Ladrões de Sonhos - Corvos #02

Autora: Maggie Stiefvater
Título original: The dream thieves
Tradução: Jorge Ritter
Série: A Saga dos Corvos
Editora: Verus
Páginas: 434
Onde encontrar: AmazonBr | Saraiva | Submarino

Sinopse: Ao lado de Blue, os garotos corvos – o privilegiado Gansey, o torturado Adam, o espectral Noah e o sombrio e perigoso Ronan – continuam sua busca pelo lendário rei galês Glendower. Mas suas explorações enfrentam um duro contratempo conforme segredos, sonhos e pesadelos começam a enfraquecer a linha ley – um canal invisível de energia que conecta lugares sagrados e que pode levá-los até o rei.

Será por isso que a floresta mística de Cabeswater sumiu inexplicavelmente? Quem é o misterioso Homem Cinzento e por que ele está procurando o Greywaren, uma relíquia que permite tirar objetos de sonhos? E o que isso tem a ver com o indecifrável Ronan?

Conforme Blue e os garotos corvos procuram respostas a essas e outras questões, o perigo que os envolve se torna cada vez mais real, e será preciso apostar todas as fichas nessa aventura enigmática.

E se você dormisse

E se

No sono

Você sonhasse

E se

No sonho

Você fosse para o céu

E lá colhesse uma flor estranha e bela

E se

Quando despertasse

Você tivesse na mão essa flor

Ah, e então?

- Samuel Taylor Coleridge

Para aqueles que acompanham o LOHS, vocês já devem ter viso que eu fiquei super apaixonada pela série O Ciclo dos Corvos, de Maggie Stiefvater. Eu comprei o primeiro volume, Os Garotos Corvos, ano passado e demorei muito tempo para ler. Depois que terminei o primeiro volume, fiquei encantada com o que encontrei e não consegui parar mais. Esta será a segunda resenha que faço da série, nem por isso menos interessante e fangirl. O segundo volume da série nos dá ainda mais magia do que poderíamos esperar e nos leva para um novo nível da caçada de Gansey ao rei gales. 

O que tiramos o primeiro volume? Algo muito louco está acontecendo com todos os membros desse grupo maravilhoso! Gansey, em sua destemida caçada, e seus amigos "Adam Parrish, emaciado e pálido; Noah Czerny, sujo e desleixado; e Ronan Lynch, feroz e sombrio. No ombro de Ronan, empoleirava-se seu corvo de estimação, Motosserra.", p. 15 Esses meninos e Blue têm muito o que encarar. Depois de descobriram Cabeswater, a floresta mágica, e lidarem com a existência de seu amigo Noah, um fantasma, a verdade se assenta em seus cérebros e corações. 

"Blue se emocionou novamente, com a certeza de que a magia era real, a magia era real, a magia era real.", p. 18

Novamente, com a bela sinopse desse volume, já temos uma prévia do que encontraremos em 434 páginas de puro talento. Apesar de ser uma visão geral de alguns pontos importantes do livro, o que nos prende à história é o trabalho de Maggie. Apesar de ser um tanto estranho dizer isso, esse segundo volume parece ser dedicado a Ronan. Alguém que vemos pouco durante o primeiro livro, mas que tem um desenvolvimento maravilhoso nesse aqui. 

Então vamos lá? "Na teoria, Blue Sargent provavelmente mataria um daqueles garotos.", p. 13

Cabeswater, "Blue amava o lugar de uma maneira insuportável.", p. 100, desapareceu. Gansey não consegue lidar com essa verdade, pois Glandower teoricamente deveria estar enterrado lá! Em algum lugar entre as linhas leys, algo muito perturbador está acontecendo. A magia de Cabeswater parece intermitente e conheceremos muitas coisas (e personagens!) novas. Como eu não quero falar muito para não entregar muita coisas para vocês, vamos fazer algo parecido com a primeira resenha! Falarei um pouco sobre cada uma das personagens e a magia que acontece quando elas estão juntas em cenas.

