Eleanor e Park

Autora: Rainbow Rowell
Título original: Eleanor e Park
Tradução: Caio Pereira
Editora: Novo Século
Páginas: 325

Eu me apaixonei pela autora Rainbow Rowell assim que comecei a ler Fangirl, já resenhado aqui no blog. No entanto, Eleanor e Park foi seu primeiro livro lançado no Brasil e eu finalmente o li! (Porque eu lerei qualquer coisa que essa mulher escrever...). Um romance de 1986 regado à muita música e gibis. 

Eleanor voltou para a casa do padrasto, onde a mãe e os irmãos moram, está enfrentando o primeiro dia no ônibus da escola nova e não será nada fácil. Porque Eleanor não é uma garota comum. Ela se veste de maneira peculiar, sem se importar com o que os outros pensarão dela. Considera-se gorda, eu a acho linda (porque ela é), mas parece que - por algum motivo - ela deliberadamente quer parecer feia. Park repara nisso tudo. Mas, primeiramente, ele é apenas mais um dos muitos que a julgam assim que a veem. 

"Fez Park pensar num bonequinho de espantalho ou nas bonequinhas das preocupações que ficavam na cômoda da mãe. Enfim, do tipo que não conseguiria sobreviver no colegial." Park, p. 12

Os capítulos são divididos entre a narração de Eleanor contando como é seu dia a dia, seu inferno pessoal e como tudo piora quando ela chega em casa e faz de tudo para permanecer longe do padastro. Eu não entendi muito bem o que estava acontecendo, até que tive uma suspeita de que ela tinha razões muuuuuuuito fortes para tomar banho meio vestida antes do marido da mãe chegar em casa. Além da total falta de segurança em casa, ela ainda precisa aguentar o constante bullying de Tina, a "popular do ônibus" e "rainha da escola". Ela e seu conjunto de pessoas desagradáveis fazem tudo o que podem para excluir e fazer com que Eleanor se sinta mal. Nossa protagonista suspeita que alguns recados maldosos deixados em seus livros durante as aulas de educação física sejam culpa dela. 

Mas existe o Park, O garoto cuja família é o extremo oposto da de Eleanor. O coreano distante que a deixou sentar do seu lado no ônibus escolar. Park que "não disse nada. Somente abriu mais o gibi e foi virando as páginas mais lentamente." p. 38, quando Eleanor estava olhando por cima do seu ombro. Park que depois de alguns encontrões truncados no ônibus ofereceu sua revista para Eleanor e assim começaram uma amizade linda que despertará a primeira paixão e, quem sabe, amor em ambos. 

"Porque, se ela ia chorar por alguma coisa, seria pelo fato de sua vida ser uma droga completa, e não porque um garoto legal e bonitinho não gostava dela desse jeito. / Principalmente considerando que ser amiga de Park era, basicamente, a melhor coisa que já lhe acontecera na vida." Eleanor, p. 73

Aos trancos e barrancos, o romance que vivem é lindo e aterrador. O momento de clímax na história me deixou muito muito muito brava. Por motivos de já ser hora de ir embora da casa horrorosa em que vivia, Eleanor pede ajuda de Park para fugir e levá-la até os tios. Park entende que aquilo será o melhor para ela, porém, eles se amam e ela não ligou para ele como prometeu. O tempo passa, passa, passa e ficamos sem chão ao perceber que eles podem nunca mais se falar de novo. Mas será que o amor deles é tão fraco assim, que não aguentará a separação que as circunstâncias e o medo implicaram a eles?

Bom, é uma história linda. Eu gostei, mas não amei de paixão assim como me senti quando terminei Fangirl. Talvez eu tenha lido em algum momento errado, quando não estava em sintonia com os dois, mas eu gostei. Fiquei torcendo pelo casal. Ainda torço, depois daquele final do caramba! hahaha Suas opiniões a respeito do que estava escrito, por favor?? 

"Você salvou minha vida, ela tentou dizer. Não para sempre, não definitivamente. Provavelmente, só por certo tempo. Mas salvou a minha vida, e agora eu sou sua. O que sou agora é seu. Para sempre." Eleanor, p. 311