Noturnos

Autor: John Connolly
Título original: Nocturnes
Tradução: Ronaldo Passarinho
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 378
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| Livro cedido em parceria com o Grupo Editorial Record |
Sinopse: Crianças acreditam que monstros são reais. Adultos tentam convencê-las do contrário — ou de que, no final, eles sempre serão derrotas. Nesta que é sua primeira coletânea de contos, John Connolly escreve sobre os mundos infantil e adulto em confronto em dezesseis histórias absolutamente assombrosas, com ecos de alguns dos mestres do horror — M.R. James, Ray Bradbury, Stephen King —, mas sem abrir mão da voz única e inconfundível que o consagrou em O Livro das Coisas Perdidas. Amores perdidos, crianças desaparecidas, demônios predatórios e fantasmas vingativos são apenas alguns dos ingredientes que compõem esta imperdível antologia.
Não li muitos livros de suspense ou terror — além dos de Agatha Christie, há muuuuitos anos, o os mais clássicos —, mas devo dizer que tenho aqui um bem interessante.

Além de ter sido atraída pela arte da capa, o fato de ser uma coletânea de contos me agradou bem muito. Gosto quando o livro dá opções dentro de si, como pular histórias, ler duas simultaneamente ou escolher a ordem de leitura. Tudo isso é oferecido por John Connolly em Noturnos.

Contos longos e curtos, rápidos e mais lentos e diferentes estilos compõem um livro pelo qual muitos não dariam nada, mas que merece mais destaque.
Como são vários contos diferentes, gostaria de destacar o mais longo, que é o primeiro: A balada do caubói canceroso. Muitas das melhores características do autor podem ser encontradas logo de cara. A história é construída em seis capítulos e chega a dar agonia não saber o que está acontecendo. Isso me fez passar vergonha no ônibus, já que o final do primeiro capítulo quase me fez gritar (fica a sugestão: não leiam no transporte público, crianças).


Com vários personagens diferentes, a história começa com uma introdução chocante e passa para a vida em uma cidadezinha, perturbada pela chegada de um caubói suspeito, chamado Buddy Carson. Não posso passar muito dessa descrição sem entrar em spoilers, mas a leitura flui bem e com o tempo o entendimento chega. O final é um pouco decepcionante, mas faz sentido e é bem encaixado.

Em todo o livro a construção das personagens é muito bem feita, e algumas das descrições são tão precisas que pude visualizar perfeitamente o rosto de cada uma, como se pudesse desenha-las. 

O bispo era esquelético, com dedos longos e sem rugas. Veias escuras e salientes corriam por baixo de sua pele descorada como raízes de árvores em solo nevado. Completamente careca, sua cabeça estreitava-se no topo até formar uma ponta. [...] Ao se levantar para me receber, percebi o contraste entre o solidéu violeta e a palidez de sua cabeça aguda, e me surpreendi ao constatar o quanto ele se assemelhava a um punhal ensanguentado.
P. 77

A descrição não para só no físico, no entanto, e é bem provável que você sinta um pouco de asco em algumas das passagens.

O fedor estava mais forte no andar superior. Jerry tirou um lenço do bolso para tapar o nariz e a boca. Sabia o que o aguardava. Trabalhara em um matadouro em Chicago quando era mais jovem, e o dono do estabelecimento não dava muita atenção à qualidade da carne que vendia.
P. 17

Como disse, o estilo do autor não se mantém focado em uma fórmula fechada; há narrações em terceira pessoa, com várias personagens e focos narrativos diferentes, há algumas em primeira pessoa, com poucas personagens e maiores descrições, e há até algumas com um tom mais "informal", nas quais o narrador parece conversar com o leitor. Alguns contos foram mais bem sucedidos comigo e outros mais enfadonhos, mas  essa variedade é um ponto positivo no final. 

Desse modo, creio que exista um conto para agradar cada tipo de leitor. A escrita é envolvente e irreverente — com algumas piadas mais pesadas do que outras, diga-se de passagem —, então é uma ótima maneira de iniciar a leitura de suspenses e terror, além de conhecer o autor com algo mais rápido. 

Recomendo bastante, pois não me decepcionei nem com a edição, com ótima diagramação e arte, nem com o conteúdo em si. E podem ler o livro à noite, garanto que será bem divertido. 



Resenha por Bel Brito

8 comentários :

  1. Posso dizer que senti muita vontade de ler essa história. Livros de suspense e terror são sempre bons!

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  2. Oi Bel!
    Pra ser sincera, nunca li livros do gênero, assim como tbm não curto contos. Mas John Connolly parece que acertou ao abordar os mais diferentes temas, criando histórias bem diversificadas. Os mistérios são bem legais! E ao que tudo indica, dá vontade de continuar lendo um conto após o outro. A edição tbm está belíssima. Uma ótima recomendação pra que curte esse tipo de leitura :D
    Abraço!

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  3. Oi, Bel!!
    Adoro livros de mistério e terror!! Então esse livro Noturnos do autor John Connolly despertou é muito minha curiosidade!! E provavelmente vou ler a noite!!
    Beijos
    ;))

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  4. Gostei desse livro de contos, mas não me cativou muito, mas a capa é bem legal. Espero que agrade outros leitores.

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  5. Oie!
    Desde que conheci gostei da capa, do enredo que parece mto bom, da leitura agradável tbm...Qro ler!!
    Bjs!!

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  6. Bel, quando comecei a resenha, por causa da capa, achei que fossem contos de terror, só que mais infantis.
    Pelo jeito estou errada, né?
    Confesso que não sou muito fã de terror. E se você disse que quase gritou no ônibus, tenho certeza que vou gritar também, hahaha.
    Mas acho legal livros de terror serem de contos, acho que a história fica mais assustadora sendo menor.

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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  7. não gosto de contos, mas gosto de terror, acho que darei uma chance ao livro. Até mesmo pela capa que esta linda

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  8. Não sou fã de contos, devido serem curtos, gosto de saber mais sobre a historia, mas esse despertou meu interesse por ser de terror e bem detalhista que deve dar para assustar, já que você quase gritou no ônibus kkk.

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