Blue Sargent continua sendo a feminista corajosa e sensata que conhecemos. Mais íntima de cada uma deles e, de alguma forma, se descobrindo parte daquele grupo, nossa protagonista mostra como a amizade e o amor podem mudar a sua vida. Seu relacionamento com Adam é um tanto confuso, pois ela não sabe o que fazer consigo mesma. Apesar disso, a conexão entre ela e seus garotos só parece aumentar. Assim como a ajuda que Maura, Calla e Persephone tem a oferecer a esse bando de crianças correndo atrás de reis adormecidos. "Às vezes, Maura, Persephone e Calla pareciam mais três partes da mesma entidade em vez de três mulheres separadas.", p. 113

"Naquele momento, Blue estava um pouco apaixonada por todos eles. Pela magia deles. Pela busca deles. Pela voracidade e pela estranheza deles. Seus garotos corvos." Blue, p. 18

Adam Parrish. Socorro. Alguém ajuda essa criança, por favor. Alguém pega na mão dele e fala: vai ficar tudo bem; eu estou aqui com você e tudo vai dar certo. Porque, deos, que menino sofrido. Depois de sobreviver aos pais, ele agora mora no sótão de uma igreja. Ele não tem nada, mas aquilo é tudo o que ele tem e Adam não poderia estar mais orgulhoso de si mesmo. Seu papel nesse segundo livro é muito maior do que poderíamos ter previsto. Sua barganha com Cabeswater começa a mostrar suas consequências. Seus olhos passam a enxergar coisas que não estão realmente lá e ele não sabe o que fazer. 

"Se Adam não pensava direito quando se tratava de seu orgulho, Gansey não prensava direito quando se tratava de Adam." Ronan, p. 77

Gansey III, nosso intrépido líder, a força motriz que move essa busca tem muito o que lidar. "Ele jamais esqueceria a sensação do sonho. Não gora de alegria, mas de ausência de dor. Ele não conseguia esquecer aquela leveza. A liberdade." Gansey, p. 80 Com o sumiço de Cabeswater, a busca por Glandewor precisa ser interrompida, por isso temos espaço e abertura para o desenvolvimento de outros enredos. Gansey, nesse volume tem participações importantes que mostram a profundidade de seu relacionamento e sentimento com cada um dos membros da gangue. Seu relacionamento com Adam e a necessidade de aprovação que existe dos dois lados, seu cuidado com Ronan e a lealdade que vemos, até seu respeito com Noah possui uma explicação. Agora, seus sentimentos confusos com relação à Blue, bom.. isso é material para muitas fanfics.

"- A gente pode fingir. Só uma vez. E então jamais diremos uma palavra sobre isso novamente." Gansey, p. 360

Noah, o que posso falar dele? Ainda um membro extremamente importante, porém com participações esporádicas. Agora que descobrimos seu passado e a sua ligação com a linha ley e os garotos corvos, sua existência se torna ainda mais intrigante. Ele também é um sintoma do que está acontecendo com Cabeswater, ainda mais um motivo para que nossos garotos descubram o que aconteceu com a floresta. "- Glitter. - sussurrou Noah reverentemente, sacudindo-o.", p. 74 A morte desse garoto foi extremamente injusta, por isso seus amigos farão com que ela não tenha sido em vão.

Ronan Lynch será um dos maiores responsáveis por isso. Ele é a pessoa que faz com que Noah se sinta parte do grupo, mesmo que morto. E como ele faz? Com brincadeiras, sarcasmo e o jeito Ronan de ser. "- Sem palavrão, cacete." Ronan, p. 170 Descobriremos muito a respeito do passado de Ronan, de sua história, de seu relacionamento conturbado com o irmão mais velho e de adoração com o mais novo. Teremos acesso a detalhes antes nem imagináveis por nós a respeito de sua vida, se sua origem e de seus poderes. Sim, senhoras e senhores. Ronan é uma criatura mágica. "Havia coisas aterrorizantes em sua cabeça." Ronan, p. 84

Como assim, você pode estar se questionando? Bom, aparentemente, Ronan tem a habilidade de trazer coisas do seus sonhos para o mundo real. Não que isso seja um processo fácil e indolor, muito pelo contrário. A cabeça de Ronan é um ninho de vespas pronto para detonar com qualquer um que entre lá. Ser Ronan é perigoso.

Ronan. Achados do Pinterest.

