Autor: Anthony Doerr
Título original: All the Light We Cannot See
Tradução: Maria Carmelita Dias
Editora: Intrínseca
Páginas: 528
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Sinopse: Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial. Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda Luz Que Não Podemos Ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.
Há muitos livros no mundo e cada leitor é afetado de formas diferentes. Temos livros bons, livros ruins, livros que esquecemos logo depois de lidos, mas, entre todos esses, há um tipo que emociona e faz chorar, pensar e sonhar sobre a história por muito tempo. São livros que não serão esquecidos e poderão ser relidos mais de uma vez. Toda Luz Que Não Podemos Ver entra nessa categoria e você não irá querer se desfazer dele mesmo que a sua edição se desmantele completamente.
"Abram os olhos", conclui o homem," e vejam o máximo que puderem antes que eles se fechem para sempre" p. 56
Este é um livro que ganhou em abril o Pulitzer de Ficção 2015 e eu só o conheci graças a Turnê Intrínseca! Eu quase nunca julgo um livro pela capa e nesse caso não foi diferente. Não me entendam mal, a capa é linda e o trabalho de diagramação das páginas também, mas não achei que “mais um livro sobre a Segunda Guerra Mundial” pudesse ser tão interessante. Foi então que ouvi uma moça da Intrínseca (me desculpe, mas não lembro o nome!) contar a história e algo atiçou dentro de mim. Agradeço aqui a uma grande amiga minha que me deu o livro de presente no meu aniversário no começo do mês. (Obrigada, Ana!!)
A história é composta por capítulos curtíssimos, divididos em 13 partes, e é narrada de forma atemporal em terceira pessoa, quase poeticamente, na qual o melhor exemplo que posso lhe dar é o filme “A Vida é Bela” (caso não tenha visto ainda, assista). A história não esconde alguns dos horrores que é uma guerra, mas o autor tem uma sensibilidade tão grande ao tratar cada detalhe que é impossível não se emocionar e apaixonar por cada personagem.
Marie-Laure é uma garota francesa que perdeu a mãe durante o parto e ficou cega aos seis anos, seu pai – um humilde chaveiro do Museu de História Natural – constrói uma maquete onde cada passo de um dedo corresponde a um passo andando no bairro de Paris onde eles moram e, acreditem ou não, é por conta dessa maquete que a menina aprende os caminhos e nunca se perde. Mas, por conta da invasão alemã na França, ela e o pai são obrigados a fugir e se esconder na casa de seu tio-avô que a princípio é considerado louco (ele vê fantasmas, ou pelo menos acha que vê) na cidade de Saint-Malo, na região da Bretanha.
Eu me apaixonei por essa garota curiosa e forte que enfrentou tanta coisa, sem perder a coragem. Ela ficou cega ainda criança, mas o pai a fez aprender a ler em braile e não tem nada mais tocante que a felicidade dela ao ganhar um livro em braile do pai no seu aniversário.
Nosso outro protagonista é o jovem Werner, um órfão alemão que vive em uma situação miserável, mas é um gênio. É curioso e conforme cresce suas perguntas e as complexidades das mesmas apenas aumentam. Ele vive em um orfanato com a irmã mais nova, Jutta, e outros órfãos, cuidados pela caridosa Frau Elena, uma francesa que deve esconder cada vez melhor o seu sotaque e sua herança cultural conforme a guerra se aproxima. Werner, apenas observando e analisando peças quebradas, conserta um rádio e com o passar do tempo se torna especialista nisso. E é por conta dessa genialidade bruta que ele é levado para ser treinado pelo exército nazista.
"- É certo - pergunta Jutta - fazer algo apenas porque todas as outras pessoas estão fazendo?" p. 137
Werner foi quem partiu meu coração e me fez desabafar rios de lágrimas. Ele é apenas uma criança que foi obrigada a sobreviver em um mundo cruel e sem muitas escolhas. Tudo que ele quer é se tornar um engenheiro para melhorar a vida de sua irmã, de Frau Elena e das crianças do orfanato, mas foi jogado em uma guerra que o consome e sua consciência o atormenta sobre as escolhas que fez e as que não fez também.
A história vai e volta ao longo dos anos, desde 1934 até 2014, focando principalmente nos anos que sucederam a Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945). Cada capítulo mostra o crescimento de ambos os jovens e, ao mesmo tempo, da guerra também.
Em um momento da história, que não posso dizer qual é ou estaria dando spoilers sobre o clímax do livro, as vidas de ambos se cruzam em Saint-Malo e é algo simplesmente emocionante.
Marie-Laure e Werner, sofrem, se machucam, passam fome e perdem pessoas queridas por causa de um combate que não concordam. Eles dão uma lição de vida sobre o que realmente é importante e como pequenos gestos de bondade geram consequências tão bonitas. É para se filosofar sobre como todas as pessoas estão interligadas e o que realmente vale a pena nesse mundo.
