O Primeiro Último Beijo




Autora: Ali Harris
Título Original: The First Last Kiss
Tradução: Sandra Martha Dolinsky
Editora: Verus
Páginas: 448
Onde encontrar: AmazonBr | Saraiva | Submarino

| Cortesia da Verus Editora |
Sinopse: O primeiro último beijo conta a história de amor de Ryan e Molly, de como eles se encontraram e se perderam diversas vezes ao longo do caminho. Na primeira vez em que eles se beijaram, Molly soube que ficariam juntos para sempre. Seis anos e muitos beijos depois, ela está casada com o homem que ama. Mas hoje Molly percebe quantos beijos desperdiçou, porque o futuro lhes reserva algo que nenhum dos dois poderiam prever…
Esta história comovente, bem-humorada e profundamente tocante mostra que o amor pode ser enlouquecedor e frustrante, mas também sublime. Na mesma tradição de P.S. Eu Te amo e Um Dia, O Primeiro Último Beijo vai fazer você suspirar e derramar lágrimas com a mesma intensidade.

Dedico esta resenha a todos que amaram, perderam e amaram novamente.

Começo essa resenha dizendo que me identifiquei num nível muito pessoal com esse livro. Motivos? Os anseios de Molly, nossa protagonista, conversaram comigo como há muito tempo um livro não fazia. Claro que eu amo de coração e alma outras séries, porém essa história foi diferente, talvez por não ser do gênero Fantasia. Nesse romance, a protagonista expressou coisas que eu sinto de forma tangível. E por meio da vida, das experiências, de todos os beijos de Molly, eu percebi outra alma que se parecia com a minha.

"Eu tinha acabado de sair da faculdade, era jovem, ambiciosa e estava pronta para conquistar o mundo." Molly, p. 151

O livro chegou aqui em casa depois do encontro de parceiros do Grupo Editorial Record, novamente eu agradeço ao Thiago por ser tão gentil. A sinopse já mostra que teremos um caminho lacrimoso pela frente, afinal, comparar esta história às de P. S. Eu te amo e Um Dia é pedir para que já o leiamos com lencinhos do lado (o que foi previsto e cuidado pela Verus; eles enviaram um kit com uma caderneta, uma caneta e um pacote de lenços. Tão espertos! Bom, vamos descobrir por que este é um dos livros mais tocantes que você lerá?

Molly e Ryan se conhecem desde sempre, porém não estão juntos desde sempre. A história dos dois é contada de uma maneira diferente; como eu demorei um pouco para entender toda a dinâmica do livro, darei algumas dicas a vocês. Nossa narradora está em 2012, com trinta e três anos, empacotando coisas para se mudar. Sabemos que ela está sozinha, com dois gatos e vários pacotes de bolacha. Ela decide focar nas coisas que precisa fazer, porém é constantemente distraída por lembranças e nelas descobriremos aos poucos as indas e vindas de Molly e Ryan. 

Cada momento (acredito que possamos considerá-los capítulos) começa com uma breve descrição de um tipo de beijo que será a base da memória narrada por Molly. A linha do tempo é um tanto confusa, porque as memórias o são - acredito. Então, ter um papel e uma caneta ao lado ajuda bastante na hora de organizar a história, foi assim que eu fiz.

Entendamos quem é Molly, afinal, é a nossa narradora. Ela foi uma adolescente rebelde de Essex, passou vários anos de sua vida acreditando que os pais não se amavam; sempre foi excluída na escola, portanto a solidão tornou-se sua companheira. Molly prometeu que sairia daquela cidade, que não precisaria de relacionamento nenhum em sua vida, que seria livre, aventureira e feliz. Nessa época, ela conhece Casey, sua melhor amiga, também atormentada pelo grupo das Heathers (as populares). Desde então, elas são inseparáveis. A vida segue e elas crescem: Molly vai para a faculdade, sai de casa e da cidade onde cresceu, enquanto Casey permanece lá trabalhando em uma boate.

Os caminhos delas se desencontrarão. E nós leremos isso, conforme o dia da Molly de 33 anos passar. É como se em um dia, Molly revivesse sua vida inteira. E essa é uma experiência surreal. Voltando ao enredo: na faculdade, surge uma segunda melhor amiga para Molly, Mia. O relacionamento das duas é leve e estável, não importa o que aconteça, uma sempre está lá pela outra.

