Jovens de Elite - TYE #01

Autora: Marie Lu 
Título original: The Young Elites
Tradução: Rachel Agavino
Série: Jovens de Elite
Editora: Rocco - Jovens Leitores
Páginas: 304
Onde encontrar: AmazonBr | Saraiva | Submarino

Sinopse: Jovens de Elite é o primeiro de uma série de fantasia ambientada na era medieval e protagonizada por jovens que desenvolvem estranhas cicatrizes e poderes especiais ao sobreviverem a uma febre que dizimou boa parte da humanidade. Entre eles está Adelina, que, após se rebelar contra o destino imposto a ela por seu pai, encontra um novo lar na sociedade secreta Jovens de Elite, vista por alguns como um grupo de heróis, por outros como seres com poderes demoníacos. Heroína ou vilã? Num mundo perigoso no qual magia e política se chocam, Adelina descobre o lado sombrio de seu coração. 

Eu amo Marie Lu. Desde que me apaixonei pela Trilogia Legend (Legend, Prodigy e Champion) soube que precisava mergulhar nessa nova trilogia, cuja protagonista seria diferente de tudo aquilo que estávamos acostumados a ler: uma anti-heroína. E lá vamos nós, senhoras e senhores, nesse mundo sombrio, cheio de poderes, mistérios e intrigas. "Perfeito para fãs de fantasia medieval como Game of Thrones, com vilões dignos de Star Wars e X-Men."

A quantidade de socos no coração que eu levei ao ler esse livro não podem ser descritas, apenas sentidas. Sério, por favor. Só leiam essa trilogia: esse primeiro livro foi arrebatador! Para aqueles que podem estar na dúvida a respeito de quem seguiremos nessa história: lá vai. Adelina Amouteru é uma Jovem de Elite, uma malfetto, uma das crianças que voltou da Febre com marcas e estranhas habilidades. “Meu olho esquerdo ficou tão inchado que um médico teve que extraí-lo. Fez isso com uma faca incandescente e uma pinça fervente.” Adelina, p. 13 Sua infância foi a mais abusiva e perturbadora que você pode imaginar. Depois que sua mãe morreu, ela e sua irmã - Violetta - ficaram sob os cuidados de um péssimo pai.

Todos esses anos submetida à violência constante culminaram na noite de sua fuga. Seu pai a vende para um comerciante interessado em uma amante. Adelina foge. No meio da noite, descobre os poderes que seu pai há tanto desejava ver. E quando ele viu... foi a última coisa que presenciou nesse mundo.

“Apoio a cabeça nas mãos. Como fui terminar assim?
Mas sei como, claro. É porque sou uma assassina.” Adelina, p. 12

Jovens de Elite é uma fantasia muito bem construída. O mundo acabou de passar por uma provação que matou muitos e deixou outros com poderes. O modo como cada governo vê essas pessoas é completamente diferente. Em Kenettra, o rei e a rainha caçam os malfettos com uma fúria e empenho tamanhos que só passa a fazer sentido depois que descobrimos quem lidera os Jovens de Elite, responsáveis pela fama da Sociedade dos Punhais – um grupo de adolescentes que lutam por mais respeito, por segurança, por uma vida na qual não sejam discriminados. 

“- Então me diga, lobinha. Quer punir aqueles que ofenderam você?” Enzo, p. 56

É esse grupo que salva nossa protagonista do líder da Inquisição, Teren Santoro. Ele é um jovem apaixonado por sua crença, a qual - infelizmente - é a de extinguir todos os malfettos da face da terra.  “Vou encontrar todos vocês. Usarei tudo o que estiver ao meu alcance para salvar suas almas. Nasci para destruí-los.” Teren, p. 108 Ele é leal a sua rainha, Giullieta, e fará o que quer que seja necessário para garantir que ela permaneça no poder e possa governar como é seu direito.

Acontece que - tecnicamente - este não é o direito dela. Enzo Valenciano traz umas verdades necessárias para que esta trama continue seguindo em frente. Enquanto o governo está em uma caça às bruxas pelos seres humanos diferentes, Enzo e seus Jovens de Elite - Caçadora de Estrelas, Aranha, Mensageiro, Ceifador - lutarão para colocar um governante que esteja inclinado a conceder direitos aos sobreviventes da febre. 

“- O que vocês vão fazer?
- Vamos tomar o trono, é claro.” Adelina e Enzo, p. 53

Como Adelina se encaixa nisso tudo? Bom, os poderes dela chamaram a atenção da Sociedade dos Punhais. Eles a resgataram. Agora, é hora de aprender mais sobre suas habilidades. Para isso, ela terá ajuda de Raffaele, um Jovem de Elite cujos poderes permitem com que ele sinta os fios de energia com os quais os outros malfettos sincronizam. Qual não é nossa surpresa ao descobrir que as habilidades de Adelina baseiam-se na escuridão, no medo, no desespero?