Mas não tão perigoso quanto o novo personagem a quem somos apresentados. O Sr. Cinzento. Confesso que fiquei um tanto na dúvida quando ao que pensar dele, mas depois que ele conhece o trio da Rua Fox, 300, eu aceitei no meu coração que ele ficaria lá por um bom tempo. E eu mal posso esperar para dividir com vocês tudo o que é possível ser dividido sobre esse homem. 

"- Ah. Você é o assassino de aluguel.
- Ah. E você é a filha. Blue.
- Então, você tem alguma arma favorita?
- Oportunidade." Blue e Sr. Cinzento, p. 202

Kavinsky, alguém que já vimos de relance no primeiro volume, volta com tudo para esse segundo livro. Pronto para nos tirar dos trilhos e nos fazermos questionar muitas coisas do que sabemos e do que podemos imaginar. "- Vou ser paciente, porque você bateu a porra da sua cabeça." Kavinsky, p. 273 Seu relacionamento com Ronan é completamente deturpado, mas ele tem um papel muito importante em todo esse segundo livro. Ladrões de sonhos é realmente um título muito mágico!

A busca por Glendewor leva-os a lugares inesperados e pode acabar terminado de um jeito não muito agradável. As relações e interações que temos nesse segundo volume são profundas e significativas. O talento de Maggie realmente levando a história adiante. Provocando o leitor e nos entretendo da melhor forma que poderíamos imaginar. 

Os arcos de desenvolvimento de personagens e de seus relacionamentos é simplesmente maravilhoso. A escrita de Maggie continua fluída, cheia de latim para nos levar ao Google Tradutor e simplesmente mágica. O segundo volume é um tom mais sombrio, ainda que com alguns alívios cômicos com os comentários sarcásticos e as piadas e ironias à torto e à direito. Com tudo isso, eu não poderia deixar de implorar para que vocês lessem esses livros, porque ele são maravilhosos! E eu tenho certeza de que não irão se arrepender!

"- Quando eu estiver fora, sonho o mundo para mim. Algo novo a cada noite." Gansey, p. 217

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Seção das Quotes

"- Eu achei que você tinha músculos. Feministas não são musculosas?
Decididamente não apaixonada por ele.
- Sorrir quando você diz isso não torna a piada engraçada." Gansey e Blue, p. 14

"- Sonhe uma solução para mim.
- Não é preciso. A natureza já te deu culhões." Gansey e Ronan, p. 29

"- Por que o chá daqui é tão bom?
- Eu cuspo nele." Gansey e Blue, p. 52

"Se você nunca tivesse visto as estrelas, velas eram o suficiente." Adam, p. 63

"Ela coçou a panturrilha com o pé descalço usando um vestido que lembrava a Ronan um abajur. Qualquer que fosse esse abajur, Gansey claramente gostaria de ter um.
Ronan não era fá da abajures." Ronan, p. 142

"A única realidade era esta: ele estava em casa. 
Que vontade ele tinha de ficar." Ronan, p. 146

"Havia algo afetuoso, pensou Ronan, a respeito de eles todos enterrarem um corpo por sua causa.", p. 153

"- Estou tendo um momento mediúnico. Envolvendo você e eu. 
- Você estava falando comigo ou com o Ronan?
- Sou flexível. 
Blue fez um ruído baixo, terrível." Orla e Gansey, p. 187

"Até isso parecia proibido; havia tanto de Gansey naquele carro que parecia que, em algum lugar, Gansey seria capaz de sentir essa pequena transgressão." Ronan, p. 235

"- Eu convidaria você para sair, se estivesse vivo.
Nada era justo.
- Eu aceitaria." Noah e Blue, p. 241

"A mente de Gansey estava sobrecarregada. Ele podia sentir as sinapses se matando.", p. 289

"Mas agora Gansey precisava dele. Se não contasse para alguém sobre Ronan arrancando partes de seu carro, ele ia se matar.', p. 297

"- A morte é um efeito colateral chato." Kavinsky, p. 306

"- Você vai ter que ser corajoso. 
- Eu sempre sou corajoso.
- Mais corajoso que isso." Maura e Sr. Cinzento, p. 328