Autor: Ariano Suassuna Editora: Nova Fronteira Páginas: 192 Onde encontrar:AmazonBr | Extra | Submarino
Sinopse: O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Muitos de vocês já devem ter assistido ao filme lançado em 1999 estrelado por Matheus Nachtergaele (João Grilo), Selton Melo (Chicó), Fernanda Montenegro (A Compadecida), entre outros grandes atores. Esse foi uma das minhas comédias favoritas da infância e eu comprei o DVD assim que pude. Imagine então minha alegria quando a oportunidade de ler o livro surgiu? A criança que fui ficou extremamente feliz. Comprei uma edição linda da (rest in peace) Editora Nova Fronteira/Agir e aproveitei bastante a leitura!
Auto da Compadecida foi escrito de uma maneira diferente, dividido em três atos, foge da prosa convencional. Todos eles foram inspirados em cordéis, fazendo com que - em uma entrevista - Ariano fosse perguntado: se você se inspirou (quase copiou) todas essas histórias, qual a sua participação na criação do Auto da Compadecida? E o mestre respondeu: Ué, eu que escrevi o livro.
O primeiro "capítulo" nos apresenta personagens hilários, João Grilo e Chicó. Esses dois são amigos, pobres e sobreviventes, apesar de todas as dificuldades. Chicó é um grande 'mentiroso', mas não admite isso, para ele, tudo o que inventa é real. Já João Grilo é o oposto, ele mente e tem consciência disso, afinal - sendo mirrado como é, somente a astúcia fará com que ele consiga que os outros façam aquilo que ele precisa. Nesse caso, fazer com que o Padre aceite benzer o cachorro da mulher do padeiro. Confuso? Calma que fica pior.
Para conseguir que o Padre o fizesse, João Grilo criou toda uma história dizendo que o cachorro era na verdade de Major Antônio Moraes, o homem mais poderoso da cidade. Pois o Major realmente estava indo para Igreja pedir a benção para seu filho, que estava doente. O Padre acaba ofendendo a mulher de Antônio Moraes (quer saber como? leia o livro!) e, no fim, toda essa confusão, a troca de identidade - como chamamos em Letras - é a causa do humor, do nosso riso. A escrita da Ariano também é repleta de ironias, o que ajuda na parte cômica. Porém, precisamos olhar essas questões com outros olhos.
Com grande influência do teatro medieval (peças com julgamentos), Auto da Compadecida é repleto de acusações. Nesse ato que acabamos de discutir, João Grilo acusa o padeiro e sua mulher de descaso diante de uma doença que contraiu. No segundo ato, surge o cangaceiro Severino e sua trupe, ele é a figura de acusação e execução, pois condena a todos (menos a figura do Frade, "um santo homem") e os mata. Levando a turma assim para o terceiro ato, onde o julgamento final contará com a presença do Encouraçado, de Deus e de Nossa Senhora.
Todas essas referências religiosas devem estar confundindo um pouco vocês, por isso explicarei um pouquinho sobre o posicionamento de Ariano quanto à Igreja. Nosso autor era contra a Instituição,achava-a extremamente corrupta, podemos ver isso claramente com as caricaturas que as personagens do Padre, do Sacristão e do Bispo aceitam qualquer negócio em troca de dinheiro, energia movedora de suas ações, não sua fé em Deus. No entanto, Ariano era católico, portanto, a presença de elementos fantástico-religiosos em seu livro não é surpresa nenhuma.
No terceiro, e -acredito- mais importante ato, sérias acusações à sociedade brasileira do século XX foram feitas. Tudo na base da ironia, na tentativa de fazer com que mais pessoas vejam alguns absurdos das situações nas quais estavam acostumadas a viver; capaz ainda que vivam, por exemplo a corrupção (já mencionada), a inveja, a avareza, o orgulho. Perceba que todos esses atos condenáveis são pecados capitais para o catolicismo, daí mais uma referência às crenças de Ariano.
