A Espada do Verão - Magnus Chase e os deuses de Asgard #01

Autor: Rick Riordan
Título original: The Sword of Summer
Tradução: Regiane Winarski
Série: Magnus Chase e os deuses de Asgard
Editora: Intrínseca
Páginas: 448
Onde Encontrar: AmazonBr | Americanas | Cultura | Saraiva | Submarino | Travessa

Sinopse: Às vezes é necessário morrer para começar uma nova vida...
A vida de Magnus Chase nunca foi fácil. Desde a morte da mãe em um acidente misterioso, ele tem vivido nas ruas de Boston, lutando para sobreviver e ficar fora das vistas de policiais e assistentes sociais. Até que um dia ele reencontra tio Randolph - um homem que ele mal conhece e de quem a mãe o mandara manter distância. Randolph é perigoso, mas revela um segredo improvável: Magnus é filho de um deus nórdico.
As lendas vikings são reais. Os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Trolls, gigantes e outros monstros horripilantes estão se unindo para o Ragnarök, o Juízo Final. Para impedir o fim do mundo Magnus deve ir em uma importante jornada até encontrar uma poderosa arma perdida há mais de mil anos. A espada do verão é o primeiro livro de Magnus Chase e os deuses de Asgard, a nova trilogia de Rick Riordan, agora sobre mitologia nórdica.

Para quem não sabe ainda, sou fã do Rick Riordan desde 2010 quando ganhei o box da coleção completa de Percy Jackson e os Olimpianos (primeira fase) e não parei mais de ler. E vou te contar que existe um motivo para o tio Rick ter vendido mais de 750 mil exemplares só no Brasil: os livros dele são deliciosos e completamente viciantes!! (Hahaha).

Riordan ensinou História por mais de 15 anos em escolas de San Francisco (EUA) e "aprendeu" como cativar a atenção de jovens para o assunto em questão da aula, depois levou esse conhecimento para suas obras.
O primeiro livro, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, surgiu por acaso enquanto o autor inventava uma história para seu filho que tinha sido diagnosticado com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e dislexia apresentando um protagonista com os mesmos problemas, mas com outros mil a mais por ser um semideus grego. A partir daí o autor não parou mais de escrever. Hoje coleciona histórias inspiradas nas mitologias grega, romana, egípcia e agora também a nórdica.

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A Espada do Verão é o primeiro volume da nova trilogia Magnus Chase e os deuses de Asgard, que, tal como o nome sugere, envolve a mitologia nórdica - também conhecido em algumas histórias como os vikings bárbaros. Para começar a falar desse livro eu devo mostrar primeiramente a dedicatória dele:

Cassandra Clare criou o personagem Magnus Bane, um feiticeiro presente em todas as suas séries e que originalmente tinha apenas um papel secundário, mas cresceu de tal forma ao longo das histórias que ganhou um livro próprio chamado As Crônicas de Magnus Bane. O tio Rick adorou o personagem - e o nome - e pediu autorização da autora para usar o mesmo nome em seu mais novo protagonista. Cassandra também curtiu a ideia e foi assim que nasceu Magnus Chase.

A história de Magnus começa de uma forma inusitada, com o nosso protagonista narrando alguns fatos de sua vida que sucederam à sua primeira morte no dia do seu aniversário de 16 anos. Nosso protagonista tem um ótimo senso de humor para contar sobre esse dia que até começou bem normal - isso para quem vivia há dois anos nas ruas, desde a estranha morte de sua mãe -, mas acabou em uma grande confusão envolvendo vikings, deuses nórdicos e gigantes do fogo.

No dia do seu aniversário, seus tios (irmãos de sua mãe) e sua prima, Annabeth Chase (protagonista de Percy Jackson e os Olimpianos e Heróis do Olimpo), começam a entregar cartazes pelas ruas de Boston à procura do garoto. Magnus, até então, vivia com certa segurança pois já tinha descoberto como adquirir comida e roupas. Além de contar com a proteção de Blitz e Heart, dois moradores de ruas que são mais do que aparentam. Mas ao encontrar com seu tio Randolph, justo o parente que sua mãe havia alertado para nunca confiar, nosso protagonista descobre que seu pai misterioso é um deus nórdico.

O tio convence o garoto a proclamar sua herança, uma espada mágica que só responde aos descendentes do deus nórdico que uma vez possuiu a arma. Magnus primeiro não quer acreditar nessa loucura, mas algo em seu interior o impele a agir e logo uma espada enferrujada aparece em sua mão. Óbvio que é nessa hora que aparece Surt, o líder dos gigantes do fogo, atrás da espada. Após uma rápida batalha com muita mágica envolvida, Magnus fere Surt, perde a espada, e morre.

Quando Magnus acorda ele percebe que está em no hotel Valhala, um upgrade no pós-vida daqueles que morreram honrosamente em batalha. Assim, ele descobre que se tornou um einherji, um soldado de Odin que desfrutará a eternidade no paraíso até chegar o momento de ajudar o deus durante o Ragnarök, também conhecido como Juízo Final ou Apocalipse da mitologia nórdica.

-Você quer a chave do frigobar? 

-Hã... 

-Ele quer a chave do frigobar - respondeu Hunding por mim. - Garoto, confie em mim, você vai querer a chave do frigobar. Vai ser uma longa estadia. 

Minha boca estava com gosto de cobre. 

-Quão longa? 

