#II Mês do Halloween: Exorcismo

Autor: Thomas B. Allen
Título original: Possessed
Tradução: Eduardo Alves
Editora: DarkSide Books
Páginas: 274
Onde encontrar: DarkSide | AmazonBR | Saraiva


Sinopse: Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Blatty não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade.
A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la, se tiver coragem!, no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen, lançamento da DarkSide Books em 2016. Exorcismo narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos.


Queridos leitores do LOHS, esse #II Mês do Halloween foi incrível e gostaria de agradecer os desafios literários aos quais esse blog me submete. Acredito que terapia não será necessária para me recuperar desse outubro. Um mês inteiro dedicado ao terror não poderia passar sem a nossa querida editora DarkSide Books, afinal, é referência quando pensamos em terror. E nada me faz ter mais medo do que um relato jornalístico baseado em fatos reais. Ou seja, não é ficção. A p* toda aconteceu mesmo. Ou será que não? Essa pergunta que vem me corroendo desde que decidi ler Exorcismo, o relato jornalístico daquilo que conhecemos pelas adaptações O Exorcista. 
"Em 1973, a máquina de criar estardalhaços de Hollywood começou a gerar publicidade ao redor de O Exorcista, um filme de terror adaptado do livro best-seller homônimo. O livro e o filme relatavam o exorcismo de uma garota de 12 anos que fora possuída por demônios. O livros reavivara o interesse em antigos mistérios sobre possessão demoníaca. O filme, com seus efeitos especiais vívidos, foi além. Havia muito mais da película do que mero terror bobo, de algum modo, O Exorcista penetrou fundo no inconsciente e incitou medos inomináveis." Prefácio, p. 9 



Serei sincera. Eu assisti ao filme? Nop. Procurar esses gifs na internet já foi ruim o suficiente. Eu coloquei minha mão na frente pra não me assustar e só tirei depois que espiei. Padrão de qualquer medrosa, certo? Certo. Você pode estar se perguntando: Nossa, Izabela, se você nem assistiu ao filme, como que resolveu ler o livro? Pergunta peculiar, eu realmente poderia ter escolhido outro livro, não é mesmo? Bom, escolhi Exorcismo por se tratar se um relato jornalístico. Ou seja, terceira pessoal, fatos narrados objetivamente. Não daria para sentir medo, daria?

Como eu estava enganada. Há algo de realmente assustador em saber que uma história dessa pode ter realmente acontecido e ler seus detalhes, suas particularidades e todos as provas e fatos de que algo foi feito: um exorcismo. Tudo começa com o jornalista Thomas Allan tendo acesso aos diários do padre Bishop, um dos jesuítas que aceitaram o caso de Robbie. O livro, lindamente editado pela DarkSide, começa com um prefácio o qual nos prepara para o que estamos prestes a ler. 
"Pairando sobre a personagem fictícia de Regan MacNeil havia o garoto que inspirou o livro e o filme. A camada superficial de ficção encobria uma realidade terrível. Um menino foi possuído. Um exorcismo de verdade foi feito. Uma criança vivenciou o terror verdadeiro. A história de sua possessão nunca fora contada até a primeira edição do meu livro, Exorcismo, ter sido publicada em 1993. Agora, nesta nova edição, acrescentei o diário do padre Bowdern, que nunca fora publicado antes."
Yep. Já comecei a rezar antes de pegar o livro. Temos testemunhas oculares e um relato escrito, guardado e supostamente protegido dos olhos do público; isso nos leva à concluir que são fatos reais. No entanto, como isso é explicado? Como isso é aceitável no mundo moderno? O modo como Allen narra o diário é muito interessante. A todo momento, o jornalista explica ao seu leitor fatos e características da Igreja, da hierarquia dominical; ele nos dá detalhes e indicativos no texto de que tudo o que ele fala é verdade, pois está baseado em documentos. Você realmente passa a acreditar que aquilo aconteceu. E todas as suas dúvidas, todos os seus possíveis questionamentos são postos na narração e rebatidos, provados.

