Freud, me tira dessa!

Autora: Laura Conrado
Editora: Novo Século (Novos Talentos)
Páginas: 214
Onde encontrar: Saraiva | Extra 

Sinopse: Freud, me tira dessa! narra a história de Catarina, uma jovem que passa a morar sozinha em função do novo emprego. Dona de uma vida amorosa catastrófica e disposta a rever suas escolhas, Cat busca ajuda na psicoterapia. Como se não bastasse o dolorido processo de conhecer a si mesma e de adentrar na relação com seus familiares, Catarina se apaixona pelo terapeuta. No auge de sua angústia, a personagem recorre ao pai da Psicanálise para sair dessa. Por meio das confusões de Cat, é possível não simplesmente rir, mas também se identificar com a profunda trajetória de autoconhecimento e aceitação da própria história
Gente, que livro difícil. Tenho sentimentos muito conflitosos falando a respeito desse nacional. Em 2012, quando a blogosfera pegou fogo por conta desse lançamento, um chick-lit seria exatamente o tipo de literatura da qual eu gostaria. Três anos depois (mesmo com todas as continuações e desenrolares da série - você pode conferir aqui) tive a confirmação de que esse - realmente - não é mais meu gênero. 

Catarina é uma jovem mulher de 23 anos, mas parece ser uma adolescente. Ela tem medos e inseguranças que não mais, com 19 anos, me afligem. Problemas de confiança, de ciúme, de autoestima a tormentam e a mim, não mais. Portanto foi difícil esse primeiro contato com o livro, pois não tive paciência para ler a autodescoberta de uma mulher não tão mais velha do que eu.
"Pronto. Um menino tinha ganhando de mim de lavada. Percebi o quanto era despreparada para perdas e como tenho atitudes infantis diante delas. Seria a minha cara berrar mil palavrões e praguejar contra o campeão. Apelas, derrubar a mesa e sair marchando do local também estariam entre as minhas possíveis reações.Eu, possivelmente, choraria depois, escondida em algum lugar. E tramaria vinganças, revanches e meu retorno triunfal. Como sou idiota. As coisas poderiam ser mais simples." Cat, p. 101
Minha primeira dificuldade com o livro foi a narração truncada, não senti que a história fluía, pois focou completamente no tempo mental de Catarina. O segundo problema foram as situações bizarras nas quais ela se envolveu (praticamente o livro todo, coitada dessa personagem!) Uma cena que achei absurda: Cat (como é conhecida) saindo aos tapas com a irmã – Amanda, pois esta estava namorando um ex da época de ensino médio da nossa protagonista. Peloamor, ele é seu ex! o que você acha que iria acontecer? Outro momento que achei bem triste foi a fossa em que ela ficou quando Rubens, seu colega de trabalho, terminou com ela e assumiu o namoro com outra mulher, na mesma empresa, só que - aos olhos de Cat - mais feia, mais "songamonga". Gente!, para! se o cara realmente lhe deixou, você não vai ficar comparando situações depois. A pior coisa que você pode fazer é comparar. Siga em frente, desapegue. Não fique presa no passado.

Bom, acredito que vocês já tenham percebido a grande dificuldade que eu tive com a primeira metade desse livro. Tudo que Cat fazia, eu queria rir e zoar com ela. Sabe o “não tenho paciência para quem está começando”? Então... No entanto, tantas pessoas gostaram desse livro que eu pensei que tivesse algo errado comigo. Só que não foi isso. Seguindo a onda de autorreflexão, penso que muito da minha aversão ao livro se dá pela fase da vida em que estou. Minha personalidade e a de Cat são completamente diferentes. Então, quando estou acostumada a não me importar, ela se preocupa com as opiniões alheias, com intrigas e fofocas.

Para resolver seus problemas, Cat resolve partir para a terapia. E lá, acaba se apaixonando pelo terapeuta, Luiz. Essa fase pós-analista parece fluir melhor, afinal nossa narradora está correndo atrás das melhorias que precisam ocorrer na sua vida. Porém, o que dizer sobre a fase stalker daquela mulher? Anotar a placa? Ligar como modo desconhecido para o celular dele? Seguir com o carro para descobrir onde o homem mora?! Gente, não. Só... não.