Para finalizar, é um livro super rápido e ler, estruturado como uma peça de teatro (para aqueles que já tiveram a oportunidade de ler, sabem como é): conta com poucas descrições, apenas as essenciais para se formar a cena, completo em diálogos, na maioria, curtos. Eu me diverti muito lendo, tenho certeza que você também irá! E se tiverem a oportunidade, assistam ao filme também, é uma adaptação muito fiel!
Oi, Izabela! Eu amooooooo o filme, mas nunca li o livro. Eu imaginava mesmo que a prosa dele era bem diferente, estilo teatro. Só pelo filme dá para ter uma ideia. Que bom que você gostou e que leu super rápido. Quem sabe uma hora eu dou uma chance.
Teca, tudo bem? Tenho certeza de que você irá gostar do livro! Assim como eu, se a experiência com o filme já foi um parâmetro, pode ir sem medo para o livro!
Eu adorei o filme, muito divertido, dei muitas risadas. Agora quanto ao livro eu ainda não li e gostei de saber que o filme foi uma adaptação fiel. Com certeza vou querer ler. João Grilo e Jacó foram muito bem interpretados pelos atores, são inesquecíveis.
Nunca vi o filme ,mas já ouvi comentários dizendo que é muito bom ,sempre me interessei ,mas nunca busquei ver o filme . Eu ano sabia que tinha o livro ,achei bem legal ,quem sabe eu não acabo lendo o livro antes de ver o filme ,não é msm ,hahaha
Ariano é incrível, deixou uma obra prima gente. Acho O auto da compadadecida uma das maiores obras da nossa literatura. O cenário, os personagens, João Grilo hahah é um mito. Fiquei feliz em ver resenha dele por aqui, geralmente não vejo muito em blogs esse espaço para o clássico. Parabéns!
João, obrigada pelo reconhecimento! Eu adoro poder trazer conteúdo diferencial pro LOHS. E Auto da Compadecida com certeza marcou positivamente nossa história literária!
confesso que nunca soube que o filme era adaptação de um livro, mas achei bem interessante, gostei da resenha e se eu já acho o filme o maior barato, imagina só o livro, vou adorar ler.
Olá Izabella :) Não li o livro ainda mas já assisti o filme 382739728334 <3 Sempre morro de rir quando assisto :D Fiquei feliz de ter lido uma resenha tão boa sobre o livro. Vou procurar comprá-lo depois :) Abraço http://interessantedeler.blogspot.com.br/
Olá!! Poxa nunca li o livro, mais sei que quero ele em minha estante. vi o filme umas trocentas vezes, sem duvida o filme que já vi mais vezes na vida e vou ver mais trocentas sem duvida. rsrs Sua resenha ficou muito bacana, li com um sorriso no rosto lembrando-me das cenas rsrs Bjocas
Bem, eu preciso mesmo ser sincera! Você pode até me julgar, mas eu odiei esse filme, talvez porque quando eu assisti pela primeira vez, era muito novinha e tenha me assustado com a história e desde então o tenho odiado. Não sabia da existência do livro e achei muito legal por ser fiel ao livro. Como pôde perceber, não pretendo ler essa obra, mas fico feliz que tenha gostado. Bjs!
Alessandra, eu te entendo completamente! Sou traumatizada com algumas coisas desde a infância e não há nada no mundo que consiga me ajudar a superar isso. De qlq forma, você eu a resenha hahaha - acho que já é uma superação
Oi, Izabela. Auto da Compadecida é um filme que não gosto. Entendo que o filme é aclamado por todo o público e tido como uma das melhores comédias brasileiras existente. Mas, para mim, o filme não funcionou. Não consegui gostar da construção da maioria dos personagens, principalmente dos dois protagonistas, com humores exagerados, refletindo como forçado. Logo, não desejo o livro.
Ycaro, entendo seu ponto de vista! Chicó e João Grilo são personagens um tanto forçados, porém, fiéis à sua essência, ao meu ver. São dois pobres, inocentes e maliciosos ao mesmo tempo, tentando sobreviver num mundo averso a eles. Quem sabe você não possa mudar de opinião no futuro?
