Coroa da Meia-Noite - TOG #02

Autora: Sarah J. Maas

Título original: Crown of midnight

Tradução: Mariana Kohnert

Série: Trono de Vidro

Editora: Galera Record

Páginas: 406

Onde comprar: Extra | AmazonBR | Saraiva

Sinopse: Celaena Sardothien, a melhor assassina de Adarlan, tornou-se a assassina real depois de vencer a competição do rei e se livrar da escravidão. Mas sua lealdade nunca esteve com a coroa. Tudo o que deseja é ser livre e fazer justiça. Nos arredores do castelo, surgem rumores a respeito de uma conspiração contra misteriosos planos do rei, mas antes de cuidar dos traidores, Celaena quer descobrir exatamente que planos são esses. O que ela não imaginava é que acabaria em meio a uma perigosa trama de segredos e traições tecida ao redor da coroa. Em Adarlan, um segredo parece se esconder por trás de cada porta trancada, e Celaena está determinada a desvendar todos eles para proteger aqueles que aprendeu a amar.

Se você acompanha o LOHS, sabe que eu sou uma fã incondicional de Sarah J. Maas. Sou capaz de emoldurar e pendurar na minha parede, até mesmo, a lista de compras estilizada dessa mulher. Depois da leitura de dois livros dolorosamente maravilhosos, nós voltamos ao final que Trono de Vidro nos deixou. Celaena é a Campeã do Rei e, como tal, precisa realizar algumas tarefas, seja assassinando ou caçando aqueles acusados ou suspeitos de traição e conspiração rebelde. No entanto, Chaol, Dorian e Nehemia, pessoas queridas por nossa assassina, estão surpresos e horrorizados pelas ações dela. 

“O que ele esperava que acontecesse quando ela se tornasse a campeã do rei?” Celaena, p. 15

A narração em Coroa da meia-noite, dividida entre pontos de vista de Celaena, Dorian e Chaol, irá nos levar para caminhos ainda mais antigos. Caminhos nos quais as lembranças dos acontecimentos de A Lâmina da Assassina tomam rumo novamente, ou seja, Celaena começa a suspeitar conscientemente de quem nós, leitores, passamos a odiar no final dos contos. Mais magia é introduzida por meio de outras criaturas que estão rondando o castelo de vidro; Elena ainda não voltou, mas conhecemos Mort, a aldraba da porta que guarda o esconderijo da antiga Rainha, com quem Celaena possui alguns dos melhores e mais hilários diálogos; as criaturas e os segredos enterrados nas profundezas da biblioteca desencadearão consequências inimagináveis; as marcas de Wyrd continuam sendo a base de toda as confusões, principalmente quando acrescentadas à existência das Chaves de Wyrd - falarei sobre isso mais tarde. Por fim, Celaena terá de lidar com mais conspirações, que ganham mais complexidade a cada livro, contando com suas habilidades mortais e um pouquinho de ajuda por parte da magia. Que muitas vezes, vem mais para atrapalhar do que para ajudar. 

Nehemia, sua melhor amiga, a princesa de Eyllwe, está com vários problemas na corte. Além do Rei não dar ouvidos aos seus pedidos de audiência para discutir a situação dos escravos de Calaculla, o tirano pede que Roland Havilliard - primo de Dorian, karma de Chaol - seja o responsável por discutir esses assuntos dentro do conselho. No entanto, ninguém confia nesse novo personagem, o que faz com que Roland tente cair nas graças de Dorian por meio de manobras ousadas, como ameaçando aumentar o número de escravos nas duas minas de Adarlan. 

Falando de personagens novos, devo citar dois que são muito importantes. Lembram-se de Hollin, irmão mais novo de Dorian? Bom, ele está de volta; por isso, a Rainha mandou trazer um parque para as comemorações de seu aniversário. E, viajando com esse parque, estão os mais diferentes tipo de criaturas, como a bruxa, Baba Pernas Amarelas. Ela será responsável por aconselhar Dorian que está passando por momentos muito difíceis, descobrindo como lidar com os picos de poder que começa a demonstrar; e Celaena, que deseja fugir de seus destino mais do que qualquer outra coisa, porém, não consegue, pois ele a encontra. 

"- Acho que tal honra sumiu de Adarlan há gerações, mas antes de Terrasen cair, sua corte era aquela que estabelecia o exemplo. Meu pai me contava histórias da corte de Terrasen, dos guerreiros e lordes que serviam ao rei Orlon em seu círculo íntimo, do poder, da coragem e da lealdade incomparáveis da corte ele. Foi por isso que o rei de Adarlan atacou primeiro Terrasen. Porque era a mais forte e porque, se Terrasen tivesse a chance de levantar um exército contra ele, Adarlan teria sido aniquilada. Meu pai ainda diz que se Terrasen se erguesse novamente poderia ter uma chance; seria uma ameaça genuína a Adarlan." Nehemia, p. 78

Um nome começa a ser constantemente citado, Aelin Galathynius, a princesa perdida de Terrasen, a única sobrevivente do massacre realizado pelo Rei de Adarlan. Há boatos de que ela retornou e de que está trabalhando com os rebeldes para reunir um exército. Será que isso é verdade? Celaena já ouviu menções à Terrasen por parte de Nehemia e por parte de Archer Finn, o cortesão (alguém de seu passado) a quem o Rei ordenou que ela matasse. Ela barganha a vida dele em troca de informações a respeito desse movimento dentro de Forte da Fenda. Acompanhados de muitos vestidos bonitos, bailes e música, seguimos Celaena enquanto ela tenta lidar e descobrir o que está acontecendo por debaixo dos panos de intrigas infindáveis dessa cidade.  

