis! Demorou pra gente conseguir combinar um dia pra se encontrar, mas isso é uma história para outro momento. O que importa é que o livro chegou, eu já li e já surtei tudo de novo e foi como se eu o estivesse lendo pela primeira vez.
O Rei começa pela narração de Wrath, pai do nosso Wrath. Há uma história muito engraçada envolvendo esse fato. Os machos da linhagem recebem o mesmo nome do pai, não que seja regra, mas é tradição. “Mahanon, filho de Mahanon”, por exemplo. E quando a Ward estava fazendo os releases de trechos para o lançamento, ela postou uma cena entre Wrath e uma outra fêmea, Anha. E nós, fãs, ficamos horrorizadas. “COMO ASSIM, WRATH ESTÁ TRAÍNDO BETH, SUA SHELLAN? Não pode! Que absurdo! Cadê esse livro pra eu ler esse budega direito?” Pouco importava que o livro só fosse chegar depois de seis meses.
Enfim, depois do lançamento, tudo ficou bem, porque descobrimos que o Wrath que estava amando Anha era, na verdade, o pai do nosso querido Wrath, o que fazia de Anha sua mãe. Então, automaticamente, nós já estávamos amando o casal, assim que o mal entendido foi esclarecido. As únicas menções aos pais de Wrath foram durante Amante Sombrio, o primeiro volume da série (existiram outras ao longo de 11 livros, mas a mais importante foi no começo de tudo). Lá, nós descobrimos que os pais de Wrath haviam se sacrificado para proteger seu filho pré-trans de um ataque de Redutores. Então, nós já os achávamos dignos.
Nesse novo ciclo da série (mudança de título, foco de volta aos irmãos etc.), fomos apresentados a um final de ciclo. (Quem lê sabe como a Ward e a Virgem Escriba são fãs de um encerramento de ciclo). Um que envolve o passado, o presente e o futuro da família real. A narrativa é impecável, entrelaçando momentos passados do antigo rei com guerras presentes no governo de Wrath. Os dois reis, porém, parecem enfrentar a mesma ameaça externa: alguém tentando lhes tirar do poder, através da mesma estratégia, indo atrás de suas shellans!
Sim, queridos leitores. A
glymera (grupo formado, em sua maioria, pelos mais mesquinhos e machistas vampiros da raça) não medirá esforços para ter o que quer: o rei, seu poder controlado e guiando todos os vampiros pelos caminhos que os antiquados escolheram.
"Não sou forte o bastante para isso - sussurrou ele ao seu ouvido, como se ele não quisesse que ninguém mais ouvisse isso saindo de sua boca. Jamais.
Percorrendo as mãos pelas costas amplas, ela o abraçou firme.
- Mas eu sou.", Wrath e Beth, p. 398
No entanto, as responsabilidades de um rei vão além de sua preocupação constante pela sua shellan e enquanto Wrath e seu maravilhoso advogado, Saxton, estão trabalhando, ela faz que bem quiser. Bom, Beth, com certeza está fazendo algo que somente ela quer: ficar grudada em Layla – grávida de Qhuinn – para entrar no cio e ter um bebê com Wrath. Só um problema! O rei não quer filhos. Na verdade, crianças são sua última preocupação, sendo a primeira o Bando de Bastardos tentando tirá-lo do trono.
E isso gerará um conflito pesado entre o rei e a nossa rainha. Porque Wrath pode ter tudo do seu jeito, mas Beth não aceita desaforos ou discriminações baseadas em gêneros, ou seja, ela vai impor sua opinião assim como seu hellren fez e vai sair de casa. Imaginem o que vai acontecer quando Wrath descobrir? Alguns reparos serão necessários.
Com esse pano de fundo, nós temos outros enredos tomando forma e seguindo suas histórias. Como vocês se lembram (ou não?) Sola foi sequestrada por Benloise no final de Amante Finalmente. Assail, nosso amado vampiro dependente de drogas e comandante do cartel em Caldwell (depois que Rehv deixou o posto de Reverendo), parte furiosamente em uma busca pela mulher que ele adora. Juntamente com seus primos gêmeos idênticos, eles não mostrarão misericórdia a nenhum humano que fique em seus caminhos. Toda essa violência é contrastada com momentos tocantes, até hilários, da avó de Marisol sendo cuidada e cuidando dos machos na casa de Assail. Porque nosso querido não iria deixar a anciã desprotegida.
Enquanto a senhora está alimentando os vampiros daquela casa, Marisol está passando por tremendas dificuldades. Daquelas do tipo de vida ou morte, daquelas de deixar uma marca na alma. Será que ela vai conseguir sair dessa sozinha como sempre fez? Ou será que Assail chegará tarde demais?