Iza, não vi o filme, acredita? Sou daquelas preconceituosas com filmes nacionais. Feio? Bem sei, mas essa sou eu. Porém, seu resenha atiçou minha curiosidade. A história parece boa e vou dar uma oportunidade. xD Ler? Não sei ainda.
Mariana, não tem problema! O importante é você saber dar novas oportunidades quando, assim, convencida. Acredito que você tenha u motivo para sua reticência em filmes nacionais, mas esse vale a pena. É uma história super engraçada e que nos faz pensar. Fico feliz que a resenha tenha te ajudado a mudar de opinião, boa seção cinema! Quem sabe você não se anima para assistir ao filme?
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Izabela, 23, bookahoolic desde os 12 anos – época em que meu irmão não me respondeu se o Harry morria ou não no final e me mandou ler. Não parei desde então. Não vejo meu futuro senão junto aos livros e trabalharei muito para que esse sonho se realize. Esse blogue é um passo e espero poder mostrar a todos vocês, leitores, como o mundo real e o nosso real podem se misturar.
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Nascida e criada em uma família de leitoras (girl power!), comecei a ler livros mais sérios aos 11 anos, mais precisamente Harry Potter, logo em seguida descobrindo minha verdadeira paixão que é a literatura fantástica com o mestre J.R.R Tolkien, também meu autor favorito. Nerd (com orgulho) desde criancinha, hoje aos 25 anos não vivo sem: Livros! Música, filmes & séries, RPG, jogos em geral e passar um tempo com as amigas.
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Sou uma geminiana de múltiplos interesses na vida e na literatura. Minha família é nerd e não nego as raízes. Quando pequena fui apresentada ao universo da ficção com Star Wars pelo meu pai enquanto minha mãe me presenteava com livros infantis. Aos 14, conheci e me apaixonei por HQs e mangás (ainda mantemos uma relação séria até os dias atuais). Hoje sou uma mistura de meus pais, casando uma grande paixão por fantasia e ficção com romances de época e contemporâneos, dando uma passada no setor de quadrinhos pelo menos uma vez ao mês e parando de vez em quando para assistir uma série, um filme ou um anime.
Oi, Izabela!
ResponderExcluirEu amooooooo o filme, mas nunca li o livro.
Eu imaginava mesmo que a prosa dele era bem diferente, estilo teatro.
Só pelo filme dá para ter uma ideia.
Que bom que você gostou e que leu super rápido.
Quem sabe uma hora eu dou uma chance.
Beijoooos
www.casosacasoselivros.com
Teca, tudo bem?
ExcluirTenho certeza de que você irá gostar do livro! Assim como eu, se a experiência com o filme já foi um parâmetro, pode ir sem medo para o livro!
Beijos!
Eu adorei o filme, muito divertido, dei muitas risadas. Agora quanto ao livro eu ainda não li e gostei de saber que o filme foi uma adaptação fiel. Com certeza vou querer ler. João Grilo e Jacó foram muito bem interpretados pelos atores, são inesquecíveis.
ResponderExcluirMaria, tenho certeza de que você irá gostar do livro também! Eu o li com as vozes dos atores na minha cabeça, foi bem legal!
ExcluirBeijos
Nunca vi o filme ,mas já ouvi comentários dizendo que é muito bom ,sempre me interessei ,mas nunca busquei ver o filme . Eu ano sabia que tinha o livro ,achei bem legal ,quem sabe eu não acabo lendo o livro antes de ver o filme ,não é msm ,hahaha
ResponderExcluirAcho uma ideia positiva ler o livro antes do filme, mas você pode seguir a ordem que quiser, nesse caso hahaha
ExcluirEspero que goste da oportunidade
beijos!
Ariano é incrível, deixou uma obra prima gente. Acho O auto da compadadecida uma das maiores obras da nossa literatura. O cenário, os personagens, João Grilo hahah é um mito. Fiquei feliz em ver resenha dele por aqui, geralmente não vejo muito em blogs esse espaço para o clássico. Parabéns!
ResponderExcluirJoão, obrigada pelo reconhecimento! Eu adoro poder trazer conteúdo diferencial pro LOHS. E Auto da Compadecida com certeza marcou positivamente nossa história literária!