Claro que existiram momentos em que ri com as trapalhadas de Cat, não sou uma desalmada, porém - definitivamente, chick-lit não é mais o meu gênero literário. Minhas risadas apareceram principalmente nos momentos em que Cat está sonhando. Por conta da narração confusa (para mim), eu não sabia dizer se algo estava acontecendo de verdade ou não, pelo menos não até ela dizer que estava sonhando ou acordar assustada. Algumas conversas entre ela e Luiz foram muito engraçadas também. Aaaah, não posso deixar de citar a academia! Felipe, o Pirilampo, salvou vários momentos na fase pós-terapia.
"- Amanda, vai entender heterossexuais! Eu te disse: as bichas são bem mais espertas!", p. 174
Para terminar, a personagem Mônica foi uma das secundárias que mais me chamou a atenção, ela vivia num relacionamento opressivo e não fazia nada a respeito. Com terapia e ajuda de Cat, ela começa a se libertar, e - aos poucos - a dependência dela vai sendo resolvida. Perto do final, a história segue um ritmo mais esperado. Cat consegue resolver a maioria dos seus problemas e ficamos com uma porta aberta para a continuação, que eu não lerei, Freud, me segura nessa!
Mas fica aí uma experiência de leitura, que - infelizmente - foi realizada no momento errado.






15 comentários :

  1. Não conhecia o livro ,mas ele não chamou minha atenção, nem capa ,nem a sinopse ,nem nada e sua resenha só mostrou que não vale tanto aa pena ler o livro .

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    1. Te entendo, Jéssica. Acredito que não somos o público alvo do livro, por isso acaba sendo difícil esse primeiro contato.

      Beijos!

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  2. Não conhecia a autora e nem o livro, mas não me interessei, pela resenha deixa a desejar. A protagonista ao invés de seguir em frente e dar a volta por cima, só fica lamentando o que já passou.

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    1. exato! não consigo me identificar em nenhum nível com essa protagonista. Isso tornou a leitura muito complicada para mim. Mas é o que eu digo, vamos lendo, vamos lendo e vamos lendo...

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  3. Olá, Iza.
    Tenho a mesma dificuldade que você para ler esse tipo de livro; o fato de não se identificar com a protagonista dificulta demais a leitura.
    Ótima resenha e adorei a sua opinião sincera.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do top comentarista de novembro. Você pode ganhar um livro incrível!

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    1. Obrigada, Desbravador! Acredito que é para isso que estamos aqui, para falarmos sem pressão sobre os livros que lemos. Sinceridade deve ser a bae de todo blogueiro, acredito!

      Beijos

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  4. Achei interessante a resenha, deve ser cheio de situações engraçadas <3


    Yasmim.
    http://www.yasmimsramos.com.br/

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  5. Izabela, Freud, me tira dessa! me interessou a principio com sua sinopse. Mas, durante a resenha foi perceptível que a leitura não é nada agradável, mesmo com suas cenas engraçadas. Me decepcionei, pois esperava muito mais do livro, e o resultado foi quase nada. Não lerei!

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    1. Ycaro, não gostei nem um pouco =/
      Não é uma leitura que eu recomende, se você sentiu minha resenha, então sugiro que não leia mesmo.

      beijos

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  6. Olá!!
    Nossa to aqui me perguntando como você conseguiu terminar essa leitura, guerreira que não quer abandonar uma leitura num é, porque com tanta coisa desagradável eu abandonaria sem pensar rsrs o pior pra mim é quando os personagens que eram pra gente amar se mostram tão chatos e desagradáveis rsr
    Bjocas!!

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    1. hahahaha Rose, sou guerreira mesmo! Mas tenho um limite, só posso abandonar um livro por ano e o desse ano já foi.
      Terminei o livro pois não queria dar uma opinião superficial, apesar de desagradável, sempre é um exercício válido

      beijos, obrigada pela visita

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  7. Putz, Iza...adorei a sinopse e imaginei risadas e risadas durante a leitura, mas sua resenha me brochou e nem vou arriscar o livro. Já te falei isso, narrativa é tudo pra mim e tô começando a achar que somos iguais nisso.

    bjosss,

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    1. Mari, sinto muito! mas tinha que contar minha experiência com o livro hahaha se formos realmente iguais, então fico aliviada ao saber que posso ter evitado que você desgostasse de uma leitura! Assim como espero que você tenha gostado dos livros que, possivelmente, eu possa ter indicado!

      Beijos

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  8. Eu achei péssimo. Acabei de ler e esperava pelo menos que ela conseguisse ter um romance com alguém, que não fosse um cara aleatório como o guto. Já que o foco da primeira metade do livro foi todo resumido a ela se lamentar por não ter um namorado e todas as suas amigas e sua irmã terem alguém. Cheguei a pensar também que talvez o Luiz estivesse escondendo o jogo e sendo muito profissional e que em algum momento ele fosse se revelar. Mas nada.
    Me decepcionei com o fato dela sempre ter uma nuvem preta em cima de si e de reclamar de tudo, mesmo tendo um carro, um apê e um bom emprego. Eu 3 anos mais nova que ela sonho logo em conquistar essa tal independência que ela tem.
    Um ponto que achei as vezes muito egocêntrico e imaturo dela foi ter ódio da mãe. Por mais terrível que fosse mãe é mãe né e, a mãe dela nunca me pareceu tão mau.

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