Jurassic Park

Autor: Michael Crichton 
Título original: Jurassic Park
Tradução: Marcia Men
Editora: Aleph
Páginas: 528
Onde encontrar: AmazonBr | Americanas | Cultura | Saraiva | Submarino | Travessa

Sinopse: Uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de DNA de seres pré-históricos foi descoberta. Finalmente, uma das maiores fantasias da mente humana, algo que parecia impossível, tornou-se realidade. Agora, criaturas extintas há eras podem ser vistas de perto, para o fascínio e o encantamento do público. Até que algo sai do controle. Em Jurassic Park, escrito em 1990 por Michael Crichton, questões de bioética e a teoria do caos funcionam como pano de fundo para uma trama de aventura e luta pela sobrevivência. O livro inspirou o filme homônimo de 1993, dirigido por Steven Spielberg, uma das maiores bilheterias do cinema de todos os tempos.

Quem nessa vida não é fã de Jurassic Park?! Até hoje não conheci ninguém que tenha visto o filme. Mentira! Tenho uma amiga de infância que não gosta, mas ela tem um gosto discutível. (Hahahaha)

De qualquer forma, até Jurassic Park estrear nos cinemas em 1993, minha única fonte de conhecimento de dinossauros era as animações infinitas de Em Busca do Vale Encantado. Ou seja, tudo era muito bonitinho e fofinho. Até o T-Rex! 

Foi apenas depois de ver o longa que comecei realmente a ter medo dos dinossauros.

Bem-vindos ao Jurassic Park.

O filme de Steven Spielberg foi inspirado no livro homônimo publicado em 1990. Até o ano passado, a edição brasileira da história era item raro e chegava a custar até R$ 150,00. Mas, graças ao relançamento da editora Aleph em 2015, temos a versão impressa de Jurassic Park em uma edição maravilhosa, com extras e muito mais acessível.

Edição belíssima da editora Aleph. O dino não acompanha

O livro conta quase a mesma narrativa já conhecida do filme, mas os personagens têm personalidades muito diferentes. Como, por exemplo, Hammond que é um velho bonzinho com o sonho de construir o parque para todas as crianças do mundo no filme, mas no livro é muuuuuito diferente.

Como as aparências enganam...

O enredo do livro também apresenta um pequeno aprofundamento na teoria do caos e questionamentos válidos nos dias atuais sobre o comportamento da sociedade humana. Apesar do tema complexo, a leitura é muito fácil e a história flui rapidamente. O leitor praticamente não percebe que está lendo mais de 500 páginas!

A obra começa narrando sobre a descoberta do DNA e dos avanços genéticos durante os anos 90 (que nem eram tão grandes em comparação com hoje em dia), para então apresentar o milionário John Hammond que sonhou em clonar animais há muito tempo extintos: os dinossauros.

Presta atenção, mulher!! Tem dinossauros aqui!!

Após uma corrida atrás de investidores, Hammond começa a seguir seus planos de criar o melhor resort que o mundo já viu, com um zoológico de dinossauros incluso. Só que o milionário é obrigado pelo advogado Donald Gennaro a chamar alguns especialistas para checar a segurança de sua ilha para os futuros visitantes, até porque houve alguns “incidentes” durante a construção do parque.

Ao sul, assomando sobre as palmeiras, Grant viu um tronco solitário sem nenhuma folha, apenas um grande tronco curvo. E então o toco se mexeu e virou para encarar os recém-chegados. Grant percebeu que não estava olhando para uma árvore. Ele estava olhando para o pescoço curvo e gracioso de uma criatura imensa, que se erguia quinze metros no ar. Ele estava olhando para um dinossauro.

p. 113

Assim, o paleontologista Alan Grant, a paleobotânica Ellie Sattler e o matemático Ian Malcolm são convidados para uma visita-teste à ilha Nublar. E, para mostrar sua confiança de que o parque será um grande sucesso, Hammond também leva seus dois netos, Timmy e Lex, no passeio. Alan e Ellie ficam completamente encantados com as atrações, mas Malcolm está completamente resoluto de que o parque será um grande fracasso, devido aos seus cálculos e à Teoria do Caos.

-E você está confiante na sua teoria.
-Ah, sim - disse Malcolm. - Totalmente confiante. - Ele se recostou na poltrona. - Existe um problema com aquela ilha. Ela é um acidente esperando para acontecer.

p. 109

  

Ao mesmo tempo, Dennis Nedry, programador de redes de computadores, é chamado para consertar alguns bugs no sistema que criou para o parque. Só que ele também recebeu uma proposta milionária de uma empresa de genética (rival da empresa que criou o Jurassic Park) para que roube alguns embriões congelados. E, para conseguir acesso à área restrita dos laboratórios do parque, Nedry sabota o sistema. Só que ao fazer isso, ele deixa os visitantes isolados no meio do parque, todas as redes sem comunicação e com uma falha na segurança das grades elétricas.

É aí então que tudo começa a dar errado. Os carros dos visitantes estão parados em frente à jaula do Tiranossauro Rex (T-Rex, para os íntimos) que descobre que as cercas não estão mais eletrificadas e então resolve sair. Obviamente, os visitantes são atacados pelo animal. Depois do ataque, os funcionários do parque tentam voltar até o local para resgatas os visitantes, mas encontram apenas Malcolm gravemente ferido. Já Allan e as crianças fugiram para dentro do parque.

T-Rex a solta!! SOCORRO!!

No filme, a partir dessa cena, a história se foca na sobrevivência do dr. Grant e dos netos de Hammond em meio aos animais que até então estavam extintos. Já no livro, temos uma trama muito mais ampla e sem protagonistas. O enfoque é no parque e no desastre que está acontecendo durante àquela noite, assim também temos conhecimento de todos os funcionários que estão tentando restabelecer o sistema, resgatar os visitantes perdidos, descobrir como que os animais começaram a se reproduzir na natureza e simplesmente sobreviver.

Em meio a cenas terríveis, paramos para refletir com Malcolm sobre suas críticas filosóficas à sociedade, além de acompanhar passo a passo do desastre iminente que está acontecendo na ilha.

-Então, o que vai acontecer? - perguntou Ellie.
Malcolm deu de ombros.
-Uma mudança.
-Que tipo de mudança?
-Todas as grandes mudanças são como a morte - respondeu ele. - Você não consegue enxergar o outro lado até estar lá.

p. 402

Minha única reclamação com a história foi o fato dela ser sexista. São apresentadas apenas 3 mulheres ao longo do thriller: a primeira é uma cozinheira que não tem falas, outra é a doutora Ellie Sattler que apesar de todos os seus diplomas é vista apenas pelos shorts curtos e pelas pernas longas, e a última é a pequena Lex (de 6 anos) que é uma garotinha mimada e só consegue passar irritação aos leitores. 

Apesar disso, o livro é muito bom e consegue ser mais assustador que o filme. Para quem não sabe, o autor também escreveu uma continuação da história que foi nomeada de O Mundo Perdido e publicada em 1996 pela editora Rocco.

Para quem se interessou pelo livro, devo relembrá-los que ele é um dos prêmios do TOP Comentarista de Janeiro. Não deixe de participar! ;)