A maior prova documental é o tão protegido diário, do qual só existem três cópias. A versão que chegou até as mãos de Thomas estava em um hospital prestes a ser demolido. Ele acha que tudo foi destino ou coincidência. Eu já achei tudo muito estranho. Ele, então, começa seu livro. Cada capítulo é a romantização das 24 páginas do diário que registra diariamente o processo de exorcismo de Robbie. 

Vamos entender um pouco mais sobre essa história? Não dá pra eu retardar mais que isso.

Robert Mannhein, 14 anos, tinha uma tia, tia Harriet. Ela o ensinou a usar o tabuleiro Ouija. Juntos brincavam de se comunicar com os espíritos. Ela morreu. Robbie passou a brincar sozinho. Então a casa em que morava com sua família passou a ser... infestada, barulhos de arranhões e goteiras invisíveis surgiram no quarto do garoto. Os pais não conseguiam explicar e ninguém queria dar muita atenção àquilo. Posteriormente, a cama do garoto começou a mostrar os mesmos sinais de infestação. Ela tremia e arranhões sob o colchão eram ouvidos. A avó de Robbie, para provar que o garoto não estava mentindo sobre as noites insones deitou-se com o ele e também concluiu que os arranhões deviam ser causados por um roedor. Até que tudo parou. Os adultos concluíram que o rato tinha morrido. Logo em seguida, coisas mais estranhas passaram a acontecer entorno de Robbie. E fora de casa, inclusive. Móveis de mexendo, poltronas virando, batidas em armários. Enfim, alguém precisava ser chamado.

Um padre protestante entra em cena. Ele observa todos os fenômenos e mesmo com móveis se mexendo em sua plena vista, ele diz que Robbie pode estar causando tudo aquilo. Sugere, então, acompanhamento psicológico. Os pais atendem. Até que, pronto para provar que o menino era o responsável pelas movimentações, o padre Schultez o convida para passar a noite em sua casa. O que acontece? Mais coisas inexplicáveis. O padre devolve a criança aos pais e diz: procurem um padre católico. Eles sabem o que fazer em casos assim. 

Ou seja, os protestantes já tinham percebido que aquilo ia além de sua alçada religiosa. Os pais procuram os católicos, uma tentativa de exorcismo é realizada e mal sucedida. O que mais os pais poderiam fazer?  
"Phyllis e Karl Mannheim não tinham nenhuma crença cultural em possessão e, com o final violento da tentativa no Georgetown Hospital, nenhuma fé em exorcismo. Eram pais que, embora vivessem em um mundo sofisticado demais para a possessão, viram, através de um abismo, um filho se contorcendo em um mundo estranho onde a possessão existia. Como alcança-lo, como salvá-lo, tornou-se o objetivo deles. Para trazer Robbie de volta, eles teriam que se aventurar nos domínios da superstição e do sobrenatural. Eles iriam aonde poucos tinham ido em tempos modernos.", p. 47
Arranhões começam a aparecer no corpo do garoto. Com informações a respeito do lugar para onde deveriam ir, quanto tempo deveriam ficar e o que Robbie deveria fazer (nada de escola!). Em Sant Luis, onde tia Harriet morreu, os Mannhein encontram sua família católica. É a prima de Robbie, estudante universitária, que pede que o padre Bishop, um jesuíta, analise o caso pelo qual sua família estava passando. Ele aceita o pedido e é então que o processo de registro realmente começa. 

Bishop percebe que há a possibilidade real de eles estarem lidando com a presença do mal. E sua religião diz que ele precisa ajudar, não importa como. Autoridades são convocadas e pedidos são feitos até que padre Bowdern é convocado para performar o exorcismo. Numa das partes mais arrepiantes do livro, os padres começam a rezar as orações de exorcismo do livro católico. E Robbie começa a cuspir e urinar e se contorcer e gritar e lutar e xingar e pqp, ele tá possuído mesmo. 
"O padre Bowdern acreditava no fundo da sua alma que estava combatendo Satã.", p. 103
Depois disso, gente, é muita oração, muito latim, muita violência por parte do endemoniado. Bowdern e Bishop lutam por dias a fio contra a força que está tomando conta do corpo de Robbie. E é uma luta cansativa. Eu já tava quase desistindo, a força dos padres foi surpreendente. O modo como o livro é encerrado deixa no ar a maior pergunta: Robbie foi possuído ou não? Existem diversos profissionais da área da psicologia que negam que o que aconteceu com o garoto pode ser explicado de diversas outras formas que não um demônio tomando conta das ações. 

