Cartas para você

Autora: Duda Razzera
Editora: Novo Século - Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 216
Onde encontrar: AmazonBrSaraiva
Sinopse: Após sofrermos a perda irreparável de um ente querido, a fase de luto pode ser, muitas vezes, dolorosa. Externizar os sentimentos na medida do possível é, sem dúvida, uma forma ideal para enfrentar essa difícil fase. 'Cartas para você' é uma árdua e corajosa tentativa de superação. Em formato de diário, a autora desabafa, de modo cativante, toda a sua trajetória de vida, incluindo a época da perda de seu pai, e a incessante busca por aceitação, para, enfim, rumar novos horizontes e reencontrar a alegria de viver.

Hoje trago para vocês a resenha de um auto-ajuda nacional. Gostaria de agradecer a autora pela cortesia do livro, saiba que foi uma leitura muito bem-vinda. Espero que a Aceitação chegue até você, Duda, pois perder um dos pais é uma das piores coisas que sei que terei de enfrentar. De certa forma, suas palavras ajudaram. Mas a gente sempre fica pensando: "Eu sei de tudo isso. Sempre sei o que tenho que fazer. Mas o que a gente faz quando não consegue fazer o que deve ser feito? Me diz!", p. 35.

Nossa protagonista é Georgia Castro. Ela tem 22 anos e aos 19 perdeu o pai. Vive com sua irmã e sua mãe, não fala mais com alguns tios, pois eles são o pior tipo de família que eu tive o desprazer de ler; está cursando economia e trabalhando. Bom, como vocês devem se lembrar, tenho muita resistência a epistolares, porque tive uma experiência péssima com Simplesmente Acontece. No entanto, Cartas para você" não teve o mesmo efeito em mim. Na verdade, eu gostei muito desses relatos. "Sei que minha história não é melhor nem pior que a de ninguém, mas ela é minha", p. 10. Eles mostraram uma personagem autêntica, que passa por todos os estágios do luto, pelo choque de perder alguém basilar para sua formação. 

Por meio de cartas para a Aceitação, Georgia (ou mesmo Duda, se preferirem) mostra sua exaustiva luta para encontrar a felicidade novamente e aceitar o fato de que seu pai se foi. 
"E pior, diferentemente do que acontece nos meus sonhos, na vida real ele nunca me avisou que daqui a pouco iria embora; ele não deixou nenhum recado. Eu só fiquei aguardando notícias em uma sala de espera do hospital, e ele nunca mais voltou." Georgia, p. 78
É a história de uma garota que precisa, sozinha, achar seu caminho de volta para a vida. Apesar de contar a ajuda de seus parentes, seus amigos e sua psicóloga, a lição que fica do livro é que se você não quiser voltar a ser quem você era, ou até mesmo, se tornar uma outra versão de si mesma, não há quem faça isso por você. E vai ser um caminho longo, difícil e conturbado. Pode ser que você não chegue a destino nenhum, fique apenas vagando na esperança de um dia encontrar o ponto final.
O livro pode parecer melancólico, por isso sugiro que você esteja no clima, caso decida lê-lo. Apesar disso, é tranquilo para ler. Os capítulos são curtos e a leitura é fluída, ou seja, as cartas não ficam presas em um único momento. Georgia nos leva pelos episódios de sua vida com graça e nós acabamos a leitura com um sentimento de saudade e esperança. Quero que Georgia fique bem.  
"Porque, desde que eu mantenha o legado dele vivo, desde que eu faça dessa experiência uma motivação para que eu alcance a grandeza que meu pai sempre previu para mim, desde que volte a ser aquela pessoa que eu era antes de todos esses obstáculos surgirem e numa versão ainda melhor, talvez assim eu consiga mesmo abrir a porta para você, Aceitação. Talvez então eu entenda o significado maior que isso tudo tem para mim.", p. 195

Com referências a escritores, séries de televisão, e livros, a autora constrói uma narrativa verossímil para sua personagem e para seus leitores. Alguns dos exemplos citados foram: Stephen Chbonsky, Bruna Vieira, Nicholas Sparks, The Walking Dead, Cinquenta Tons de Cinza, Game of Thrones, Grey's Anatomy, etc. Lendo assim, parece difícil todas essas referências trabalharem juntas, não? Bom, para uma pessoa extremamente sensível, qualquer sinal é motivo para uma introspecção e tentativa de análises profundas. E nossa protagonista precisou passar muito tempo em casa. Ou seja, muitos momentos para pensamentos profundos.
É isso, espero que vocês possam dar uma chance para o livro. Repito o que disse, ele veio em um momento propício. Então, curti a leitura. São relatos que merecem ser ouvidos. É a história de Georgia, é a história de Duda, e pode ser a história de muitas pessoas que estão por aí, sem poder falar.
Espero que todos vocês fiquem bem!