Agora, vamos comentar a respeito das partes que eu mais gosto? O Romance! Para mim, em Trono de Vidro, gostaria que Celaena ficasse com Chaol, porém ela passou um tempo de qualidade com Dorian; até que se tornou a Campeã do Rei e percebeu que partiria em algum momento, por isso, terminou tudo com o príncipe. Porém sua amizade com o Capitão da Guarda continuou e, em Coroa da meia-noite, está evoluindo para patamares de ship (o que eu já estava prevendo que aconteceria, por isso mesmo embarquei nessa). Não posso negar que meu coração quebrou ao ver Dorian ficando para trás, porém... com Chaol... foi como ter Sam novamente ali. Serio, não sei se é porque ele se foi, não sei se é porque ele é apenas o personagem mais perfeito que poderia existir, mas Sam Cortland é meu maior ship para Celaena, porque ele quase a fez desistir de tudo, eles quase fugiram, eles quase foram felizes para sempre. Eles quase conseguiram. E isso sempre ficará na minha memória.

“- Sam amava você.
Sim. Mais do que qualquer um já a amou. Ele a amava o suficiente para arriscar tudo – para desistir de tudo. Ele a amava tanto que Celaena ainda sentia os ecos daquele amor, mesmo agora.
- Muito – disse ela, com um sussurro.” Chaol e Celaena, p. 47

Dessa forma percebemos que Celaena está extremamente ligada a Chaol. Assim, muito bem ligada, se é que me entende.... Por isso, quando eu digo que os caminhos desses dois homens são muito parecidos, o que vocês acham que acontece com Chaol? Ele é sequestrado! por ninguém mais, ninguém menos do os rebeldes infiltrados no Forte da Fenda. Se tem uma coisa que você nunca deve fazer, é mexer com aqueles que são amados por Celaena. Só isso. É bem simples, na verdade. Mas as pessoas insistem em mexer com todos. Incluindo Nehemia. 

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"Se queriam a Assassina de Adarlan, eles a teriam. E que Wyrd os ajudasse quando ela chegasse.", p. 213

E isso fará com que toda a história que seguimos até a página 227 mude. Pois aí, começaremos a parte dois do livro, A Flecha da Rainha. Alguns gifs para ilustrar o final da primeira parte, A Campeã do Rei.

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Montanha-russa emocional

Depois de todos esses choques demonstrados graciosamente pelos gifs, a leitura continua. Celaena está vingativa. E tem um propósito. O que normalmente termina com uma pilha de corpos atrás dela. Porque sim, nesse livro ela finalmente está assassinando pessoas! Aos montes. De diferentes formas. Tentarei ao máximo não contar nenhum spoiler para vocês a respeito dessa segunda parte, preparem-se.

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Celaena se afastou de todos, está pensando pouco nas consequências e não se importa com quem terá de matar. Está seguindo pistas perigosas envolvendo o Rei e os rebeldes e as Chaves de Wyrd, capazes de trazerem ainda mais escuridão para o controle do tirano e há mais 200 páginas para a história seguir. Archer e ela mantêm uma relação estritamente baseadas nos interesses da Assassina e as intrigas rebeldes continuarão a tomar forma para um movimento que, de fato, parece estar se montando. Celaena reata contato com nosso adorado príncipe e eles passam outro tempo de qualidade juntos, porém não como foi em Trono de Vidro. Enquanto isso, nosso Capitão da Guarda está desvendando seus próprios mistérios envolvendo a misteriosa linhagem remanescente de Terrasen. O que ele descobrirá deixará todos de boca aberta!

Quanto mais nos aproximamos do final, mais eletrizante as cenas ficam, pois não seria um livro de Sarah J. Maas, caso não existisse uma sequência de ação perturbadoramente bem escrita perto do final. Segredos serão revelados, acordos negociados e Forte da Fenda será deixado para trás quando Celaena parte para Wendlyn, a mando do Rei, para assassinar a família real.

Muitas coisas ainda acontecem, não se enganem. A gradação dos eventos é explosiva e quase lírica de tão perfeita. Você sofre e sente com a mesma intensidade de Celaena. Você mata com ela, você fica de luto com ela. Você se torna ela. E esse é um dos pontos mais lindo do livro. Os eventos atingem Celaena de formas tão fortes que ela muda aos poucos. O leitor consegue acompanhar esse desprendimento claramente. E esse é um trunfo que Sarah merece. Suas personagens, apesar de estarem inseridas em um mundo fantástico, são muito reais e nos possibilitam essa identificação mais facilmente do que personagens de mundos comuns. Por fim, considero Coroa da meia-noite simplesmente perfeito. E posso confirmar, pois já li os Herdeira do Fogo e Queen of Shadows e sei o quão bem costurada é essa série. Os fãs não se decepcionarão e aqueles que ainda não se renderam ao charme de Celaena, não sabem o que estão perdendo!