Excluirbeijos
confesso que nunca soube que o filme era adaptação de um livro, mas achei bem interessante, gostei da resenha e se eu já acho o filme o maior barato, imagina só o livro, vou adorar ler.
ResponderExcluirEmanoelle, tenho certeza de que você irá!
Excluirbeijos
Olá Izabella :)
ResponderExcluirNão li o livro ainda mas já assisti o filme 382739728334 <3 Sempre morro de rir quando assisto :D
Fiquei feliz de ter lido uma resenha tão boa sobre o livro. Vou procurar comprá-lo depois :)
Abraço
http://interessantedeler.blogspot.com.br/
Olá, Elileudo!
ExcluirEspero que a leitura do livro seja tão prazerosa quanto suas vezes em que assistiu ao filme!
Abraços!
Eu adoro o filme, é o meu filme brasileiro preferido!
ResponderExcluira pouco tempo eu ouvi falar sobre o livro mas nunca dei muita atenção, vou ver se procuro ler!
Espero que goste, Thiago!
ExcluirOlá!!
ResponderExcluirPoxa nunca li o livro, mais sei que quero ele em minha estante. vi o filme umas trocentas vezes, sem duvida o filme que já vi mais vezes na vida e vou ver mais trocentas sem duvida. rsrs
Sua resenha ficou muito bacana, li com um sorriso no rosto lembrando-me das cenas rsrs
Bjocas
que bom que gostou, Rose! eu fiquei super feliz em dividir essa leitura com vocês. Tomara que a leitura seja ão prazerosa quanto o filme sempre foi!
Excluirbeijos
Oi (:
ResponderExcluirnunca parei pra ver o filme, mas agpra eu pretendo! e também nunca nem li nada desse estilo, um dia eu leio e vejo se gosto
ótima resenha, bjs
Raquel, muito obrigada! Espero que essas novas experiências sejam boas para você!
Excluirbeijos
Bem, eu preciso mesmo ser sincera! Você pode até me julgar, mas eu odiei esse filme, talvez porque quando eu assisti pela primeira vez, era muito novinha e tenha me assustado com a história e desde então o tenho odiado. Não sabia da existência do livro e achei muito legal por ser fiel ao livro.
ResponderExcluirComo pôde perceber, não pretendo ler essa obra, mas fico feliz que tenha gostado.
Bjs!
Alessandra, eu te entendo completamente! Sou traumatizada com algumas coisas desde a infância e não há nada no mundo que consiga me ajudar a superar isso.
ExcluirDe qlq forma, você eu a resenha hahaha - acho que já é uma superação
beijos!
Oi, Izabela. Auto da Compadecida é um filme que não gosto. Entendo que o filme é aclamado por todo o público e tido como uma das melhores comédias brasileiras existente. Mas, para mim, o filme não funcionou. Não consegui gostar da construção da maioria dos personagens, principalmente dos dois protagonistas, com humores exagerados, refletindo como forçado. Logo, não desejo o livro.
ResponderExcluirYcaro, entendo seu ponto de vista! Chicó e João Grilo são personagens um tanto forçados, porém, fiéis à sua essência, ao meu ver. São dois pobres, inocentes e maliciosos ao mesmo tempo, tentando sobreviver num mundo averso a eles.
ExcluirQuem sabe você não possa mudar de opinião no futuro?
beijos!
Iza, não vi o filme, acredita? Sou daquelas preconceituosas com filmes nacionais. Feio? Bem sei, mas essa sou eu. Porém, seu resenha atiçou minha curiosidade. A história parece boa e vou dar uma oportunidade. xD Ler? Não sei ainda.
ResponderExcluirMariana, não tem problema! O importante é você saber dar novas oportunidades quando, assim, convencida. Acredito que você tenha u motivo para sua reticência em filmes nacionais, mas esse vale a pena. É uma história super engraçada e que nos faz pensar.
ExcluirFico feliz que a resenha tenha te ajudado a mudar de opinião, boa seção cinema! Quem sabe você não se anima para assistir ao filme?
Beijos, obrigada pela visita!