Puros #01

Autora: Julianna Baggott
Título Original: Pure
Tradução: Flávia Souto Maior
Série: Puros
Editora: Intrínseca

Páginas: 368
Onde Encontrar: AmazonBr | Submarino | Livraria Saraiva

Sinopse: Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos de uma antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido — como um mundo com parques incríveis, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras, corpos mutilados e fundidos. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir.
Houve, porém, quem escapasse ileso do Apocalipse.
Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu o suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura.
Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam — e continuar vivos — precisarão unir suas forças.

Olá leitores! Há muito tempo eu não lia nenhuma distopia, pura e simplesmente. Então busquei na minha estante um dos mil livros parados e resolvi ler Puros, da autora Julianna Baggott. Puros aborda uma temática diferente de muitos livros distópicos e clichês que encontramos no mercado editorial hoje em dia. Ele foi uma leitura bem diferente do que eu esperava, inclusive, e bem interessante. Vamos a resenha?


O livro narra a história de dois protagonistas: Pressia e Partridge (nomes "diferentões"). Pressia é uma jovem que vive com o avô em um porão, numa situação precária, em um mundo completamente devastado e horroroso. Nessa história, os Estados Unidos foi devastado por uma série de explosões radioativas, e com essas explosões, as pessoas que conseguiram sobreviver, e não foram muitas, sofreram imensos danos biológicos. Por conta da radiação, os seres humanos se fundiram (ficaram grudados mesmo) a coisas, animais, ou até mesmo ao solo. Pressia e o avô tiveram seus próprios danos, a menina possui uma cabeça de boneca presa ao seu corpo e agora faz parte dela. Bizarro, não? Mas também muito triste. Nesse mundo as pessoas comuns já não possuem mais esperanças, foram deixadas para trás e são chamados, inclusive, de os miseráveis. E eles sentem ódio dos que se salvaram, os puros.


"Queime um Puro e respire as cinzas.
De suas entranhas, faça umas cintas.
Com seus cabelos, teça um cordão.
E de seus ossos faça um Puro sabão.
Lava, lava, lava. Pula, pula, pula.
Lava, lava, lava. Eu sou Pura."

Partridge vive o completo oposto. Ele é filho de um dos homens mais importantes do país, e tem uma vida normal, porém perturbada, dentro do Domo. Mas que é o Domo? Quando as explosões tiveram início, os "puros", considerados importantes, os escolhidos da sociedade, foram poupados e hoje vivem a salvo dentro de uma redoma onde as bombas não conseguem atingi-los, nem a seus bens, casas, e tudo o que possuem. O Domo, é a nova sociedade, o seu lar. E dentro deste local ocorrem diversas pesquisas científicas para melhorar o DNA humano, os tornando mais resistentes, fortes e ágeis para enfrentar o mundo lá fora, os perigos e a realidade. E também protegê-los dos miseráveis. Partridge não se sente bem com as alterações de DNA, ele se sente deslocado dentro do Domo. Apesar de ter uma boa vida, ele perdeu a mãe, que hoje vive com os miseráveis. Isso é um dos fatores que o assombra dia após dia, até que ele decide fugir do Domo.  E com isso, o destino dos dois jovens está prestes a se cruzar e mudar a história para sempre.

"Sabemos que vocês estão aqui, nossos irmãos e irmãs. Um dia sairemos do Domo e nos juntaremos a vocês em paz. Por enquanto, observamos de longe, com benevolência."


Julianna nos apresentará então uma história rica em detalhes, sobre um mundo pós apocalíptico que precisou se adaptar da melhor forma possível. Ou não. Haverá política, jogos de poder, conspirações e polêmicas envolvendo a elite e seu mundo poupado, e os miseráveis, que lutam por suas vidas e são contra os puros e o que se tornaram diante de tanto sofrimento alheio. A autora aborda essa temática com um bom drama e uma dose de ação na medida certa. A história é sem dúvidas, muito interessante, diferente e bem construída. O ponto fraco do livro, para mim, foi a complexidade e o nível da narrativa, que em muitos momentos se torna pesada. Mas é compreensível, pois é uma história bem diferente de tudo e cheia de detalhes, e também com um certo nível de bizarrice. No fim, pesando todos os pontos, gostei do livro. Puros é uma trilogia e os outros dois livros, intitulados "Fuse" e "Burn", já foram publicados nos Estados Unidos e em alguns outros países, mas ainda não no Brasil. Uma pena.