“- Você tem a habilidade de puxar os fios do medo e do ódio. Um talento poderoso, se puder dominá-lo. Portanto, quanto mais medo e ódio houver no ambiente, mais forte você fica.” Raffaele, p. 100

É desse confusão toda que surge a protagonista de Marie Lu, uma anti-heroína. Alguém que não é aquele "certinho" que esperamos de alguém disposta a salvar o mundo. Adelina não se importa com o mundo. Ela passou muito tempo sendo abusada para ser qualquer coisa que não vingativa. Aprender a lidar com seus poderes pode ser algo perigoso, nesse cenário. Afinal, como colocar tanto poder nas mãos de alguém não confiável? As motivações de Adelina são confusas e perturbadas. Ler o que se passa na cabeça dela foi como ler Levana. 

“Pensamentos sombrios se insinuam nos cantos mais remotos de minha mente. Algo vive nesses sussurros, tentando chamar minha atenção, acenando para mim das sombras, e tenho medo de ouvir.” Adelina, p. 61

Nossa protagonista não é a salvadora do mundo, mas sua jornada é grandiosa. Ela é egoísta,  vaidosa e covarde, mas - quando a interessa - ela age. Essas características, no entanto, parecem entrar em conflito com seu novo senso de pertencimento aos outros Jovens de Elite. Raffaele expressa sua preocupação para seu líder, porém Enzo parece estar intrigado com sua nova recruta. “- Certifique-se de que o controle dela sobre suas habilidades não seja maior que a lealdade a você.” Raffaele, p. 172

A luta entre a Inquisição e a Sociedade dos Punhais será sangrenta. O livro segue com um choque atrás do outro, os quais farão você devorar o livro para descobrir o que vem depois. O final... gente, os capítulos finais desse livro são simplesmente maravilhosos! Eu não estava esperando por nada disso e fiquei o quê? Mais uma vez chocada com o talento de Marie Lu. LEIAM! Mal posso esperar para ver o que me aguarda em Sociedade da Rosa, o segundo volume!

Prometo servir à Sociedade dos Punhais, levar o medo aos corações
daqueles que governam Kenettra, tomar com morte o que
nos pertence e tornar o poder de nossos Jovens de Elite conhecido por cada homem,
mulher e criança. Se eu quebrar meu juramento, que o punhal tire de mim
o que tirei do punhal., p. 153

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Seção das Quotes

“- Verdade que as marcas dela são… uma infelicidade. Mas uma garota bonita é sempre uma garota bonita.” O Estranho, p. 16

“Há loucura nesses olhos, algo violento e selvagem.” Adelina sobre Terren, p. 34

“O medo, combinado a nossa aparência assustadora, se tornou ódio.” Adelina, p. 44

“Ele quer algo que mim que não sei como dar.” Adelina sobre seu pai, p. 45

“- Então deixe que eu lhe conte um segredo. Você não é uma aberração. Você não é apenas uma malfetto. É por isso que eles a temem. Os deuses nos deram poderes, Adelina, porque nascemos para reinar.” Enzo, p. 55

“- Algo escurece seu coração, algo profundo e amargo. Tem se banqueteado dentro de você há anos, nutrido e encorajado. Nunca senti nada assim.” Raffaele, p. 74

“Tudo o que sei é que quero fazer isso de novo. Quero que ele me toque. Quero sentir esse fluxo de poder e quero ver os outros Punhais intimidados.
Quero algo mais.” Adelina, p. 95

“- Agora só temos que descobrir como pode usar essa força sem as garras da morte em volta do pescoço. Enzo prefere que você não arrisque a vida sempre que invocar suas habilidades.” Raffaele, p. 125

“Apesar de tudo, sinto uma estranha alegria.
Fui eu quem criou esse caos.” Adelina, p. 146

“- Não sou Raffaele, prepare-se.” Enzo, p. 154

“A energia no ar é como um raio - quase posso sentir o cheiro do terror. [...]. Tanto poder sendo desperdiçado.” Adelina, p. 187

“Sorrio. O medo deles cresce. Minha empolgação também.” Adelina, p. 218

“- Como pôde esconder esse segredo de mim? Como pôde me deixar sofrer sozinha?
- Eu também estava com medo.” Adelina e Violetta, p. 242

“Minha alma se curva em defesa. Estou perdida. De verdade.” Adelina, p. 283