Em outra frente da história, temos Layla. Gente, eu odiava essa Escolhida. Odiava mesmo. Desde o livro dois, porém, o ódio cresceu conforme ela foi tentando achar seu espaço no meio da relação de Qhuinn e Blay. Aí Xcor entrou na jogada (como ela não tinha mais nenhum macho ao qual recorrer...) e mudou minimamente nossa perspectiva a respeito da personagem. Xcor, líder do BdB, fez uma aliança com Tyhm, um advogado que tentará derrubar o rei por meio das tradições. Uma abordagem diferente dos atentados e ameaças físicas pelos quais passamos em livros anteriores.
Ameaças que fizeram Trez e iAm grandes aliados para se ter no Complexo da Irmandade. Nossos irmãos Sombra sempre nos intrigaram com sua história e seu passado desde Amante Vingado, afinal, eles são de uma espécie diferente e possivelmente mais poderosa. Em Amante Finalmente eles ganharam mais capítulos. Em O Rei eles estão correndo em várias direções e em Os Sombras (livro que será lançado em breve pela UdL), meus queridos leitores, irá nos contar sobre seu passado (que conhecemos superficialmente e já odiamos seus pais), seu presente e sua luta para terem um futuro, porque o s’Hisbe está exigindo que Trez volte ao Território e cumpra seu dever de reprodutor real. Mas ele não quer entregar sua vida assim, ele quer ficar com os vampiros, até os humanos. Porém isso não será fácil, pois a rainha Sombra manda s’Ex, seu executor e mais temido Sombra, atrás do marido de sua filha. iAm fará de tudo para proteger seu irmão, porém até que ponto essa situação poderá ser mantida?
Uma das óbvias razões pelas quais Trez não quer voltar é a Escolhida Selena. Ela entrou na série como quem não quer nada, apenas para ajudar os irmãos que não possuíam fêmeas com sangue vampiro e ganhou seu espaço quando ele a conheceu e uma atração profunda ameaçou destruir os dois. Porque não é somente Trez quem passa por problemas. Selena tem alguns problemas de saúde bem sérios para cuidar. Mas tudo em que ela pensa em suas interações com ele nesse livro (além de sexo) é ajudar Trez a melhorar sua condição física.
Trez tem essas enxaquecas absurdas, depois dores de cabeça, desmaios, vômitos e dor tão intensa que você desejaria estar morto. Esses episódios sempre nos intrigaram, e é tão bom saber que só faltam poucos dias para nossas dúvidas acabarem! Porém, sabe quem mais está sofrendo de uns ataques cerebrais? John! Nosso baby-vamp favorito. Ele não tinha esses episódios de desmaio há muito tempo. E agora estão de volta. Por quê? Todo mundo sabe, menos nossos personagens. John é uma reencarnação de Darius, pai de Beth, e os ataques sempre aconteciam quando John está próximo a ela. E dessa vez, ele falou algo no Antigo Idioma. Algo que Wrath não quer que Beth saiba, afinal, John é apenas seu irmão.
Essa é uma relação que vemos se desenvolver mais um pouco do que nos livros anteriores. Quando Beth precisa desabafar com alguém, John está lá para ouvi-la e oferecer conselhos. Eles se adoram e eu espero ver mais dessa dinâmica!
O papel de Beth reforçou ainda mais a imagem progressista que Ward está dando à série, pois - num mundo onde os reis e os Irmãos são os guerreiros mais fortes e influentes, quando as mulheres claramente mostram seu espaço e sua igual (talvez maior) força moral, isso é muito importante num contexto machista fictício (glymera) e real (não preciso nem exemplificar, né?). Esse foi um dos pontos que mais me chamou a atenção, portanto queria dividir com você e saber a suas opiniões a respeito!
Enfim,
O Rei está recheado de intrigas políticas, reviravoltas surpreendentes, com cenas calientes e promessas sensuais para o futuro! Existem cenas lindas, cenas engraçadas e cenas pesadas. É um livro completo que só reforça o enorme talento de Ward. Grandes coisas estão nos aguardando em The Shadows, queridos leitores, grades coisas.
“Ceder, desistir, seguir em frente era como saltar de um despenhadeiro – o salto era a parte fácil, porque uma queda livre não custava nada.
Era a aterrissagem que matava.”, Wrath, p. 218
É assim que me sinto, esperando para ler Os Sombras!
Gente, essa série não vai ter fim nunca?
ResponderExcluirUm dia, ALGUM DIA BEM LONGE, começo a ler kkk
Beijos
http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/
HAHAHAH, Telêmaco, eu realmente espero que IAN nunca tenha fim!
ExcluirQnd se aventurar pelos livros da Irmandade, vai conseguir entender porque a história é tão longa e envolvente!
beijos
AI, MEU CORAÇÃO, QUE COISA MAIS LINDA!