De qualquer forma, foi uma ótima leitura, saciou minha vontade de ler uma boa distopia e pretendo ler as continuações um dia, nem que seja em inglês! Para os amantes de distopias, fica uma boa dica.





10 comentários :

  1. Fiquei curiosa com o livro, achei diferente ainda mais essa parte de ter alguma coisa presa ao corpo achei bem estranho isso rs. Como sempre as pessoas que tem mais dinheiro sempre se dão bem, parece comover e revoltar o leitor esse injustiça contra os miseráveis, gostei que tem ação.

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  2. Oi, Camila!
    Adorei a temática do livro.
    Muito diferente!
    Eu tenho a impressão de que toda distopia que leio ultimamente é igual, mas essa me pareceu realmente se destacar.
    Uma cabeça de boneca grudada nela?
    Bizarro!!!
    Fiquei interessada.
    Tomara que publiquem os outros livros.
    :D

    Beijooos

    www.casosacasoselivros.com
    www.livrosdateca.com

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  3. Nossa a narrativa é densa,sufocante,flui bem. É perturbador, mas também é interessante.
    Os eventos são um pouco complexos,ás vezes assustadores.
    As capas são criativas

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  4. Nosssa faz muito tempo que este livro esta na minha lista de desejados, mas confesso que não lembrava muita coisa sobre a sinopse.

    Porém, a sua resenha resgatou a minha vontade de ler este livro, e fiquei mais curiosa ainda, pois a historia parece ser muito diferente de várias distopias que já li.

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  5. Olá,
    Nossa, a história é muito interessante mesmo, eu fiquei fascinada para saber mais, eu não gostei da capa, já tinha visto antes e não tinha dado nada, não passa a história, uma pena, porque a verdade é que a gente julga sim pela capa. Vou deixar essa indicação em um cantinho até lançarem os proximos aqui.

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  6. De distopia só li a trilogia de Divergente e amei!! Achei bizarríssimo isso de coisas ficarem grudadas nos miseráveis, kkkk. Queria saber qual o critério para os puros serem escolhidos; apenas influência? Achei muito curiosa a história do livro, me interessou bastante!! Uma pena mesmo o resto da série ainda não ter lançado no Brasil, porém pelo menos foi lançada já né? E aí quem gostar do primeiro livro e não estiver a fim de esperar os outros lançarem em português podem já ler. Parece realmente bom para quem estiver no clima de uma distopia.

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  7. Meu. Deus. Que livro é esse? Estou intrigada com essa historia e sobre a menina ter uma cabeça de boneca fundida em seu corpo, alias que tudo agora estão fundidos, mas uma palavra para descrever como me sente depois de ler apenas a resenha: chocada.
    Adorei muito a premissa do livro e já quero ler!
    Muito boa à resenha, parabéns!
    Beijos.

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  8. Oi, Camila!
    Não conhecia Puros, e confesso que achei bizarro as transformações que os seres humanos sofreram por causa da radiação - se fundindo a qualquer coisa, até mesmo ao solo -...a autora soube criar uma história bem diferente, né?! Nunca vi nada parecido...
    Ps: também achei os nomes Pressia e Partridge bem diferentões rsrs.

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  9. Camila, livros com pegadas pós apocalipticas me deixam curioso e, confesso que já fiquei interessado neste livro.
    Sua resenha está impecável! =)

    Beijos,
    Danny
    Irmãos Livreiros

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  10. Camila!
    Já gostei da criatividade da autora na escolha do nome dos protagonistas.
    Como toda distopia tem a interferência governamental e os jogos políticos, até ai tudo igual aos outros, não é mesmo?
    Acredito que o diferencia dos outros livros distópicos seja a riqueza dos detalhes e a complexidade de toda a sociedade e sua dinâmica.
    Interessante.
    Que outubro venha carregado de boas energias!
    “O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.” (Franz Kafka)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE OUTUBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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