"Acho que, na cabeça de Casey, Mia não pode ameaçar nossa proximidade morando a mais de quinze mil quilômetros de distância. O que é engraçado, porque, apesar de Mia viver do outro lado do mundo, em muitos aspectos nós nos aproximamos mais ao longo dos anos. Talvez seja porque entendemos o trabalho uma da outra, ou porque não exigimos muito uma da outra, ou a distância nos impeça de ter os mesquinhos altos e baixos da maioria das amizades. A Mia é uma rocha." Molly, p. 257

Uma das únicas contantes na vida de Molly foi a fotografia. Ela ama sua câmera; na juventude, ela usava para se esconder e tentar captar o mundo de uma forma única e original. Agora, ela está estagiando, trabalhando e sendo promovida em uma revista conceituada de Londres. No entanto, até mesmo com algo que ela adora fazer, vemos uma constante conversa de Molly jovem-adulta, na casa dos 20-25, com sua versão adolescente de 15. Essa voz é um constante lembrete de que sua vida não está sendo como ela havia imaginado; de que algo está sempre faltando; de que ela é indecisa.

"Diga não! Diga não! Não é isso que queremos" - Sim.
Não! O que aconteceu com os nossos sonhos criativos? Um aumento salarial foi o que aconteceu." Molly, p. 268

Essa é a constante que me marcou profundamente. A insatisfação de Molly enquanto jovem. Enquanto criança, ela era "Molly Do Contra", nunca conseguia ficar mais de um mês com a mesma atividade, enquanto crescia, odiava toda a tranquilidade e pequenez de sua cidade natal, querendo morar em Londres (e conseguindo-o), quando finalmente consegue o relacionamento com o qual apenas fantasiava... ela o traí.
"E, com um arrepio e uma pontada de arrependimento, percebo que Seb entendeu errado; o problema é que eu sei exatamente o que estou perdendo. E, agora que vejo isso, não sei se posso voltar à feliz ignorância em que vivia." Molly, p. 182

Sim! Você leu corretamente. E agora, comecemos a discutir o Ryan! Não conseguimos ter uma conexão muito grande com ele por conta da narração ser de Molly, porém você sente que ele é o melhor tipo de pessoa que existe: bondoso, paciente, apaixonado, gentil e dedicado. Claro que ele não é perfeito, mas ele é bom. De acordo com Molly, ele não tem ambições, é acomodado e diferentemente dela acha normal viver com os pais.
"Se ele fosse Peter Pan, pensaria em Leigh-On-Sea para voar, ao passo que eu sempre senti que este lugar cortava minhas asas. Este é o lugar a que Ryan pertence, ao sol, à beira-mar. Ele brota quando o sol nasce." Molly sobre Ryan, p. 270

Ao longo da vida dos dois, veremos como um casal tão diferente pode dividir uma vida. Ela odeia esportes e ele é um professor de educação física, mas mesmo assim, eles se casam! Ele é uma rocha à sua maneira, e ensinará muito à Molly e a nós.
Será um desafio, como indicado na sinopse, com muitas lágrimas, mas com as lembranças maravilhosas (as quais acompanhamos) que construíram o caminho. Vejo essa história como uma busca pelo autoconhecimento e pela realização dos sonhos; é um livro que trata sobre o amor, que nos faz rir e chorar, que desperta em nós o desejo de sermos mais e o de sabermos reconhecer tudo o que temos, de agradecer pelos momentos compartilhados com as pessoas queridas, porque ninguém sabe o que o futuro nos reserva, então tudo o que teremos, no final, são lembranças... Lembranças e nós mesmos.

"- Nós viemos para esta vida sozinhos, e vamos deixá-la sozinhos. A única verdadeira constante é você mesma.
-Essa é a coisa mais triste que eu já ouvi, mãe.
- Não é não, Molly. Significa que ser feliz para sempre só depende de você." Molly e mãe, p. 226

Gostaria de terminar a resenha com essa passagem linda. E deixar bem claro que, se você já leu P.S. Eu te amo e Um Dia, sabe o que esses dois livros têm em comum. Logo, esperar que algo semelhante aconteça neste é algo lógico a se fazer. Obviamente eu não tratei dessas questões nem das consequências dessa questão (se você me entende, me conte nos comentários!) na história. Só digo que é muito tocante e fará você refletir, olhando para o teto, enquanto está lá, destruída.