Recomendo para que faça essa leitura com o coração aberto, disposto a conhecer jovens que são boas pessoas, que foram obrigados a viver momentos ou fazer coisas que partem nossos corações mas que, em momento algum, perderam a esperança. Não tenho palavras para descrever o quão bela a história é.
Uma curiosidade interessante é que a cidade de Saint-Malo é real e existe até hoje. Ela realmente foi ocupada pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial e o ataque que acabou destruindo a última resistência nazista devastou a cidade de tal forma que foram necessários 30 anos para tê-la restaurada novamente. Hoje em dia, Saint-Malo é um dos principais pontos turísticos da região.
Oi, Carolina! Tudo bem?
ResponderExcluirMenina... que livro interessante!!! Uau!
Achei a sinopse intrigante e a capa espetacular, mas quando li sua resenha, me encantei com este drama que me fez suspirar!
Simplesmente me encantei por "Toda Luz Que Não Podemos Ver"! pretendo ler em breve!
Parabéns pela belíssima resenha! :)
Carolina, está rolando sorteio no blog Irmãos Livreiros corre lá para participar, ficarei muito feliz com sua participação! :)
Beijos!
Irmãos Livreiros
Oi, Daniel!
ExcluirTudo bem sim e espero que com você também.
Obrigada pela visita mais uma vez. :)
E esse livro é realmente incrível. Eu escrevi a resenha logo após finalizá-lo e temi que estivesse emocionada demais para escrever, mas valeu a pena sem sombras de dúvidas!
Tenho certeza que irá gostar e indicá-lo futuramente também.
Mais uma vez, obrigada pelos elogios. :)
Irei visitá-lo sim. Valeu pela dica do sorteio! Rsrs
Faz um tempinho que vejo esse livro por aí, mas ainda tinha minhas dúvidas se a história era tão boa assim, e sua resenha acabou com essas dúvidas no mesmo instante em que a li! Espero poder ter a oportunidade de lê-lo, porque a história parece ser simplesmente fascinante :)
ResponderExcluirhttp://sobrecontarhistorias.blogspot.com.br/
Oi, Fernanda!!
ExcluirFico muito feliz que tenha dissipado suas dúvidas!! Pode ter certeza que o livro é maravilhoso! Não irá se arrepender!
Oiee ^^
ResponderExcluirJá tinha visto a capa desse livro antes, mas essa foi a primeira resenha dele que eu li. Adoro livros sobre a Segunda Guerra Mundial, é um dos meus temas favoritos para livros e filmes, então já estava bastante animada para ler. Quero muito conhecer essa história e os personagens, estou certa de que vou amar ♥
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi, Dryh!
ExcluirA edição é linda e a história incrível! Hahaha
Como os capítulos são super pequenos, você lê muito rápido.
E eu também tenho certeza que irá amar!
Me conte depois.
Bjs
Oi Carol!
ResponderExcluirOlha, te entendi completamente quando você falou que esse livro seria só mais um sobre a temática da segunda guerra mundial, porque foi isso que pensei quando recebi esse livro da Editora de cortesia. A Rízia leu (outra adm. do blog) mas mesmo assim não consegui me interessar... Até agora, realmente a sua resenha me animou bastante! ~samba~
Beijos!
www.livroterapias.com
Oi, Nathy!
ExcluirSe anime sim! Hahaha
É linda, triste, mas linda.
Tem que estar de peito aberto e a leitura vai super rápido porque os capítulos são muito muito pequenos.
Bjs
Olá!
ResponderExcluirGente, que livro triste! Já quis chorar só de ler sua resenha! Leio de tudo e esse já entrou na minha lista!!! Impossível não se emocionar!
resenhaeoutrascoisas.blogspot.com
Não chore ainda não, Kamila!
ExcluirTerá motivos quando chegar mais para o fim do livro. Rsrs
E realmente é impossível não se emocionar. É uma história muito tocante.
Espero que aprecie o livro tanto quanto eu. :)
Bjs
Também conheci o livro em uma turnê da Intrínseca, e desde então ele está no topo das minhas compras. Como você disse, algo nesse livro despertou meu interesse e espero que ele não seja mais um livro sobre a segunda guerra mundial. Apesar que na maioria livros ou filmes desse tema sempre me fazem chorar, e acredito que com este não vai ser diferente.
ResponderExcluirEu chorei bastante, Yasmim! Hahahaha. Mas foi apenas algumas cenas ou lembrando o acontecido. No geral me senti muito tocada e emocionada. Só tenho elogios para esse livro e espero que você goste tanto quanto eu!
ExcluirBjs