Literatura nas Telas #07: A 5° Onda

Li A 5° Onda em 2014 (Resenha aqui), e foi uma das melhores leituras do gênero que fiz naquele ano. Em 2015, ganhei o segundo volume, O Mar Infinito, no meu aniversário (Resenha aqui) e fiquei muito feliz por dar continuidade a leitura. É uma saga que eu adoro, e acompanhei os boatos de filme, a produção, escolha do elenco e tudo o mais, até que chegou o momento de conferi-lo na telona.

Primeiramente, adoro filmes e livros de ficção que remetem ao fim da humanidade. Não sei exatamente porquê rs. Talvez seja porque gosto de pensar que o ser humano, em toda sua "grandeza",  há de temer algumas coisas. Principalmente, a força do nosso planeta, que deveríamos respeitar, e possíveis moradores do nosso infinito universo,  mesmo com nosso ego nos iludindo, nos fazendo pensar que somos únicos em uma imensidão de galáxias. A 5° Onda joga tudo isso na cara da humanidade! E talvez por isso tenha gostado tanto da audácia do autor, Rick Yancey.

Vou falar um pouco genericamente do filme, e minha opinião pessoal entra em seguida, porque uma coisa não tem a ver com a outra, não é? :)

O filme tem início exatamente como no livro, quando a jovem Cassie (de Cassiopeia) é obrigada a matar um homem, por medo de ele ser um dos Outros. O que são os Outros? Se você não conferiu as resenhas, vou explicar brevemente. Em um belo e comum dia na Terra, uma nave misteriosa adentra em nossa atmosfera e lá permanece por semanas, sem nenhum contato. A humanidade permanece encantada com a imensidão do objeto, que transita por nossa órbita dia após dia. Até que os habitantes da nave resolvem agir.

A primeira onda nos leva a idade antiga, cortando nossas redes elétricas e de redes. A segunda, mostra a força da natureza contra o homem, com tsunamis e terremotos destruindo a vida como conhecemos. Na terceira, vêm a pestilência, um vírus mortal que extermina milhões de pessoas. Com 1/3 da humanidade restante, a quarta onda chega com silenciadores, robôs, que podem matar humanos em segundos, e transitam por nossos céus sem parar. E a quinta? A quinta é o que eles, os Outros, prepararam como cartada final.

No filme, tudo isso é relatado. Todas as ondas são reveladas através de flashbacks, junto a história de Cassie e sua família (mãe, pai e irmão mais novo) tentando sobreviver a todos os ataques contra nós, humanos. Quando a mãe da jovem morre com a terceira onda, ela, o pai e o irmão, Sam, decidem partir em busca de outro refúgio. Mas as coisas não ocorrem da forma que eles planejaram, e seu irmãozinho acaba sendo separado de Cassie. Sua vida então gira em torno de reencontrar o pequeno Sam, a única coisa que lhe resta neste mundo, e com isso eles acabam cruzando com outras histórias, personagens e tramas. O filme mantém este núcleo, com boas atuações de todos os atores em seus personagens.

Seguindo a linha do livro, o filme não deixa passar nada que seja indispensável e isso é um ponto muito positivo em uma adaptação literária, ainda mais quando envolve esta temática. Todos os personagens estão ali, vivendo as cenas do livro, agindo exatamente como no livro e dando vida ao primeiro volume da trilogia de Rick Yancey.  Então, o filme é bom? Em suma, é bem interessante. O maior defeito dele é ter corrido demais com os acontecimentos, deixando quem não tem conhecimento do livro, um pouco confuso. São muitas coisas acontecendo o tempo todo, não que você não fique inicialmente confuso ao ler o livro, mas o autor explica tudo muito bem ao longo de suas 367 páginas. O mesmo não acontece com o filme. Falta uma narrativa explícita, um aprofundamento.

E faltou algo mais. Não sei o que, mas faltou. O filme não empolga qualquer espectador. E não é por falta de bons atores (adorei todos), tecnologia de ponta e uma boa história, mas talvez seja uma adaptação de roteiro um pouco falha e uma produção fraca. Ele seguiu tudo a risca, mas faltou a empolgação do livro, o mistério, a agonia e a urgência que o leitor vivencia ao ler a 5° Onda.

Eu particularmente, gostei. Melhoraria algumas coisas? Com certeza. Cortaria alguns diálogos para melhor explicação de outros detalhes, abriria mais o roteiro, deixaria um ar mais adulto, mesmo sendo um young adult na literatura. Sim, eu faria isso porque o público dos cinemas é diferente do leitor que busca o livro. Mas, em geral, foi uma adaptação bem legal. Espero que façam uma continuação, porque muitas adaptações não chegam ao seu fim, e é triste. Talvez Hollywood tenha que dar uma atenção maior as adaptações literárias como um todo e a forma com que elas são trabalhadas.

Que venha o terceiro livro, intitulado The Last Star (A Última Estrela), este sim me interessa! Adoro o autor, os livros e os recomendo acima de qualquer filme. Mas, se tiverem aquele tempo legal, assistam o filme sim!

Beijos, boa semana a todos, e bom filme! :)