Espero que gostem do livro e possam aprendam tanto quanto eu! Por favor, leiam! Mesmo que você já saiba o que vai acontecer com alguém. O que importa é a jornada, não o destino ;)

"Você pode me fazer um favor? Quebre uma regra hoje, enlouqueça, viva o momento. Abra seu coração. Depois, abra mais um pouco. Ame muito, ame mais ainda. Não tenha medo de se expressar, de gritar, de ser ouvida. Diga EU TE AMO. Aposte todas as fichas Aposte todas as fichas no amor. Por mim. Por que eu não fiz isso. E agora não posso mais.
Isso é tudo.
(Mas não o suficiente).", p. 173 








*
Sessão das Quotes


“-Não se envergonhe disso boneca. Às vezes precisamos perder alguém que amamos para perceber exatamente o que temos. Claro que o ideal é nunca perder, mas isso nem sempre é tão fácil , não é, querida?” vovó Door, p. 83

"Mesmo que você acabe ferido, é - como Tennyson bem observou e eu devidamente percebi, ainda que tarde demais - 'melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado." Molly, p. 97

"Eu me sinto como uma adolescente que se corta: sei que deveria parar, mas não quero. Cada memória que traz alguma dor parece boa, como se eu merecesse, porque, na verdade, nunca mereci o Ryan." Molly, p. 119

"Por que será que precisamos saber o que queremos ser e com que tipo de pessoa queremos estar antes de sequer sabermos exatamente quem somos? Eu dei as costas a tantas oportunidades, experiências e caminhos de vida... Passei a maior parte do tempo fingindo saber o que estava fazendo, agindo de forma 'madura', sendo adulta. Queria ter passado mais tempo sendo livre, buscando aventuras, fazendo coisas erradas, em vez de tentar controlar tudo. Queria não ter tentado viver a vida riscando itens de uma lista de coisas a fazer, mas ter apenas focado o presente. Talvez assim estivesse mais preparada para as coisas da vida adulta que vieram muito antes do que eu esperava. Sei que não devemos nos arrepender de nada, mas esse é o meu arrependimento." Molly, p. 184

7 comentários :

  1. Oi Izabela!
    Agora fiquei louca pra ler esse livro. Além dessa capa ser belíssima ainda tem uma estória que nos toca profundamente. Adoro leituras emocionantes e reflexivas. Essa premissa é maravilhosa… Gostei da narrativa alternar entre passado e presente e também entre os personagens.
    Estou vendo que vai ser uma leitura linda! E certamente terei não só um, mas vários lencinhos à mão, pois acredito que será muito necessário.
    Personagens que se conhecem desde sempre tendem a ter as melhores estórias. *-*
    Mais um pra lista de desejados, rsrs.
    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito assim que puder comprarei. Seguindo aqui.

    ResponderExcluir
  3. Hummm eu não sei o que pensar porque mesmo você falando super bem desse livro eu ainda não senti aquela necessidade de " uau preciso ler esse livro e conhecer essa história !". Não quer dizer que eu não leria esse livro mas somente que não estou desesperada para lê-lo,obrigada pela resenha.

    ResponderExcluir
  4. Olá :)
    Mesmo gostando da estória do livro eu não me senti animada para lê-lo. Não gosto muito de ler romances que me fazem chorar, por isso nunca li esses livros que você disse que se parece com O primeiro último beijo. Enfim, gostei bastante da resenha, super completa.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  5. A personagem deve passar por momentos difíceis desde a época da escola em diante e quando encontra alguém com essas características do Ryan ela o traí vai entender rs. Parece ser uma historia que nos ensina em como aproveitar melhor nossas oportunidades, porque elas não duram para sempre. Não li P.S Eu Te Amo, mas li Um Dia e não gostei do destino do personagem, não sei se vou gostar desse livro, que parece que leva ao mesmo destino.

    ResponderExcluir
  6. Iza, que resenha linda. Eu não li nenhum dos dois livros que citou, então não sei o que esses 2 têm em comum, mas fiquei bem curiosa para descobrir.
    Parece mega emocionante.
    http://revelandosentimentos.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Oi!
    Adoro essa capa que logo me conquistou, mas ao ler a resenha a historia me surpreendeu positivante, mesmo não gosto de livros que já começam pelo fim e acaba sabendo aonde a historia ira parar achei bem interessante esse meio que a autora utiliza pois uma das coisas que mais me chamou atenção nesse historia e que ela nos conta a jornada de um relacionante e não só aquele começo, esse livro está na minha lista de leitura !!

    ResponderExcluir

Obrigada por fazer três blogueiras felizes, seu comentário e sua opinião são muito importante pra nós! Todas as visitas e comentários serão retribuídos.

(Comentários contendo ofensas e palavras de baixo calão não serão aceitos).

Seguidores

No Instagram @bloglohs

Vem pro Facebook