ResponderExcluirQuando a Ward escreveu Finalmente, eu pensei "cara, ela não vai conseguir escrever um livro mais perfeito que esse (Finalmente)", e então só foi sair O Rei que eu tive que voltar atrás com minhas palavras. Ok, então, aí a Ward lançou O Rei, eu li e pensei "CARALHO!!! Agora, sim, ela se superou, não vai escrever um livro tão perfeito!". E para minha alegria, ela, mais uma vez, fez com que eu voltasse atrás com minhas palavras e lançou The Shadows que é simplesmente perfeito e ao mesmo tempo tenho ódio e nunca mais quero voltar a ler esse livro demoniacamente triste, enfim, estamos falando d'O Rei.
Acredito que nunca passei por tantas emoções em um livro da série como passei em The King: eu ri, chorei, pulei de alegria, morri de ansiedade, tremi de ódio... foram TANTAS emoções nesse livro que é difícil expressar.
Confesso que assim que o livro foi lançado nos EUA, dia 31 de março à meia-noite, mais especificamente se tornando 1º DE ABRIL!!!!!!, eu baixei os primeiros capítulos e fui ler o prólogo porque não aguentava de ansiedade e qual não foi minha surpresa/ódio/decepção ao "descobrir" que o Wrath "traiu" a Beth? Eu pensei "Ward, SUA VAGABUNDA! APAGA ESSE LIVRO E ESCREVE OUTRO PORQUE O MEU WRATH JAMAIS FARIA ISSO!!!" Mas aíiiiii, descobri a verdade e, ufa!, mas das ridícula me trollou TOTALMENTE!
Além de todas as cenas do livro, as partes que eu mais gostei foram aquelas onde a Beth mostra como é uma fêmea/rainha/shellan digna (como se pudesse ser diferente) e forte. Beth com certeza é a minha personagem preferida da série e de todos os livros os quais eu já tenha lido na minha vida.
Eu amo essa parte que você postou, Izabela, e acho que você podia colocar mais quotes nas suas resenhas porque são lindos demais:
"- Não sou forte o bastante para isso - sussurrou ele ao seu ouvido, como se ele não quisesse que ninguém mais ouvisse isso saindo de sua boca. Jamais.
Percorrendo as mãos pelas costas amplas, ela o abraçou firme.
- Mas eu sou.", Wrath e Beth, p. 398
Amei a resenha assim como todas que você fez/faz da série porque eu sei que você a ama tanto quanto eu e entende dessa loucura de sentimentos conflitantes e dúvidas.
PS: muito obrigada pela dedicatória ali ❤️
Aí eu vejo que meu comentário ficou quase do tamanho da resenha hahahhahahahahahaha
ExcluirTamis, adoro você e seu amor por IAN. <3
ExcluirMenina que comentário gigante, adorei <3
ExcluirEu que agradeço pelo presente, a dedicatória era o mínimo que eu poderia fazer.
Agora, vamos ao que interessa: O Rei. Um livro incrível, com certeza. Desenvolveu o plot das personagens, nos levou a caminhos dolorosos, emocionantes e sensuais. Sem nunca deixar de ser verossímil. Ward conhece seu mundo como ninguém e todas as particularidades de cada um dos vampiros que amamos tanto.
Eu fiquei acordada esperando meu livro chegar via wifi tbm e só depois lembrei que havia um fuso horário diferente. Fiquei muito chateada. ai depois veio toda a trollagem com relação aos nomes... fiquei.extremamente.chateada.
Beth com certeza é uma das melhores personagens. Mas não podemos nos esquecer da Payne, que bate de frente com Wrath nos capítulos iniciais tbm!
Vou procurar colocar mais quotes, eu também as adoro encaixadas nas resenhas *-* (essa daí é destruidora, não? 'Mas eu sou' = sambando na cara da glymera!).
Que bom que você gostou da resenha, Tamis. Isso é muito importante para mim. além de ser um feedback positivo, elas fazem com que troquemos figurinhas de modo organizado hahahaha
Em breve teremos resenha de Os Sombras. Não quero nem ver a hora que eu chegar nas partes críticas desse livro.
Beijos, Tamis! Até mais
À respeito d'Os Sombras, eu tive aquele sentimento de "a calmaria antes da tempestade" e eu tinha um sentimento horrível no decorrer do livro, tipo um sentimento de culpa: "por que eu estou chorando de rir nessas partes se ISSO!!! vai acontecer?!"
ExcluirCarol, te adoro também hahahaha e amo IAN demaaaais!
Olá Izabela, tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que não gosto da capa mas a sinopse e sua resenha me deixaram com uma imensa curiosidade, vou anotar a dica....bjs.
devoradordeletras.blogspot.com.br
Marco, tudo certo e com vc??
ExcluirQue bom que a resenha pôde te ganhar um pouco. IAN é uma série muito interessante e envolvente. Anote e quando tiver a oportunidade, volte aqui para podermos conversar sobre os Irmãos mais incríveis da literatura vampiresca!
beijos