-Para sempre - disse Helgi -, ou pelo menos até o Ragnarök. Hunding vai acompanhá-lo até seu quarto. Aprecie sua pós-vida. Próximo!

p. 59

Só que logo em seu primeiro jantar, Magnus é o foco de uma confusão. Primeiro porque ele perdeu a arma na hora da morte e só pode entrar em Valhala quando se morre segurando uma arma; segundo, ninguém acredita que ele lutou contra Surt, o Negro; e, para completar, as Normas, mulheres videntes que controlam o destino, apareceram - elas só surgem em casos extremos - e soltaram uma profecia que não o beneficiava de forma alguma.

Magnus Chase. Arauto do Lobo.

Escolhido por engano, não era sua hora,

Um herói que, em Valhala, não pode permanecer agora.

Em nove dias o sol irá para o leste,

Antes que a Espada do Verão a fera liberte.

p. 96

É assim que Magnus descobre que é filho do deus Frey e também que não terá descanso mesmo no paraíso do hotel Valhala. Por conta dessa profecia, sua valquíria, Sam, é destituída do cargo em vergonha e mandada de volta para Midgard, também conhecida por nós como a Terra. Antes de partir ela tenta convencer a todos que devem criar uma missão para resgatar a tal Espada do Verão, mas é desacreditada.

Magnus então fica com o futuro indeterminado e tenta se adaptar à nova realidade. Ele conhece os colegas que dividem o andar com ele, cria novas amizades e tenta compreender tudo que não entende nesse novo universo de deuses nórdicos. Além de participar das atividades programadas pelo hotel, como exemplo, todos os dias os hóspedes batalham até a morte - exceto às quintas-feiras quando batalham contra dragões. Nós, leitores, aprendemos as hierarquias, os nomes e cultura nórdica junto com ele.

Sendo filho do deus Frey - que comanda o tempo e a prosperidade, a fertilidade, a alegria e a paz -, Magnus perde a estima dos hóspedes mais antigos porque Frey não é um guerreiro. E, convenhamos que para esses vikings, batalhar é o resumo de suas vidas e também da eternidade.

É quando seus antigos amigos, Blitz e Heart, surgem na sua janela de seu quarto que Magnus começa sua missão para resgatar a Espada do Verão que um dia pertenceu ao seu pai e evitar que o Ragnarök seja antecipado.

A missão irá reunir um anão - também conhecido como elfo negro - (Blitz), um elfo (Heart), Magnus e a ex-valquíria (Sam). Juntos eles irão viajar por alguns dos nove mundos reunidos na Árvore da Vida e atender à diferentes quests para salvar o mundo do apocalipse prematuro.

A história de Magnus nos mostra o poder do recomeço. De deixar o passado - por mais feliz ou mais triste que seja - para trás. De seguir em frente e encontrar novas famílias depois que se perdeu as antigas. É sobre amizade na mais pura definição da palavra.

Conforme minha visão foi escurecendo, Sam e Hearth me ajudaram a pular do penhasco. Afinal, para que servem os amigos?

p. 269

Quem já leu Percy Jackson irá sentir muita familiaridade na história porque, apesar de Magnus parecer fisicamente com Kurt Cobain, o protagonista tem uma personalidade muito parecida com o semideus grego ao soltar suas tiradas engraçadinhas e irônicas, a dificuldade de compreender os termos norueguês e os deuses que acabou de descobrir que existem de verdade. A diferença seria que no primeiro livro de Percy, o protagonista tem 12 anos e neste Magnus tem 16 anos, o que faz com que o último tenha uma maturidade e seriedade maior que também podem ser causadas pelos dois anos que o garoto teve que sobreviver sozinho nas ruas de Boston.
Além da personalidade, o humor embutido na história lembra muito a primeira fase de PJ também, com os títulos dos capítulos concorrendo entre si na categoria de qual pode ser considerado o mais engraçado. E ainda encontramos muitas analogias e piadas sutis direcionadas aos personagens das sagas grega e romana, que apenas quem leu irá notar.

Mais uma comparação com a primeira saga do autor foi a relação de Magnus e Sam (a ex-valquíria) que me fez lembrar o início da amizade/romance de Percy e Annabeth (protagonistas de Percy Jackson e os Olimpianos e Heróis do Olimpo). Embora Sam demonstre que quando não está lutando pelo deus Odin, ela faz todo o possível para conciliar sua vida como uma garota muçulmana que está noiva de um rapaz - pelo qual ela é apaixonada desde os 12 anos. Então pode ter sido só uma impressão minha, mas vamos ficar de olho, não é mesmo?! Vai que eu acerto...

Você pode conferir abaixo o book trailer de A Espada do Verão disponível no canal da editora Intrínseca. Embora a narração esteja em inglês, há legendas em português. Só aviso que infelizmente a resolução não está 100%.

Para os fãs do tio Rick já antecipo que O Martelo de Thor, segundo livro da trilogia Magnus Chase e os deuses de Asgard, tem previsão de lançamento para o próximo ano (2016). E se você acha que vai demorar muito, não se preocupe porque o autor anunciou uma nova história envolvendo o deus Apollo (mitologia grega) em um futuro próximo.

E, para finalizar, quero dizer que sei que todos os livros de Riordan têm como foco o público infanto-juvenil, mas vou discursar aqui que isso é um mero rótulo. A leitura é tão gostosa que alguns anos atrás emprestei para minha ex-coordenadora e ela amou - está na segunda fase de Percy Jackson no momento. Então, não tenha vergonha de experimentar a obra independentemente da sua idade porque nunca é tarde demais para se divertir com uma leitura leve, dinâmica e bem escrita. :)