18 comentários :

  1. Confesso que esse não é o tipo de livro que curto, mas a sinopse me interessou. Pode ser que num futuro eu leia, porque ler ele agora não me fará nada bem. Tô em busca de algo leve.

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    1. Não é o meu tipo favorito também, Mariana. E realmente, essa não é uma leitura leve. Quando você sentir que é a hora, espero que possa aproveitá-la!

      beijos

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  2. Olá!

    Apesar de ser auto-ajuda, acho que leria sim. Meu pai ainda está vivo, porém, não falo com vários tios, acho que a Duda pode indicar o que fazer...

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

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    1. Kamila, os livros sempre podem nos dar respostas, basta que tenhamos coragem de procurá-las!

      beijos

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  3. Olá, Iza.
    Gosto de livros com o gênero epistolar, mas confesso que esse não me chamou tanto a atenção. É o tipo de enredo que não me atrai, sabe?
    Mas acredito que seja um bom livro para quem curta o tema. Desejo, inclusive, todo o sucesso para a autora.

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    1. Olá, Desbravador!
      Muito obrigada pela visita. Sério que você curte epistolares? Conte-me mais sobre isso!

      beijos

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  4. Bem ,eu não sou muito fã do gênero ,mas esse livro em especial ,parece bem tocante ,a capa tmb é muito linda ,quem sabe um dia tenho o prazer de ler .

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  5. Oi, izabela! Tudo bem?

    Eu achei a capa deste livro muito simples e ponto de não me despertar interesse...
    Mas o conteúdo parece ser legal e deve um autoajuda muito interessante.

    Quem sabe eu ainda não leia este livro...
    Beijos!
    Participe do sorteio #SomosTodosIguais no Irmãos Livreiros

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    1. Daniel, tudo certo e com você??

      A capa e a diagramação são simples. Mas o conteúdo é que carrega toda a essência do livro!
      Quem sabe, não?

      beijos

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  6. Olá!!
    Não é bem o tipo de livro que costumo ler, mais acho que tudo é questão de fases, e possa ser que em algum momento essa leitura seja bem valida pra mim, e ainda sabendo que é uma leitura é Fluida me animo um pouco mais.
    Bjocas!!

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    1. Rose, acredito que qualquer livro seja válido se o momento for certo.
      Claro que o cosmos nem sempre é tão legal assim, por isso cruzamos com leituras que nos desagradam, mas fica ai a dica.

      beijos

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  7. Oi, Izabela. Este livro não faz parte de um gênero que leio com frequência. mas, possui uma história que chamou a minha atenção, a forma como a autora constrói a personagens, os familiares em sua volta e a dor da perda é surpreendente e nos mostra o que acontecerá um dia. Parece uma leitura densa, um pouco amenizada devido as referências atuais, mas que deixa seu recado.

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    1. Ycaro, acredito que você tenha captado o livro, mesmo sem tê-lo lido! Fico muito feliz que tenha conseguido isso por meio da resenha.

      beijos

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  8. Não é meu gênero esse tipo de livro, mas parece ser muito bom, o tema abordado faz parte do dia a dia das pessoas acontece muito essa perda, não é nada fácil para a pessoa lidar com ela é muito sofrimento e muitas lembranças. Acho que a leitura nos leva a refletir sobre esse momento de luto.

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    1. Concordo com você, Maria. Cada um de nós lidará com as perdas de formas diferentes, mas ler a respeito da experiência dos outros talvez no ajude, de certa forma.

      beijos

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  9. Olá!
    Adorei a resenha. Ficou muito linda! Obrigada pelo carinho! :*

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    1. Duda, fico muito feliz qeu você tenha gostado da resenha. (Porque eu gostei do seu livro hahaha)
      Eu que agradeço sua gentileza.

      Até mais, beijos

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