A leitura de um relato como esse mexe com as estruturas de qualquer pessoa. É difícil fechar o livro e não se perguntar se forças obscuras podem rondar um garoto ao acaso e tomar seu corpo. Outra vez, lembro que ele estava se divertindo com um tabuleiro Ouija, então... cuidado, ok? Ok. É fácil e automático desacreditar e deixar de lado questões como essa, afinal, possessão não tem espaço no século XXI, no entanto, todos precisamos acreditar em algo. Mesmo que não pratiquemos uma religião, é bom acreditar que o bem vence o mal.

Tudo o que Thomas Allen preparou para nós demonstra o cuidado de sua pesquisa e dedicação. É possível perceber também a escolha de índices de legitimidade e ordem de acréscimo de informações. Como eu disse, ele é um jornalista, então todos os lados da questão são analisado e cabe a nós, leitores, decidir no que acreditar. 

Apesar do medo, de só conseguir lê-lo à luz do dia, e da dor de cabeça que acompanhou a escrita dessa resenha, eu indico o livro para todos aqueles que são curiosos. (Só, por favor, nada de brincar com o tabuleiro Ouija que vem na contra-capa, ok?). Eu podia ter passado minha vida sem ler Exorcismo? Podia. Como também posso passar a vida sem assistir à filmes de terror. Mas até aí, às vezes nós queremos cometer algumas loucuras, não é mesmo? 



Amanhã é Halloween, crianças. Apreciem com moderação! 








7 comentários :

  1. Essa editora 😍, ela é inteirinha maravilhosa, olha essa edição, é totalmente impecável, acho que isso até ajuda a criar uma atmosfera toda especial para contar a história, talvez se fosse de outro modo não tivesse o mesmo impacto, mas essa é só uma ideia, afinal a história já é impactante de qualquer jeito.
    A história é assustadora, e pensar que pode ser realmente real (até para os mais céticos fica a dúvida), só piora a situação.
    Livro incrível, só poderia ser publicado por essa editora que já faz parte do meu coração.
    Se essa for a última resenha de outubro, só queria dizer que amei participar, fiquei mais pobre e com mais vontade por livros, mas compensou muito. Parabéns, mês fantástico.

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  2. Oi, Izabela!!
    Adorei conhecer um pouco mais sobre o Exorcismo. Acho que assisti o filme só que não lembro de mais nada!! Gostaria muito ler o livro e descobrir se é assustador ou não. Bem achei essa edição da Darkside maravilhosa!!
    Beijoss

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  3. Oiie!!
    Tô louca por esse livro Izabela!
    Esse filme é o melhor d terror q eu j´vi até hj e claro, tbm o mais arrepiante...
    Bjs!

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  4. Oi, Izabela.
    Parece um livro bem forte e esse gif assusta bastante. Fico imaginando você cobrindo a imagem para não ver a cena rs.
    Causa um certo desconforto, concordo. Não sei se pretendo ler.

    http://www.revelandosentimentos.com.br/

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  5. Não tenho coragem para ler esse livro, começando pela capa.

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  6. É interessante ainda mais por ser uma historia que aconteceu, mas deve dar aflição ler tudo nos mínimos detalhes de como Robbie foi possuído e os passos de um exorcismo, tem que ter coragem para ler, mas acho que leria numa boa, pior é assistir rs.

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  7. Oi Izabela!! Essa edição é realmente um primor, a Darkside arrasa mesmo em seus livros!! Estava muito empolgada pra ler esse livro e comprei na pré venda. Mas confesso que fiquei muito decepcionada com ele... A leitura é muito monótona e arrastada. Tentei mesmo me envolver com a história, mas acabei abandonando a leitura... Ainda vou tentar concluir a leitura algum dia, só não sei quando... rsrs

    Beijos!!

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